Institucional

O Jovem e o mundo do trabalho

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 No mundo atual, onde a cada instante surgem novas tecnologias e máquinas que superam os homens em suas mais simples tarefas, a modernidade de certa forma nos coloca diante de grandes perigos. Na antiguidade as pessoas participavam de muitas atividades que geravam um bem comum e mesmo os jovens exercendo uma tarefa como o pastoreio, se sentiam valorizadas por colaborar com suas famílias. Mas não foi sempre assim. Nessa luta em busca do seu espaço no mercado de trabalho, a partir das mudanças geradas com a Revolução Industrial, o homem teve que se adaptar a essa realidade e acabou distante do verdadeiro sentido do trabalho: servir seu próximo e tornar o mesmo uma via para seu crescimento espiritual, humano e profissional a partir do exercício da caridade.

 No mercado de trabalho atual algumas pessoas se sobressaem em relação a outras, o que é aceitável até certo ponto. Entretanto, mais difícil que alguém com experiência conseguir um emprego no mundo em que vivemos, é alguém sem essa experiência fazê-lo, o que nos remete a pensar justamente nos jovens. Logo, temos aqui o primeiro desafio da vida profissional de um jovem: experiência. Ele tem o conhecimento teórico, mas não teve oportunidade de praticá-lo. Sabe fazer, mas não teve oportunidade de fazer. Daí pensa-se num paradoxo que o assombra: “se não tem experiência, não serve; mas se não tiver oportunidade, que experiência ele terá”?

Esse é um desafio que pode ser ultrapassado com duas coisas que, num primeiro plano parecem aparentemente tão simples, mas que na realidade não se resolvem como num passe de mágica: a persuasão do jovem em mostrar que é capaz daquela demanda e a consciência de um chefe em querer desenvolver as habilidades e competências daquele jovem. Essas práticas exigem, diálogo, solidariedade, tolerância e empenho de ambas as partes.

Dada sua inexperiência profissional e sua recente entrada no mercado de trabalho, tem-se logo seu segundo desafio: o preconceito. “Ah! Ele é novo, não sabe como fazer”, “Isso aqui tá errado” “Com certeza foi aquele novato que fez” e outras frases tão clássicas que acometem os ouvidos de quem acabou de começar sua vida profissional. De certo que deve haver um treinamento antes e um acompanhamento das atividades desse novo colaborador. Esse se torna, portanto, mais que um desafio, um empecilho nesse aspecto da vida de um jovem.

O estágio supervisionado é uma excelente alternativa para quem quer ganhar experiência e amadurecer profissionalmente, tendo em vista que o jovem terá alguém que o acompanha de perto, sob uma ótica mais cuidadosa, além de ter a possibilidade de aplicar o conhecimento que adquire em sala de aula, culminando num exercício mais amplo daquilo que se tem como ideal ou sonho de vida. Mesmo assim ainda é um caminho restrito para uma parcela da juventude que são selecionados por seu desempenho em uma determinada atividade.

O trabalho voluntário pode ser outra alternativa viável, o qual deve ser exercido na caridade e no desejo de realizar o bem e que hoje em dia é bastante valorizado pelo setor privado, órgãos governamentais e demais instituições que promovem essa atividade. Assim o fizeram Beata Madre Teresa de Calcutá, Beata Irmã Dulce, São João Paulo II, Marcelo Cândia entre outros que não se deixaram levar apenas pelo desejo de obter lucro ou tirar vantagem da situação.

De igual modo, a vida de oração estável e perseverante é essencial nesse sentido. O jovem deve zelar por uma amizade e intimidade com Deus para que ouça a Sua voz e acolha Seus direcionamentos, para que não a sua deliberada vontade seja feita, mas a vontade do Pai para sua vida. Acredite, isso irá gerar uma verdadeira libertação quanto a preconceitos, pressões caudadas por culpas e cobranças e liberdade interior para prosseguir o caminho profissional e mesmo aquela missão pessoal para o qual o próprio Deus nos criou. Exerceremos assim nosso trabalho de forma cristã e colaboramos para a construção de um mundo baseado nos valores do Evangelho.

Por Bruno Pacheco Nunes


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