O trecho do Evangelho de hoje (Lc 17, 11-19) mostra a relação que Jesus tinha com aqueles que no seu tempo eram rejeitados pela sociedade. Os leprosos eram obrigados a carregar sinos para advertir as pessoas que estavam se aproximando delas.
Eles pediram a Jesus: “Tende compaixão de nós” e Jesus os ouviu.
É interessante perceber que os leprosos não foram primeiro curados para depois ir ao sacerdote. À medida que foram andando em direção ao sacerdote, ocorreu a cura. Eles deram um passo na fé. Muitas vezes, Jesus também pede isso a nós. Ele pede que caminhemos em uma direção, mas, na verdade, queremos ter “mais segurança”, temos dúvidas se devemos ir naquela direção. Mas muitas vezes, a segurança vem à medida que caminhamos. Foi o caso da cura dos dez leprosos.
Outra discussão importante trazido pelo Evangelho de hoje está relacionada ao preconceito. Naquela época, os judeus consideravam impuros os leprosos e os samaritanos.
O preconceito é sempre odioso, porque aprisiona as pessoas em um “conceito” pré-estabelecido. Isso rouba a capacidade de amar. Quando somos movidos pelo amor, somos capazes de ir além do que se pré-estabelece sobre as pessoas. Quem ama não deve se deixar conduzir por isso. O amor supera o que é dito, o que se acha sobre alguém ou sobre o grupo ao qual se pertence.
Um cristão não pode ter “preconceito”, mas deve aderir ao “conceito” baseado na verdade, o Evangelho, que é sempre amor e misericórdia por todos os homens e mulheres. A partir desse conceito, ele deve se relacionar com as pessoas e as situações e, sempre movido pela caridade, pode julgar as realidades sob a ótica do Evangelho. O preconceito não dá ao outro a menor chance, mas mata-o, mata a esperança.
O historiador e missionário da Comunidade Católica Shalom Carmadélio Souza comenta o Evangelho de hoje, propondo uma reflexão aplicada à vida do homem contemporâneo.
Ouça: