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Nossa prova de confiança em Deus era nos abrirmos novamente à vida

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Meu nome é Alessandra Sanchez, sou membro da Obra da Comunidade Católica Shalom em Curitiba.

Tudo começou em março de 2011, com o falecimento do meu sogro, um fato que mexeu muito com toda a família, também porque, um ano antes, eu havia perdido o meu pai. Estávamos muito fragilizados, principalmente nossa filha Nicole, pelas perdas muito difíceis para todos nós. Foi então que Deus se utilizou dos hoje padrinhos do nosso filho Brian, o Ronald e a Ivone, que nos convidaram a participar de um grupo de casais, sem dar muitas explicações, que também não pedimos, só aceitamos o convite.

E lá estávamos nós no sábado seguinte para a tal reunião. Fomos muito bem acolhidos por todos, alguns pareciam até nos conhecer há anos, e assim fomos tomados por uma experiência muito gostosa e diferente de acolhimento, carinho e amizade, que nos motivou a voltar no sábado seguinte e nos outros…

A cada encontro, uma experiência diferente, uma mensagem que tocava e ia curando nossos corações e nossa alma. Tudo parece ter acontecido muito rápido. Hoje entendo que Deus estava com pressa de nos mostrar o seu amor e tomar posse de nossas vidas por completo.

Em poucos meses, fomos convidados a participar do ministério de música, onde, com a graça de Deus, estamos até hoje. Esse ‘sim’ ao serviço nos proporciona muitas e maravilhosas experiências com o Carisma e com o amor de Deus.

A cada encontro de casais a cada serviço, sentimos esse amor crescer dentro de nós e, com ele, a vontade de entregar nossas vidas nas mãos de Senhor aumentava. Partilhando com meu esposo, Anderson, descobri que comungávamos do mesmo desejo de amor e entrega total à vontade de Deus.

Foi aí que soubemos que deveríamos fazer mais, nos doar mais, cada dia a cada serviço, cada evangelização. Pensamos que havia chegado o momento de fazer o vocacional e ingressar na Comunidade, mas, quando colocamos essa vontade em oração junto a nossos acompanhadores, Deus nos colocou que não era o momento para isso, pois Ele queria de nós uma entrega total de nossa família.

Para que entendam, neste período de nossas vidas eu tinha apenas a Nicole, que é nosso milagre pois tenho problemas de saúde que me impedem de gerar filhos. Antes do nascimento dela, sofri por abortos espontâneos. Os médicos me disseram que não poderia ter filhos, mas Deus me deu ela.

Então, dentro desta nossa realidade de casal e de família, percebemos que estava aí a nossa prova de amor e confiança em Deus, deixar que Ele agisse em nossas vidas. Passamos por um período de oração para escutar a vontade de Deus e fomos recebendo vários sinais de sua vontade para nossas vidas.

Um deles foi quando nos salvou de um horrível acidente de carro, do qual só saímos vivos pela sua misericórdia. Era uma viagem para Aparecida-SP e nosso carro capotou rolando 150 metros ribanceira abaixo. Graças ao Senhor, todos saímos apenas com ferimentos leves. Após esse episódio não tivemos duvidas de seu amor por nós.

Continuamos em oração e procuramos por um médico novamente, pois somos orientados pela Comunidade à paternidade responsável. Fiz vários exames, segundo os quais eu estava bem. O médico disse que não recomendava que ficasse sem a medicação, mas se era nossa vontade ele respeitava, porém tratava-se de uma gestação improvável, devido às complicações no meu útero. Mas, como sentíamos que Deus nos pedia para parar com a medicação, assim o fiz…

E, um mês depois, contrariando a tudo e a todos, eu estava GRÁVIDA!!!!

Para mim, uma mistura de sentimentos: alegria, medo, ansiedade, afinal, como seria? Como se daria essa gestação? Muitas coisas se passavam pela minha cabeça e meu coração. E a Nicole, como receberia a notícia?10439396_911754522215418_8322850674203506380_n

Quando contamos a ela, a emoção tomou conta da casa. Ela chorava muito e ficou muito emocionada e feliz, disse ser o melhor presente de sua vida! Confesso que essas palavras acalmaram o meu coração. Agora era tomar os cuidados necessários para a gravidez de risco e deixar o resto nas mãos de Deus…

Tudo estava indo bem, até que, em um sábado à noite, na apresentação do Natal da Obra, tive um sangramento muito sério. Já estava com três meses e meio de gestação, fui levada às pressas ao hospital por um casal de amigos e o Anderson. Fui atendida rapidamente, mas as notícias não foram as melhores. Segundo a médica, não era possível ouvir os batimentos do meu bebê, e ao fazer o exame, eu estaria colocando pedaços do bebê para fora…

Com todo o amor e carinho, o Anderson não falou nada para mim, apenas repetia: “amor, vamos deixar nas mãos de Deus, Ele sabe o que faz…”. Não foi possível fazer ecografia naquela noite, pois o setor estava sem energia.

Então fiquei internada, e o Anderson voltou ao Shalom para dar a notícia e pegar a Nicole que havia ficado lá. Recebeu o apoio dos irmãos que não se abateram e se colocaram aos pés do Santíssimo, em vigília a noite por nós e por nossa família.  Não tenho, nem nunca terei, palavras para agradecer o amor e carinho de todos.

Posso dizer que foi a noite mais longa da minha vida, mesmo com os calmantes não adormeci. Logo cedo, o Anderson veio para me acompanhar no exame, para confirmar o acontecido. Eu sentia em seu rosto o nervoso, que ele tentava disfarçar.

Fomos para a sala e, quando o médico passou o aparelho em minha barriga, a primeira coisa que vi foi meu pequeno esticando as pernas. Não pude conter as lágrimas e disse: “Ele tá vivo!”. Olhei para o Anderson, que também deixava uma lágrima escorrer. Examinaram cada pedacinho dele, tudo estava perfeitinho, com a graça de Deus!!!

Quando saímos da sala o Anderson virou para mim e disse: “Ale, Deus devolveu ele para nós”. Só então eu soube do diagnóstico da noite anterior… O que aconteceu eu nem quero saber, a única coisa que me importa é que Deus me deu meu filho!

Todo o restante da gestação foi difícil, a maior parte dela passei na cama, mas pude sentir a presença de Deus, através de cada amigo, cada irmão, cada mensagem, telefonema, visita…

Quando, por fim, meu pequeno nasceu, teve problemas e ficou 15 dias na UTI. Mas ele é um filho de Deus, guerreiro, e juntos mais uma vez lutamos por sua vida. Foram momentos difíceis e, mais uma vez, tivemos o total apoio da Comunidade o tempo todo, intercedendo e sendo presença.

Hoje somos gratos a Deus e a essa família que Ele colocou em nossas vidas, e que, se Ele permitir, será nossa para sempre! E como o Anderson já colocou certa vez: “Antes o que nos motivou foi a dor, agora é o Amor!”.

Shalom!

Família Sanchez


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