Francisco presidiu a Missa na Casa Santa Marta, no Vaticano, na manhã desta quarta-feira, 29 de abril, dia em que a Igreja celebra a memória litúrgica de Santa Catarina de Sena, virgem, doutora da Igreja, padroeira da Itália e da Europa. Na introdução, dirigiu seu pensamento à Europa, como fez outras vezes nestes dias caracterizados pela pandemia da Covid-19:
Hoje é Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, padroeira da Europa. Rezemos pela Europa, pela unidade da Europa, pela unidade da União Europeia: para que todos juntos possamos seguir adiante como irmãos.
Na homilia, o Papa comentou a primeira Carta de São João (1,5-2,2) em que o apóstolo afirma que Deus é luz e se dissermos que estamos em comunhão com Ele estamos também em comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado. E adverte: se dissermos que não temos pecado, estamo-nos enganando a nós mesmos, mas se reconhecermos nossos pecados, então Deus nos perdoa e nos purifica de toda culpa.
A vida espiritual é simples
O apóstolo – observou Francisco – chama à concretude da vida, à verdade: diz que não podemos caminhar na luz e estar nas trevas. Pior é caminhar no indefinido, porque faz você acreditar que caminha na luz e isso o tranquiliza. O indefinido é muito traidor. O contrário é a concretude de reconhecer os próprios pecados. A verdade é concreta, as mentiras são etéreas: por isso é preciso confessar os pecados não abstratamente, mas de modo concreto.
Como diz o Evangelho do dia (Mt 11,25-30) em que Jesus louva ao Pai porque escondeu o Evangelho aos sábios e entendidos e o revelou aos pequeninos. Os pequeninos – ressaltou o Santo Padre – confessam os pecados de modo simples, dizem coisas concretas porque têm a simplicidade que Deus lhes dá. Também nós devemos ser simples e concretos e confessar, com humildade e vergonha, nossos pecados concretos.
A concretude nos leva à humildade. E o Senhor nos perdoa: é preciso dar nome aos pecados. Se somos abstratos em confessá-los, somos genéricos, acabamos nas trevas. É importante – afirmou o Papa – ter a liberdade de dizer ao Senhor as coisas como elas são, ter a sabedoria da concretude, porque o diabo quer que nós vivamos na indefinição, nem branco nem preto. O Senhor não gosta dos mornos. A vida espiritual é simples, mas nós a complicamos com nuances. Peçamos ao Senhor – concluiu Francisco – a graça da simplicidade, a transparência, a graça da liberdade de dizer as coisas como elas são e de conhecer bem quem somos diante de Deus.