Muito se fala do conceito de uma vida celibatária e da identidade da vocação celibatária na vida da Igreja e do Carisma Shalom. Diante disso, gostaria de partilhar um pouco sobre três fases que fizeram parte do meu caminho de adesão ao celibato pelo Reino dos Céus.
1 – Descoberta do Chamado
A primeira fase vivenciada foi a descoberta do chamado. Nessa fase, a voz de Deus tornou-se clara, assim como a adesão em meio à sociedade atual. Esta foi a fase da manifestação dos sinais de Deus, em que Ele desejou me atrair, seduzir, flertar, enfim, me apaixonar. Interpretar estes sinais fazem parte de uma experiência concreta e objetiva mas também espiritual e, por isso, presume-se um coração sincero e abandonado diante de Deus.
Nessa fase, também foi o tempo da tomada de decisões concretas que expressam a confiança em Deus e o total abandono em suas mãos. O Senhor espera de nós corações abertos à escuta, espera de nós uma resposta, uma adesão, desprendimento e coragem.
2 – Aceitação do Chamado
A segunda fase creio que passa pelo aceitação. Aceitar a verdade de Deus. Ele nos deseja celibatários e para isso precisamos conhecer este estado de vida. Leituras conceituais, partilhas com celibatários mais experientes e, claro, um período razoável de celibato formativo. É a fase também da purificação das motivações para este chamado e de questionamentos importantes que precisam ser feitos para a maturidade de uma resposta integral e comprometida.
Em todas as fases, é importante a partilha transparente junto aos formadores comunitários e pessoais sobre todas as perguntas que vão surgindo durante o caminho. Outro aspecto primordial é a vivência integral da missão apostólica confiada pela Comunidade. É na vinha do Senhor que nos descobrimos como celibatários e como pais e mães espirituais.
3 – Cumprimento das promessas de Deus
A terceira fase está atrelada à vivência, ou seja, após descobrir e aderir ao chamado de Deus, é preciso viver, entregar-se, abandonar-se sem se preocupar com o dia de amanhã. É o tempo do cumprimento das promessas, é o tempo da fecundidade máxima, é o tempo da colheita, tempo do exercício da paternidade/maternidade espiritual e apostólica, tempo de experimentar e testemunhar a alegria de ser Shalom, consagrado, celibatário, não para si, mas para Deus, para os jovens, para os pobres, para as famílias.
Wendel Nobre
Comunidade de Aliança
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