“Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido? Aquele que bate à nossa porta, em busca de conforto para a sua dor, para o seu sofrimento, é um outro Cristo que nos procura”. Com esta frase, Santa Dulce dos Pobres nos ensina sobre a caridade e sobre o amor a Deus, que se manifesta no amor ao próximo.
Na vida desta santa brasileira, que faleceu no dia 13 de agosto de 1992 e foi canonizada em outubro de 2019, contemplamos uma serva de Deus que manifestava o seu amor a Ele cuidando dos doentes e mais necessitados, aqueles que poucos de nós estenderíamos a mão para socorrer.
Amar a Deus sobre todas as coisas
No livro de João, o Senhor nos revela a concretização do primeiro mandamento: amar a Deus sobre todas as coisas. Amor que se manifesta na caridade, no servir, no perdoar e no amor ao irmão. “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei; que dessa mesma maneira tenhais amor uns para com os outros (Jo 13, 34).
Podemos chamar a caridade também de amor, pois é no ato de amar que ela se manifesta. Assim, Deus fez da caridade o seu próprio mandamento amando os que estavam com ele até o fim e ensinando os discípulos a amarem uns aos outros.
A excelência da caridade
Na primeira epístola aos Coríntios, Deus nos revela a excelência da caridade:
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!” (I Cor 13, 1-3)
Caridade e prática cristã
O Catecismo da Igreja Católica (1827 e 826) nos aponta que a caridade inspira o exercício de todas as virtudes, ordenando-as e articulando-as entre si e, por isso, se desdobra na prática cristã, assegurando a nossa capacidade humana de amar. Ela é a essência da santidade e nos dá meios para sermos santificados. Como nos diz Santo Agostinho: “A finalidade de todas as nossas obras é o amor. Este é o fim, é pra alcança-lo que corremos, é para ele que corremos”.