Orgulho, arrogância e autossuficiência sempre estiveram presentes nas relações humanas. Esses pecados valeram-se dos recursos disponíveis em cada período da história. Os estudiosos da psique humana, porém, descobriram aos poucos o que os santos já os experimentavam, na própria carne, a partir da relação com Deus.
Quem se ama e se respeita conhece o próprio valor e, assim, não sente necessidade de ficar se auto afirmando, nem buscando compensações, gratificações, etc. Uma condição essencial para amar uma pessoa é conhece-la e acolhe-la na sua verdade. Sabe quem conhece você com mais profundidade? Deus! Ele conhece mais do que você mesmo suas necessidades, Ele sabe coisas a seu respeito que você nem intuiu.
Nesse texto, convido você a receber algumas boas lições sobre essa virtude da humildade, com um grande santo da Igreja. Uma pessoa tão segura do seu valor diante de Deus, que não teve medo de escolher o último lugar por amor aos outros. Sabe quem é esse pequeno gigante? Nada mais, nada menos, do que São Francisco de Assis. Aceita o desafio? Se sim, então vamos lá.
Eu: Olá, querido São Francisco, sempre achei curioso o modo como você se apresentava, colocando-se como o mais fraco, pobre e miserável até, no entanto, o senhor foi um dos santos que mais marcou a história da Igreja. Que dica o senhor me daria para edificar os outros e contribuir com a missão da igreja?
Francisco: “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível”.
Eu: Sou muito medroso, resistente sabe!
Francisco: “O que temer? Nada. A quem temer? Ninguém”.
Eu: Como posso notar que recebi essa graça?
Francisco: “Aqueles que se unem a Deus obtêm três grandes privilégios: onipotência, sem poder; embriaguez, sem vinho; e vida, sem morte”.
Eu: Há alguma oração, uma prece, sei lá, que você pudesse me ensinar?
Francisco: “Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado… Resignação para aceitar o que não pode ser mudado… E sabedoria para distinguir uma coisa da outra”.
Eu: Sabe, irmão Francisco, às vezes sinto que as trevas são intensas na minha alma.
Francisco: “Apenas um raio de sol é suficiente para afastar várias sombras”.
Eu: Conheço pessoas tão fortes, tão preparadas, parece que não há nada para melhorar, crescer, sei lá.
Francisco: “Ninguém é suficientemente perfeito que não possa aprender com os outros e ninguém é totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão”.
Eu: Preciso pedir a Deus uma mudança profunda de coração. Já ouvi dizer que quando o coração muda, mudam até as relações com os outros, com as coisas, com a natureza, enfim com mundo.
Francisco: “Todas as coisas da criação são filhas do Pai e irmãs do homem… Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo direito a ser protegida”.
Eu: Vivo muitas lutas, sabe. Às vezes, me sinto tentado a pecar, mas aí penso em Deus e nos outros.
Francisco: ”Tome cuidado com a sua vida, talvez ela seja o único evangelho que as pessoas lerão”.
Eu: No mundo em que vivemos, mesmo nos ambientes eclesiais, parece que estamos o tempo todo sendo avaliados, medidos, sei lá.
Francisco: “Que o Senhor volte os olhos para ti e te dê tua paz. Que o senhor te abençoe. Não vos esforceis pelas honras do mundo, mas honrai o Senhor”.
Eu: Preciso ser mais humilde, amar mais, mas não sei por onde começar.
Francisco: “A humildade é a chave que abre todas as portas. A vida é um mistério, que somente nos é revelado pelos processos do Amor; quanto mais a gente ama, no quilate do Amor que nada pede, mais ficamos sabendo das coisas escondidas dos que desconhecem essa virtude por excelência”.
Eu: Tenho saudades de pessoas, ou mesmo do tempo onde eu era mais jovem, com mais saúde, energias, sei lá…
Francisco: “A saudade pura não encontra distância no espaço, nem no tempo, criando de tal sorte um vínculo que, mesmo as almas estando separadas, se sentem unidas pela força do amor”.
Eu: Preciso ir agora, irmão Francisco, o senhor está no céu, mas eu ainda estou envolvido nos compromissos seculares deste mundo. Porém, só mais uma coisa, o senhor poderia fazer comigo uma oração, uma prece sei lá…? Desde já, muito obrigado.
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Francisco: “Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Onde houver erro, que eu leve a verdade. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe. É perdoando que se é perdoado. E é morrendo que se vive para a vida eterna. Amem!”
Reze com essa Canção de Suely Façanha que foi inspirada na oração de São Francisco de Assis: