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Resultados Eleitorais

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Os resultados eleitorais norteiam o caminho da sociedade.Esta obviedade guarda no seu bojo exigências e consequências. É grande aresponsabilidade cidadã de votar. Um desafio, às vésperas das eleições,escolher candidatos que garantam maior qualificação dos quadros parlamentares eexecutivos. O ato de votar precisa ser precedido de um exercício cidadão deaplicação de critérios para ajuizar valoração quanto aos nomes que estão seoferecendo para serem sufragados nas eleições deste ano.

 Este exercício supõe muito mais que a comum tentativa de tersido convencido, enquanto eleitor, por meio de argumentos variados que, àsvezes, desqualificam o adversário. Ou os que enaltecem de maneira exagerada eaté fanática, alguma figura com seus feitos e conquistas não localizados,devidamente, no leito de suas obrigações e das condições garantidas e propíciaspara que se chegasse a metas e exigências quanto ao bem da sociedade.

 É incontestável que a propaganda eleitoral gratuita tenhaimportância, por vezes mais informativa e laudatória na direção de um exitoso erápido convencimento e menos como contribuição educativa para que cada cidadãoexerça seu poder intransferível de maneira independente e com escolhas quegarantam o melhor para a sociedade. Não se pode, no entanto, deixar dereconhecer o quanto tem amadurecido a cidadania na sociedade brasileira. Ospartidos têm, é verdade, uma contribuição no âmbito próprio de suasconfigurações ideológico-partidárias que impulsionam e alavancam, de algum modo,os discernimentos – embora se constate as indecifráveis e inexplicáveiscoligações que misturam combinações por força do interesse de agregar votos quenão estariam naquela urna se respeitados princípios e diferenças.

 Urge, por isso, uma reforma política que adentre os meandrosda realidade eleitoral para ordenar as práticas e exercícios. A contribuiçãomais significativa, e com força educativa, preparatória para o ato cidadão devotar, é tecida pela ética dos valores e dos princípios transformados em critériospara avaliar os candidatos. Há, no entanto, um sinal do quanto ainda falta paraesse amadurecimento. É curioso ouvir a consideração de que se trata de umapostura geral, por isso mesmo, gerando a vaga sensação, quando se fazreferência à postura educativa, neste caso no contexto eleitoral, por parte daIgreja Católica. A Igreja não faz política partidária, essa tem suaincontestável e necessária importância. Ela não pode correr o risco de perderrumos, declinando em direções antidemocráticas e autoritárias. Esta referênciatem poder maior do que propaganda eleitoral, ideologia partidária ou outrasrazões, como aquelas que incluíam a retribuição de favores, os votos compradosou a condição do eleitor encabrestado. Os critérios éticos discursados em documentose cartilhas, debates e reflexões na Igreja Católica têm força na ideia queclareia realidades, nomes e permitem discernir o melhor para a sociedade.

 A clareza advinda da propriedade dos valores e critérioséticos não permite comprometimentos no exercício da cidadania. Quando seconsidera a responsabilidade de perseguir o bem comum, tarefa de cada indivíduoe também do Estado, deve-se ter em mente que esta é a razão de ser daautoridade política, supondo que os eleitos tenham comprovada condição paraesse exercício. Isto não se alcança sem profundidade ética que configura ebaliza condutas, evitando desvios, garantindo interpretações adequadas darealidade, sensibilizando para o diálogo e capacitando para a priorização dasnecessidades dos mais pobres.

 Na verdade, o discurso ético, incidindo no contextoeleitoral, é tão mais forte em si do que o partidário, que respeita e investena cidadania e tem força para influir nos resultados eleitorais. Compreende-se,portanto, que o horizonte ético traçado para avaliar cada candidato temincidência nos resultados eleitorais. Aliás, precisa ter, sem entrar naconfusão que seria gerada ao dizer que a Igreja não é mais a Igreja, e sim opartido tal, ou cabo eleitoral de tal candidato.

 Cada cidadão, iluminado pela fé e pela ética, tem poder,agora, de definir novo quadro político e influenciar, de maneira determinante,nos resultados eleitorais.


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