“Fratelli tutti” é o título que o Papa estabeleceu para sua nova encíclica dedicada à fraternidade e à amizade social. O título original em italiano permanecerá assim (sem ser traduzido) em todos os idiomas em que o documento for distribuído. Como se sabe, as primeiras palavras da nova Carta Circular (este é o significado da palavra Encíclica) são inspiradas no grande santo de Assis cujo nome o Papa Francisco escolheu.
O Papa escolheu as palavras de São Francisco de Assis para inaugurar uma reflexão sobre um tema com o qual se preocupa muito: a fraternidade e a amizade social. Ele pretende se dirigir a todos os homens e mulheres de boa vontade que povoam a terra. A todos, de uma forma inclusiva, jamais exclusiva.
A dor que uniu todos os homens
Em 27 de março passado, em meio à pandemia, o Bispo de Roma rezou pela salvação de todos numa Praça de São Pedro vazia, sob uma chuva torrencial, acompanhado apenas pelo olhar doloroso do Crucifixo de São Marcelo e pelo olhar amoroso de Maria Salus Populi Romani.
“Com a tempestade – disse Francisco – caiu a maquiagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso ‘eu’ sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum à qual não podemos nos subtrair: a pertença como irmãos”. O tema central da carta papal é esta pertença comum abençoada que nos torna irmãos e irmãs.
Fraternidade e amizade social, os temas indicados no subtítulo da Encíclica, indicam o que une homens e mulheres, um afeto que se estabelece entre pessoas que não são parentes consanguíneos e se expressa através de atos benevolentes, com formas de ajuda e ações generosas nos momentos de necessidade. Uma afeição desinteressada para com outros seres humanos, independente de qualquer diferença e pertença.
Francisco quer falar verdadeiramente ao coração de cada pessoa. A Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou que o texto será publicado no dia 4 de outubro. Fique atento.