Era julho, parece que muita coisa por aqui acontece em julho. 1982. A escavação começou despretensiosamente. Foram achadas, logo de incio, 5 belas pedras que precisaram ser lapidadas. Aos poucos, a escavação , mineração, garimpagem seja lá como for o termo que se use, foi acontecendo. No começo eram poucas pedras, depois o numero e a variedade era tamanha que não dava para contar a olho nu.
É impressionante, nesse lugar a pedra mais frágil, a que, aparentemente, parece não ter valor, que deveria ser jogada fora, é na, verdade, a joia mais usada pelo dono da mina. Parece que esse senhor do garimpo gosta de fazer grandes coisas com pequenas pedras.
Temos nesse garimpo pedras de todos os tamanhos, variedades, cores e algumas foram escolhidas para representar a história desse local.
A cada 10 anos passados uma pedra representará a história desse lugar. Dar-se o nome de bodas.
10 anos, bodas de Zinco
O zinco é utilizado como metal de sacrifício para preservar o ferro. No corpo humano é necessário para cicatrização dos ferimentos.
20 anos se passaram…
Bodas de porcelana tem um processo de composição bem interessante
Sua modelagem pode ser feita manualmente, quando terminada, o excesso é retirado e por fim são queimadas no fogo, para se tornarem resistentes. Sua principal composição: argila. Sem comentário!
30 anos… Boda de pérola
A pérola é produzida através de uma dor, um grão de areia que entra na ostra causando uma inflamação. Podemos dizer uma ferida, uma ferida de amor que se transforma numa joia, numa pérola. No começo, o que parecia um sofrimento para a ostra se transforma no seu maior tesouro. A dor que se transforma na alegria, a morte em ressurreição.
Escavando mais um pouco, entre uma martelada ali e outra acolá, o garimpeiro encontrou mais uma pedra CRIZO, que representa as bodas de 33 anos. Não é comum celebrar 33 anos, mas no nosso caso vale a pena celebrar cada dia . Pois como diz o salmo de hoje: “ Lembrai as maravilhas do Senhor”
CRIZO: Chamada de Topázio pelos antigos. O Crizo é minerado após o anoitecer, pois durante a noite ele emite uma luz e assim fica fácil de encontrá-lo.
O processo de lapidação é lento, mas necessário para que refitam a luz original. Por fim, o garimpo ainda não foi completamente escavado, e ainda hão de surgir muitas outras pedras. E cabe a nós vivermos cada tempo: o passado com gratidão, o presente com paixão e o futuro com esperança.
Por Maria Neide