A presença de Deus na memória é perene desde o dia em que Agostinho o encontrou, nunca mais tendo esquecido aquele que é a Verdade. “Onde encontrei a verdade, aí encontrei o meu Deus, que é a própria verdade, da qual nunca mais me esqueci, desde o dia em que a conheci.”
Mas em qual local próprio da memória Deus reside, em qual parte?
1. nas regiões da memória onde os animais também possuem;
2. onde estão os sentimentos do espírito;
3. na sede da própria alma;
Agostinho vai procurar definir onde se encontra Deus, diferentemente de noções, ideias, sentimentos ou imagens que se alojam nela. Ele a encontra, não num compartimento, ou em um recôndito específico, mas numa experiência, no encontro com a verdade que se dá no íntimo da alma.
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Em seguida, descreve o que sentiu, exprimindo seu mais belo poema:
“Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora, e aí te procurava; e lançava-me, disforme, sobre as belas formas das tuas criaturas. Estavas comigo, mas eu não estava contigo. Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em ti não existissem. Chamaste, clamaste por mim e rompeste minha surdez; brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira; exalaste teu perfume, respirei-o e suspiro por ti; provei-te, e agora tenho fome e sede de ti; tocaste-me, e ardi por tua paz.”
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