Bota de couro, guitarra em punho, roupa estilizada com botões e fivelas, e um som que fez o público pular e cantar junto no Busto de Tamandaré. Seria esse o cenário de um show rock comum se a cantora não vestisse hábito branco, fosse fundadora do instituto católico Hesed e entoasse canções de louvor a Deus. A irmã Kelly Patrícia foi uma das atrações da segunda noite do Luau das Tribos Hallelluya, evento da comunidade católica Shalom, que começou quinta-feira (17) e se encerra neste sábado (19) na praia de Tambaú, em João Pessoa.
Até os que já a conheciam se impressionaram com a performance da irmã na guitarra logo no começo do show, que abriu a segunda noite do Luau das Tribos Hallelluya. Cantora católica desde 1986, Irmã Kelly Patrícia começou a dedicar-se à vida religiosa na Paróquia “Jesus, Maria e José”, em Fortaleza, Ceará, onde nasceu. Já lançou 15 álbuns de áudio e dois de vídeo
Estreando no evento, Kelly comentou que “foi uma experiência linda ver tantos jovens querendo Deus. Vejo Deus sendo correspondido e quando ele é correspondido tudo acontece. Então quando vejo esses jovens eu penso: pronto, agora eles tem a chance de terem o que querem, de serem felizes”.
Sobre o estilo pop rock que surpreende muitos, a Irmã comenta que é apenas uma das modalidades das apresentações. “O jovem tem dificuldade de se abrir a essa experiência com Deus, existe um certo tabu, por isso essa performance. Mas Deus é infinito e não tem como não se adequar a Ele, todos os estilos se adequam”. Quanto ao figurino, Irmã Kelly conta que o nome do show é Filhos da Luz e explica que as roupas se assemelham a de um exército que luta pelo que acredita. “A fé é racional. Para lutar eu preciso saber pelo que quero lutar. Entendemos o que buscamos e partimos para a luta”, concluiu.
Trocando armas de fogo pelo microfone
Tão forte quanto a presença de Cosme no palco foi o testemunho que deu sobre sua vida. Com mais de 20 anos de carreira e 300 composições, Cosme traz ao palco do Luau das Tribos uma sensação diferente de todas as outras cinco que esteve na capital paraibana. Isso porquê o artista apresenta seu novo cd ‘Só Alegria’, com 15 músicas que prometem abençoar o coração do povo de Deus.
O nome do álbum reflete o sentimento que Cosme carrega depois da experiência vivida no tráfico do Rio de Janeiro. Após sua trajetória de nove anos no mundo das drogas e a fundação do Comando Vermelho, Cosme encontrou na palavra de Deus e na oração a oportunidade de mudar, além da sua, a vida de outras pessoas.
Cosme diz sem rodeios: “eu não sou cantor, sou animador de grupo de oração”. A afirmação é feita para enfatizar sua missão. “Meu desejo é que a partir da música e do meu testemunho quem me escuta pare para fazer uma reflexão sobre em que momento da sua vida está e o que precisa realizar de mudança nela, independente de que mudança seja. Cada palavra é diferente para cada coração, mas profundamente quero que toque especialmente os jovens que usam drogas para que não permaneçam nesse caminho.
Último Dia
Após a Celebração Eucarística e a apresentação do evento, no sábado (19) a banda baiana Alto Louvor, nascida em 2002, anima o público com o pagode e o axé das canções que defendem a cultura da paz. O grupo lançou seu primeiro CD, “Chega para Cá”, em 2007.
Dois espetáculos são apresentados na sequência, o ‘Mãe de Todos os Povos’ e ‘Matrimônio’. Encerrando a programação acontece o show do grupo ‘Adoração e Vida’, um ministério musical fundado em 2005, em São José dos Campos-SP, pelo músico Walmir Alencar e que tem a missão de transformar o palco em altar.