Tudo aquilo que um dia joguei pedra, hoje joga contra mim. Quando achei que estava certo, foi no momento que cai em uma profunda busca, onde a mesma me fez ver o quanto eu era egoísta, intolerante e ao mesmo tempo ingênuo. Só era bom se fosse do meu jeito, do meu modo. Nada me agradava, quase tudo era imperfeito, as pessoas não eram ninguém pra cobrar de mim aquilo que nem elas tinham. Era muito fácil chamar os outros de alienados, falsos moralistas e varias outras coisas. O ateísmo andou comigo durante anos, tinha muita raiva de qualquer tipo de religião, principalmente a Católica, não dava ouvidos as coisas que falavam de Deus.
Criei um mundo só meu, com um “deus” só meu, ou melhor, nesse meu mundo nenhum tipo de “deus” existia, pois se existia ele tinha feito o mundo um inferno, com injustiça, ódio, preconceito…
Em certo dia percebi que o mundo não era um monstro, o monstro era meu orgulho que não aceitava Deus, que não aceitava suas leis, não aceitava ser amado por Ele, só porque nunca O tinha visto. Achava que Deus era injusto, na verdade Ele é justiça pura, injusto era eu, que não O aceitava em minha vida. Achava que Deus era injusto, porque muitas pessoas morrem de fome todos os dias. Enganei-me, Deus criou tudo na medida certa, o homem com seu egoísmo que modificou tudo, querendo mais pra ele, deixou os outros sem…
Com o passar do tempo, fui vendo que minha vida estava virando um inferno, fui buscando resolver tudo sozinho e da minha forma. Só porque eu tinha algumas ideias diferentes dos outros me achava o cara, o dono da razão, achava que poderia mudar o mundo. Como eu ia mudar o mundo, se eu não administrava nem meu próprio mundo? Eu queria ser o filosofo revolucionário, era revoltado com a sociedade, lutava por causas que não fazia sentido pro bem de todos.
Por fora eu era feliz, brincalhão, mas meu espirito era inquieto, me deixava maluco, depressivo. Buscava preencher os vazios que havia em mim com coisas que me deixavam mais pra baixo, que no momento me deixava bem, mas depois me deixavam depressivo.
Hoje sou feliz, sinto uma paz espiritual sem explicação, sem precisar preencher meus vazios com coisas que futuramente me deixarão mais pra baixo. Descobri que Deus existe sim, Ele está sempre ao meu lado, basta abrir o coração e deixá-lo trabalhar. Eu achava que Deus era o nada, mas foi com “nadas” que tentei preencher meu nada. Achava que Deus não existia porque não via Ele, mas foi com coisas que são visíveis, que tendei ser feliz. Tudo passa, só Deus fica.
“Por muito tempo não acreditei
me escondi, duvidei
se tudo ao meu redor era ausência Tua,
já não ouvia mais a Tua voz.
Só acreditarei se eu tocar
teu lado aberto e sentir pulsar
a alegria dos que creem em Ti,
poder ouvir Tua voz dizendo-me…”
Shalom!!
Iego Jereson Albuquerque Fernandes – 18 anos
Estudante do segundo semestre do curso de Filosofia na Universidade Estadual Vale do Acaraú