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Cidade do Vaticano publica decreto sobre o uso de Inteligência Artificial

O decreto “Diretrizes sobre Inteligência Artificial” entrou em vigor no dia 1º de janeiro, com uma publicação no site do governo do Vaticano.

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Foto: Comshalom

“A ciência e a tecnologia são um produto da criatividade humana entendida como um dom de Deus e remediaram inúmeros males que afligiam e limitavam os seres humanos”

Essa é uma das diretrizes do primeiro decreto que regula o uso de Inteligência Artificial no Estado da Cidade do Vaticano. Promulgado em janeiro de 2025, o documento proíbe o uso discriminatório da IA, além de estabelecer uma comissão especial para supervisionar o processo experimental da tecnologia no Vaticano.

Sobre o novo decreto

O decreto “Diretrizes sobre Inteligência Artificial” entrou em vigor no dia 1º de janeiro, com uma publicação no site do governo do Vaticano. O decreto, com 13 páginas, estabelece a proibição de aplicativos de IA que promovam desigualdades sociais, desrespeitem a dignidade humana ou utilizem “técnicas de manipulação subliminar” capazes de causar prejuízos físicos ou psicológicos às pessoas.

Os regulamentos estabelecem proibições estritas sobre o uso de IA nas instituições do Estado do Vaticano, não se aplicando à Cúria Romana. Ainda assim, qualquer aplicação de IA que comprometa a missão do Papa, a integridade da Igreja ou as atividades institucionais da Santa Sé também está vetada.

Além disso, todo conteúdo gerado por Inteligência Artificial no Vaticano deve ser rotulado como “IA” para garantir transparência e distinguir a criatividade humana dos resultados da máquina.

[Leia o documento na íntegra (em italiano)]

O que a Igreja diz sobre Inteligência Artificial

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) reconhece que as realizações do intelecto humano, como a ciência e a tecnologia, representam uma forma de participar da sabedoria e bondade de Deus (CIC 283). Dessa forma, a inteligência artificial, sendo fruto da criatividade humana, pode ser entendida como uma expressão dessa participação divina quando contribui para o bem comum e respeita a dignidade humana.

Essa visão é reforçada pelas palavras do Papa Francisco em uma mensagem de 2023 sobre o tema das novas tecnologias, onde ele enfatizou que “os progressos no desenvolvimento de formas de inteligência artificial sirvam, em última análise, à causa da fraternidade humana e da paz”.

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O Pontífice também expressou o desejo de “que o rápido desenvolvimento de formas de inteligência artificial não aumente as já demasiadas desigualdades e injustiças presentes no mundo, mas contribua para pôr fim às guerras e conflitos e para aliviar muitas formas de sofrimento que afligem a família humana”.

Por isto, observamos a preocupação da Igreja em garantir que o avanço tecnológico seja guiado por princípios éticos e voltado para o benefício de toda a humanidade.


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