Quando em 2005 o Papa João Paulo II fez sua Páscoa, todos ficamos muito tristes e sofridos. Em meio àquela dor, tínhamos a expectativa de quem seria o próximo Papa, e assim que o Cardeal Ratzinger foi anunciado como Sucessor de Pedro, nosso coração foi tomado de grande alegria e inexplicável consolação!
Depois desta primeira alegria, foram tantas outras as alegrias que nos visitaram, e fui tão alcançada pessoalmente pelo seu pontificado: na primeira homilia em que falou de seu anel de pescador de homens, minha primeira JMJ com ele, na Alemanha (eu e os outros jovens do Shalom corríamos atrás do Papa Móvel), o Jubileu Paulino, as belas catequeses, as expressões que chegavam a ser poéticas e cativavam o nosso coração, o Ano Sacerdotal, a instituição do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização e tantas outras pequenas e grandes coisas que me marcaram…
Outro momento singular para mim, foi quando nossa Comunidade foi convidada para participar de um Congresso promovido pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, em xxxx. Por bondade de Deus e da Comunidade, eu fui uma das representantes, com Moysés e outros irmãos. Foi um encontro muito rico em que ele se fez presente em audiência com os participantes e em que presidiu a Celebração Eucarística de conclusão do evento. Quanta riqueza, quantas alegrias!
Uma eterna gratidão
Como sou grata ao Pontificado de Bento XVI! Foi neste período que nossa Comunidade teve seu Reconhecimento Pontifício. Sim! Foi de suas mãos que recebemos o acolhimento materno e o envio oficial da Igreja. Ele disse que deveríamos ser “instrumentos alegres do amor e da misericórdia” e que testemunhamos a “alegria de sermos Igreja Missionária”. Muito obrigada, Santo Padre! Muito obrigada, Bento XVI!
Foi também em seu pontificado que começamos a realizar a cada 5 anos a Convenção Shalom, em 2007. Neste ano e em 2012 nos encontramos com ele em Audiência Geral, e quanta alegria tivemos quando nos chamou pelo nome: “Comunidade Católica Shalom!” Aliás, ele prolongava um pouco o “Shalom”, assim: “Shaloommmm!”, e dava uma pausa abrindo o sorriso e erguendo as mãos enquanto aplaudíamos, ou melhor, “íamos à loucura” de tanta alegria! Agora fiquei em dúvida, se ele fazia mesmo a pausa ou se nós o interrompíamos com nosso barulho e ele não tinha como parar.
Um discípulo de Jesus
Mas o pontificado de Bento XVI não foram só alegrias… houve tantas dores e perseguições… Assim vive o discípulo de Jesus Cristo! O Papa Bento XVI viveu um grande martírio, silencioso de sua parte, mas bem barulhento e exposto por tantos outros!
Não sou muito de sonhar, mas duas vezes sonhei com o Papa Bento XVI chorando. Em um dos sonhos estávamos em uma guerra, levando pessoas feridas para o hospital. Ele mesmo ia carregando os feridos, parecia ter muita força, mas carregava um de cada vez em sua ombros, mesmo sujando sua roupa branca… Em determinado momento, ele parou, suado e aflito, olhou para mim com os olhos em lágrimas e me disse: “Gabriella, me ajude… Isso é tudo o que você pode fazer? Você só pode fazer isso?” E eu, no sonho, respondi: “Não, eu posso fazer mais!”
E tirando o terço do bolso, me aproximei dos feridos que aguardavam ser atendidos, e convidei-os a rezar o terço, acolhendo a presença materna de Nossa Senhora naquele caos em que estávamos vivendo. Me acordei deste sonho chorando, sentei na cama e comecei a rezar. Fiquei me lembrando dos detalhes do sonho, pois não queria me esquecer daquela expressão do Papa me pedindo ajuda. Desde então assumi com maior intensidade o dever de oração pelo Santo Padre. De fato, a oração me aproximou ainda mais deste servo de Deus, e misteriosamente experimentei como minhas suas causas, dores e intenções.
Obrigada Papa Bento XVI
Agora que ele foi ao encontro de Deus, desejo continuar unida a ele, não mais rezando por ele, mas pedindo que ele reze por mim, pela Comunidade e por nossas intenções!
Obrigada! Muito obrigada, querido Bento XVI!