Cresci em uma família afetuosa onde sempre estive rodeado de cuidado, porém, como muitos jovens, cresci com a ausência de meu pai biológico. Em meio ao cuidado e ao amor vindos de minha mãe e minha família materna, de certa forma essa ausência era amenizada, fazendo com que minha infância e adolescência fossem vivenciadas da melhor forma possível, ainda que não existisse a presença paterna.
Encontro com Deus
No ano de 2013, a convite de amigos comecei a participar de um grupo de oração da Comunidade Católica Shalom em minha cidade e fui aos poucos conhecendo o amor de Deus. Em setembro do mesmo ano tive a oportunidade de participar do Congresso de Jovens Shalom em Fortaleza (CE), onde tive uma forte experiência com a alegria de ser de Deus. A partir de então me decidi por viver esta vocação e encontro nela a cada dia o rosto de Deus que é Pai, que é presença e que me ensina diariamente a ser esposo e pai.
Dentro da Vocação Shalom amadureci como homem e descobri no matrimônio a via para corresponder à vontade de Deus. Em setembro de 2019, diante Deus e da Igreja, eu e Luciele Hortencio, também neo consagrada na Comunidade, demos o nosso sim ao projeto de Deus concretizado na nossa família.
No Natal do mesmo ano junto com a graça de celebrarmos o nascimento do menino Jesus, fomos agraciados com a feliz surpresa de que Luciele estava grávida de nossa primeira filha, Dulce. Em meio à alegria de gerar uma vida, inicialmente me deparei com a insegurança de ser ou não um bom pai e com o medo de não saber educar – desafios que poderiam estar ligados ao fato de não ter tido uma referência paterna ao longo de minha vida.
De Pai para pai
Em meio a esses medos e inseguranças, nossa primeira reação como família foi nos colocar diante de Deus, para escutarmos a sua condução para o novo tempo que viveríamos a partir daquele momento. Naquela oração Deus me inspirava a louvar pelo caminho que havíamos trilhado até o matrimônio, chamado este que nos dá a graça da fecundidade e de gerar um novo fruto para Ele.
Deus ainda nos marcava com uma grande alegria ao entendermos que aquela criança já era consagrada desde o ventre. E diante de Deus todas as incertezas logo deram lugar à decisão de ser um pai presente em todos os momentos desde a gravidez, pois Nele sempre encontrei o cuidado, o carinho e a proteção.
Hoje, com 37 semanas de gestação, vivemos a feliz espera da chegada da Dulce e nos preparamos para recebê-la em casa. Contando ainda com a intercessão de São José, modelo de homem e pai, cresce em mim o desejo de ser um pai segundo o coração de Deus.
Por Dayvid Haleson