Dom Benedicto de Ulhôa Vieira
AEducação religiosa da criança é necessária e deixa raízes para a vidatoda. A linguagem tem de ser infantil, acompanhada de pequenos gestosque a criança compreende e assimila na beleza encantadora da sua idade.
Felipe,um menino de três anos, aprendeu que Nossa Senhora é a nossa mãe docéu. Para uma criança que, por experiência pessoal, sabe o que é termãe e o que ela representa de bondade, de carinho e de amoroso cuidado,é fácil compreender o papel materno de Maria Santíssima. Por isto,quando alguém lhe ensina que Nossa Senhora é “a mãe do céu”,compreende quem é Maria Santíssima e o que Ela é para nós. Aofrequentar o Santuário da Medalha, ensinaram ao pequeno Felipe que alié a casa dEla, da mãe do céu.
Tendoeu certa vez ido em visita aos pais, para presenteá-los com a foto dofilho levando uma flor para o altar, a mãe o chamou, anunciando minhachegada. E ele, lá do fundo do apartamento, associando minha presençacom o Santuário, onde me conhecera e ali algumas vezes me vira,perguntou à mãe: “A Mamãe do céu veio junto com ele?” Graciosa e encantadora pergunta do menino de três anos.
Estacena infantil é uma lição: pais religiosos começam, desde muito cedo, aeducar os filhos e incutir na alma da criança, a noção de Deus como paie criador e o papel materno de Maria Santíssima na espiritualidadecristã. Hoje a televisão, desde cedo, dá à criança a colorida visão dascoisas que existem e do que acontece. Pela viveza das imagens éimpossível não gravá-las na mente da criança. Daí, já não sobra tempopara a prática religiosa da família e a educação religiosa dos filhospequenos. A TV ocupa todo o tempo.
Ocaso aqui citado do menino de três anos é um lembrete para que não seesqueçam os pais da educação religiosa de seus filhos, desde a maistenra idade. Pequenos gestos, pequenos fatos da vida diária podem darocasião para a mãe – também o pai – incutir na alma do filho osprimeiros gestos de amor ao Criador. Oxalá o lar seja a “escola primária” do aprendizado do que é eterno e insubstituível.
Nãose pode aceitar que as crianças vivam sem nunca terem ouvido da mãe oudo pai uma palavra iluminadora sobre Deus que é pai e criador. Educaçãoreligiosa: não deixem seus filhos crescer sem lhes despertar os olharespara além das estrelas que brilham, à noite, na escuridão do céu.