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Uma vida que gerou frutos de santidade

Toquei no mistério da vida do meu filho em sua breve existência.

comshalom

A maternidade nos ensina e prepara para o serviço e para a entrega total daquilo que somos e temos, ela nos empurra para os braços de Deus! Principalmente quando temos uma família numerosa onde alegrias e tristezas, lutas, vitórias e derrotas são abundantes, mais constantes e vivenciadas com grande intensidade.

Vou partilhar com vocês um desses momentos em que somos virados pelo avesso…

Tudo começou com feliz descoberta da vida! Depois de alguns anos de espera, nosso filho José tinha sido concebido, mas logo a alegria deu lugar a uma imensidão de sentimentos: medo, angústia, raiva, tristeza, solidão e dor, na segunda ecografia não havia batimentos cardíacos, meu filho estava morto, ficou comigo apenas dois meses e, quando comecei a perceber sua presença em meu corpo, ele se foi. 

Não veria seu rostinho, não o seguraria em meus braços, não o amamentaria. Não faria coisas como colocar na cama, ensinar a ler, ou realizar todos os sonhos que tinha com ele. 

Por que? Não sei, essa é uma pergunta para a qual não tenho resposta, só tenho a certeza de que Deus me permitiu viver na carne o que minha boca professava, por exemplo, que Ele me ama e tem Seus olhos fixos em mim a todo instante. Que Ele não me abandonaria no momento em que mais eu precisava dEle, que Deus é Amor e que para ressuscitar é preciso passar pela Cruz.

Durante o processo de acolher a cruz, abraça-la e amá-la, fui tocando no mistério da vida desse filho, na breve existência dessa criança. Vou percebendo claramente sua missão, como sua vida gerou frutos de santidade, quantos foram alcançados ao assistirem o vídeo do anúncio da chegada do sexto filho em nossa família, quantos testemunhos recebi de casais que decidiram parar de usar anticoncepcionais, outros que mesmo sendo ateus derramaram lágrimas ao ver nossa alegria, outros tiveram seus corações feridos pela loucura do Evangelho lido através da vida do meu pequeno José!

Quanto a mim, tive que passar para o outro lado… Aquela que cuidava precisou ser cuidada, por causa da gestação e depois da perda precisei ficar de repouso, pois tive algumas complicações no período da recuperação. Meu Deus! Como fui amada pela minha família, meu esposo e meus filhos me cobriram de amor, carinho, cuidado e atenção, pude mais uma vez colher os frutos que vou plantando desde aquele “Sim” que dei no altar há 21 anos.

Vou terminando por aqui com essa linda frase, que consola muito meu coração:

O Céu passou a ser-me mais querido, porque uma parte de mim já estava lá.

(O amor que dá a vida, Kimberly Hahn)

Cláudia Ferreira de Carvalho | Comunidade de Aliança Shalom


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