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Eles me ensinam a cada dia os mistérios do amor de Deus

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Experiência com Deus… Evangelização… Namoro cristão… Algum pedido que você fez a Deus e Ele te atendeu… Vocação… Experiência com os santos, com a Igreja… O comshalom.org quer saber qual é a sua história com Deus.

Todos os dias, publicamos um testemunho novo na home. O de hoje é de Maria Clara.

Quer ter a sua história publicada aqui? Envie texto e foto para  redacao@comshalom.org e evangelize conosco.

Confira:

10922861_10203763206622407_746096919749935609_nMeu nome é Maria Clara Mattos Dourado Bezerra, tenho 27 anos. Sou casada, tenho dois filhos, um de dois anos e um que vai nascer em abril. Nasci e cresci em uma família católica, tive minha primeira experiência com o amor de Deus ainda na barriga da minha mãe e sei que Deus me amou e preservou muito ao me dar de presente a família que tenho. O fato de eu ter nascido em um meio católico não impediu, infelizmente, que eu tomasse decisões erradas e fizesse péssimas escolhas na minha vida.

Na minha adolescência, afastei-me bastante de Deus e dos grupos de oração que eu frequentava. Como todo adolescente, tinha uma grande necessidade de ser aceita, de me sentir parte de um grupo e de ser “popular”. Comecei a viver e experienciar a famosa vida “clichê” de adolescente: festas, amigos, bebidas. Nunca deixei de ir à missa, nunca perdi minha fé, nunca fui a extremos, e acredito que, de certa forma, esse foi um dos fatores que me fez ficar cega por tantos anos. Vivia uma vida “de um jovem normal”. Perdi-me na ilusão de um relacionamento de namoro e de amizades que me afastavam a cada dia de quem eu era e do que Deus queria de mim e para mim.

Coloquei nesses relacionamentos a esperança da minha felicidade e do meu futuro, até que Deus me amou tanto que me tirou tudo. Hoje olho para esse tempo e agradeço por tanto amor e misericórdia de Deus. Entrei em depressão, perdi o sentido e me debati muito para aceitar que Deus ainda poderia me amar e querer de volta, mesmo depois de todo o desprezo que eu tive para com Ele. Foi um tempo de reconhecer a minha fragilidade e dependência de Deus, de perceber que só Ele é capaz de preencher a minha vida, de cuidar da minha felicidade e futuro. Mal sabia eu que estava apensa começando.

No ano de 2011, comecei o meu processo de volta. Volta para Deus, volta a vida de uma forma geral. Pedi muito a Deus que não me mandasse ninguém, que eu precisava de um tempo para curar o meu coração e saber o que Ele queria de mim, antes de eu me relacionar com qualquer pessoa. Um dia, em 1º de julho de 2011, em meio a uma oração em um casamento de amigos, disse a Deus que se Ele quisesse mandar alguém que fosse “o meu São José”, o homem que Ele queria para mim e que me ajudaria a ser santa. Que, Ele, mais do que ninguém, sabia que eu não conseguiria passar por outra decepção. Nesse mesmo dia, encontrei o meu José. Sim, o nome dele é José, porque Deus me conhece tanto que não quis que eu tivesse nenhuma dúvida. Começamos a caminhar e três meses depois nosso namoro foi liberado pela Comunidade.

Em abril de 2012, descobri que estava grávida. Não tenho como descrever o misto de emoções que vivi naquele tempo. Senti medo, senti vergonha, senti decepção comigo mesma, senti tanta coisa ao mesmo tempo que é quase impossível de colocar em palavras, mas uma coisa que não tive foi dúvida em relação ao meu filho. Eu não sabia como eu iria enfrentar tudo o que estava por vir. Eu sabia que era muito, mas eu não iria abrir mão do meu filho por nada. Ele e a vida dele geraram vida em mim. Tive vários “motivos justos”, em um pensamento egoísta e egocêntrico, para não tê-lo; não tinha uma vida estruturada, tive medo da minha família e da família do meu marido, não era casada, mas antes de tudo, era responsável pela consequência da minha escolha. O meu filho dependia de mim. Eu fui humilhada, questionada, julgada. Não importava. A vida dele gerava vida em mim. Eu e meu marido nos casamos em junho de 2012, o Joseph nasceu em novembro. Em julho de 2013, mudamo-nos para Toronto, no Canadá.

