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A vida sempre deve ser priorizada!

Deus me fez enxergar que ciência nenhuma é maior que o amor que ele tem por nós, seus filhos, criados a sua imagem e semelhança. Que mesmo tão frágeis, pequenos e incapazes, Ele nos presenteia com o maior dom que podemos receber: a vida.

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Foto: Unsplash

Sou Rafaella, enfermeira, e atuo na gestão da saúde pública. Trabalhei por três anos investigando diretamente a ocorrência de óbitos fetais e infantis, no intuito de prevenir e reduzir a mortalidade infantil em um determinado município do Ceará.

No dia 26 de março de 2018 recebi pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) a ocorrência de um óbito infantil. O que me chamou a atenção foram as características do feto. O documento me afirmava que uma criança nascida de mãe com Idade Gestacional de 20 semanas, com peso de 273 gramas, havia nascido e vivido por 30 minutos. “Isso é impossível!” foi o meu primeiro pensamento. O segundo foi constatar o fato pelo lado científico: “Isso se configura um aborto e não um óbito infantil”.

Nas definições do Ministério da Saúde, utilizamos dois critérios básicos para diferenciar um óbito infantil de um aborto: peso fetal 500g e/ou Idade Gestacional 22 semanas. Todos os fetos que apresentarem características inferiores a essa, afirmamos que é um aborto.

Que grande engano!

Comecei a investigação. Fiz ligações, enviei e-mails, mandei ofícios tudo para definir que esse caso se tratava de um aborto e não de um óbito infantil. As definições eram claras, os manuais e normas científicas me respaldavam e apontavam para isso. “Cientificamente isso é impossível! Ou então deve ter sido um erro de digitação”, pensei novamente. Tudo em mim apontava para isso.

No dia 12 de abril de 2018, recebi os prontuários hospitalares desse caso. Eu comecei a analisá-los, no fundo procurando me convencer que isso tudo era um erro, que era mesmo impossível de acontecer.  Que grande engano! Fui lendo aquele prontuário e me convencendo que Deus sempre procura uma forma de nos mostrar que Ele é o dono da situação e não nós!

O que aconteceu foi o seguinte: foi constatada a morte do feto ainda na barriga da mãe, tudo registrado em prontuário, pelo médico plantonista. O mesmo solicitou que uma curetagem fosse realizada, procedimento padrão após o diagnóstico de um aborto. No desenrolar para que o procedimento ocorresse, a mãe evoluiu e teve um parto normal.

“Meu Deus, um parto normal! Esse feto realmente nasceu mesmo sendo constatado que estava morto!” Sim, ele nasceu vivo, com apenas 273 gramas, 24 cm e tendo apenas 20 semanas de gestação. Ele recebeu todos os cuidados que qualquer recém-nascido receberia (até mais por ser um prematuro extremo), teve um pediatra para assisti-lo e um prontuário próprio. Ficou em oxigênio e, após 30 minutos de vida, de fato foi constatado o seu óbito.

Ciência nenhuma é maior que o amor

Mas, esse caso não seria um aborto espontâneo? Cientificamente, sim! Os médicos teriam todo o respaldo para realizar toda conduta baseada nos exames e constatação do óbito. Porém, a vida prevaleceu; o bebê nasceu e por via natural! No meu coração uma certeza permaneceu: a vida sempre deve ser priorizada!

Deus me fez enxergar que ciência nenhuma é maior que o amor que ele tem por nós, seus filhos, criados a sua imagem e semelhança. Que mesmo tão frágeis, pequenos e incapazes, Ele nos presenteia com o maior dom que podemos receber: a vida. E mesmo quando imaginarmos que não exista a mínima possibilidade de vida, Deus vai lá e comprova que, para Ele nada é impossível.

A nós basta apenas valorizar, todos os dias, o grande presente que é participar da criação juntamente com o Pai, pois passa por cada um de nós o desejo e a abertura de coração para sermos a favor da vida. Encerrei a investigação com apenas uma conclusão final: MILAGRE!

Rafaella Marques Vieira
Comunidade de Aliança


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