Formação

Lupa Eleitoral

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As eleições deste ano têm sido precedidas de um processo decampanha que aponta direções diferentes e mais abrangentes do que apenas o horizontetraçado pelos tradicionais discursos eleitorais e pelos personagens idealizadospelos marqueteiros no horário eleitoral das tevês. Sem dúvida, é mais um passo,ainda que não seja aquele ideal, fruto da tão esperada e retardada reformapolítica. É um progresso no amadurecimento da consciência social e política dasociedade brasileira. Os programas de televisão não permitem um contato diretocom a verdade de cada candidato. Tudo é muito bem articulado para convencer,muitas vezes, até de uma verdade que não existe. Sonha-se com uma propagandaeleitoral capaz de revelar as verdadeiras feições dos candidatos.

 Voltando ao tempo dos eleitores de cabresto e amarrados porfavores e benesses distribuídas, situações já derrubadas pela Lei 9840,percebemos um avanço, mas que exige coragem e inteligência dos responsáveis porsua aplicação, a chamada Lei da Ficha Limpa. Nesse âmbito está também anovidade crescente da posição assumida por eleitores que já não escutampassivamente e nem se deixam influenciar por imagens produzidas, tantas vezesdistanciadas da verdade. Os eleitores estão se posicionando mais. Estemovimento precisa crescer. O uso da internet passa a ser uma ferramentaimportante para que a campanha eleitoral não tenha apenas o tom dos interessesdos candidatos, ou somente pelos partidos no limite próprio de sua ideologia epropostas.

 Os partidos e os candidatos produzem suas campanhasarticulando os dados e as estatísticas dos resultados relativos àinfraestrutura e aos projetos sociais. São conquistas que contam muito e têmforça para produzir credibilidade e aprovação. Particularmente, quando estesbenefícios chegam aos mais necessitados da forma correta: sem provocardependência e respeitando a autonomia do indivíduo. As eleições deste ano estãolevantando, como lupa eleitoral, não apenas os feitos do candidato, mas,sobretudo, sua envergadura moral sustentada por valores irrenunciáveis quandose trata de escolher alguém para representar o povo e governar o Estado. Nãobasta prometer que vai fazer ou dizer que já fez. Os eleitores, particularmenteaqueles que iluminam a sua cidadania com a vivência e a confissão de sua fécristã, estão convocando, com uma força considerável, toda a sociedade para queuse a lupa eleitoral que mostra se o candidato tem cacife moral para arepresentação a que se propõe. Isto é, se sua conduta moral é pautada noespírito de serviço, pelas virtudes da caridade, da modéstia, da moderação.Mas, em especial, se o candidato norteia sua vida e suas decisões no respeito àvida, em todas as suas etapas, desde a fecundação até o declínio natural – seé, portanto, clara e comprovadamente contra o aborto e se não tem propensãopara autoritarismos ideológicos que levarão à produção de mordaças à imprensa,ou ainda, tenha um modus interpretandi da realidade que influencie em escolhasde prioridades que não considere os excluídos da sociedade. Que esteja atentotambém aos candidatos que estão mais na linha do populismo e do uso demecanismos para produzir índices altos de aprovação.

 A envergadura moral, e não apenas a competênciaadministrativa, está se tornando cada vez mais decisiva para quem usa a lupaeleitoral. Os responsáveis por este movimento são os eleitores que estão sedeixando mover por sua fé cristã, emoldurada e alavancada por valores que nãopodem ser negociados e que têm força para decidir rumos outros nestas eleições.Este fenômeno precisa ser considerado e está na contramão do entendimentotacanho que considera que o Estado é laico e, portanto, a religião não conta e afé não pode ser tomada como elemento decisivo na organização, no funcionamentodo Estado, e na escolha daqueles que ocuparão cargos no Executivo ou noLegislativo.

 A lupa eleitoral deve ser usada por toda a sociedade,especialmente por aqueles que professam a fé cristã, com uma força diferente equalificada – fora do contexto puramente partidário. Os cristãos estãoinstituindo e mostrando o quanto é decisiva a envergadura moral do candidato,avaliando os valores que definem seus juízos, critérios e suas opçõespolíticas. É hora de mudar os rumos com a lupa eleitoral tecida pelos valorescristãos.


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