É comum na atualidade o uso de palavras que distorcem o seu verdadeiro significado. Interrupção da gravidez ou antecipação do parto são exemplos de termos que maquiam a terminologia aborto cujo significado é, ‘expulsão prematura do produto da concepção do útero’, segundo o Dicionário Aurélio.
A todo custo procura-se mascarar o que é feio e mentiroso na tentativa de passar como algo aceitável e correto. Os conceitos objetivos são deste modo, relegados ao território de um relativismo subjetivista, ditador e extremado.
Mesmo quando a mulher faz um aborto dentro do amparo legal, como quando o motivo é estupro, ela não deixou de ter praticado um ato violento contra uma vida e contra si mesma. As conseqüências desse ato repercutem mais negativamente física, psicológica e espiritualmente na mãe do que se ela tivesse optado em levar à frente a gestação.
Outro termo dissimulado é eutanásia que etimologicamente significa boa morte ena prática expressa um conceito oposto que sugere sua etimologia. Como não lembrar do caso da norte-americana Terri Schiavo, mesmo em estado de coma sobreviveu por catorze dias após terem sido desligados os aparelhos, sustentadores de sua vida limitada, a pedido do esposo. Morreu por inanição. Seria essa uma boa morte para uma pessoa?
Já as pílulas do dia seguinte distribuídas em larga escala para a população, pelo Ministério da Saúde, muito embora faltem medicamentos básicos nos postos de saúde, não trazem nenhuma especificação do que realmente são: abortivas.
O discurso lingüístico camuflado ou maquiado é formado por silogismos inconsistentes e falaciosos, encobrem uma mentira e chamam de vida o que, na verdade é morte e degradação, na sabedoria popular todos sabem que nem tudo que reluz é ouro.
Vanderlúcio Souza – bacharel em filosofia
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