Hoje, enquanto preparava meu almoço e ouvia o pagodinho “Pensamento Girando”, o gás acabou. Embora 1 ano e 3 meses seja uma longa vida para um gás, eu ainda não estava pronta para me despedir dele. Ele se foi, deixando uma carne crua, um arroz malcozido e mais uma parcela no meu cartão de crédito.
Mas essa é a vida adulta: um eterno revezamento de alegrias e tristezas que precisam coexistir sem que uma atrapalhe a outra. Estou aprendendo isso aos pouquinhos.
Confesso que, em um primeiro momento, fiquei chateada. Isso não estava nos meus planos. Mas, como uma boa filha que tento ser, mesmo capengando às vezes, fiz como o Morelzinho: “Parei, sentei e fiz uma prece: Deus, me ajuda!”
Respirei fundo, comprei um novo gás e terminei meu almoço. Ainda deu tempo de incluir um ovo frito no cardápio. Foi quando percebi que todo o cronograma que havia preparado para o meu dia tinha sido desfeito. E o pagode me lembrou: “Entendi que não dá pra tudo controlar, vi que minha segurança está em Suas mãos”.
Agora, quando escuto essa canção, lembro do meu gás. Não sei quanto tempo ele permanecerá comigo, mas, até sua partida, irei aproveitar cada segundo, como quem faz aquele bolo dos sonhos, mesmo que haja um pedacinho queimado. Não deveria ser assim também na vida?
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Estamos sempre querendo certezas. Contudo, o máximo que encontramos são probabilidades de dar certo. A margem que falta é preenchida pela coragem.
A coragem de saber que, mesmo quando nossos planejamentos são desfeitos, quando Deus nos desinstala, o novo pode ser infinitamente melhor do que aquilo que havíamos pensado. Meu almoço, por exemplo, ficou ainda mais gostoso.
É como disse um sábio senhor sempre jovem: “Deixe-se desinstalar, porque Deus sempre nos desinstala para melhor, nunca para pior. Seja alvo da surpresa de Deus!”.
Que Deus nos dê essa graça. E, por favor, interceda para que meu gás dure, pelo menos, 1 ano.