Depois que Joseph nasceu, resolvi começar a tomar anticoncepcional. Na verdade, várias coisas influenciaram para que eu tomasse. Medo. Medo de outro filho ser mais aceito que o Joseph, medo de passar por outra gestação, medo por não ter uma situação financeira estável, medo de mim mesma, medo do julgamento e opinião dos outros, medo por estar começando uma vida do zero em outro país. Medo. Dizia a mim mesma, no entanto, que era uma questão de responsabilidade, porque minha menstruação não era regular.

Em maio de 2014, em uma formação pessoal, Jesus me olhou nos olhos e disse “Se abra à vida”. A minha formadora não sabia do anticoncepcional, muito menos que eu tinha duas caixas na bolsa para começar naquele dia. Deus foi falando através dela e me convidando a me abrir à vida, a deixá-Lo amar a nossa família com outro filho; a aceitar fazer parte do plano de Deus para nós. E a todos os meus medos e questionamentos que fazia em silêncio, Ele ia respondendo através dela. No mesmo dia, sentei com meu marido e contei sobre a formação. Rezamos e, mais uma vez, Deus confirmou e nos convidou a confiar e a deixar amar.

Parei o anticoncepcional e comecei a tentar a usar tabela. Nunca recebi orientação e não sei usar o Método Billings, mas acredito que mesmo que soubesse não demoraria muito. Em agosto de 2014, descobri que estava grávida de novo. Sim, eu estava casada, e teoricamente seria “fácil”. Não. Acho que tive tanto medo quanto da primeira vez, talvez mais. Nossa vida financeira ainda não estava estável, estou fazendo uma pós-graduação que termina na mesma semana da minha data prevista para o parto e moramos em outro país. Outro país em que o aborto é legal. Na minha primeira visita a uma clínica para buscar informações sobre como conseguir um médico, a primeira pergunta que me fizeram foi “Você quer abortar?”. A minha cara de choque respondeu. No entanto, várias vezes durante a entrevista essa pergunta foi repetida. ”Mas você está terminando uma pós, e tem um filho de dois anos! Vai ser um caos, tem certeza de que não quer abortar ?” E não, a minha resposta não poderia ser outra: “Eu não vou abortar”.

Na minha cabeça, só vinham as promessas de Deus para esse tempo e a certeza de que Ele não nos abandonaria. “Farei abrir um rio no deserto”, e foi o que Ele fez. Vivemos um milagre por dia desde o começo dessa gestação. Sofremos e lutamos muito, não foi fácil, não tem sido. Mas a vida dele tem gerado frutos de eternidade em nossa família e em nossa vida. Meu marido conseguiu um emprego estável e, aos poucos, as coisas estão indo para o lugar. Vejo a mão de Deus em cada detalhe. Ganhamos tudo para o Isaac: carrinho, roupas, produtos de limpeza, tudo. E não paramos de ganhar.

Ele e o Joseph me ensinam a cada dia os mistérios do amor de Deus, a amar e me deixar amar, a confiar cegamente na providência, nas promessas e no mistério de amor que é aceitar livremente fazer a vontade de Deus. Não é fácil, não deixa de doer, não dá para controlar ou prever, mas os frutos e a felicidade que vem dessa resposta são o consolo da alma.


Comentários

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  1. Que testemunho belo Maria Clara!
    Senti seu coração no céu e seus pés no chão. Nem sou casada mas penso que as angústias serão bem parecidas…rsrsrsr
    Obrigada pelas suas palavras.
    Deus abençoe vcs!