A desconfiança é um dos demônios educados que o Papa Francisco tem alertado sobre os perigos que plantam nos corações dos fiéis. Na Revista Escuta deste ano, o fundador da Comunidade Católica Shalom, Moysés Azevedo, expõe as armadilhas adotadas por este demônio e apresenta os meios de combate-lo.
“É evidentemente uma ação maligna. A prova são as consequências: ensimesmamento, orgulho, isolamento, entre outras. Afetados por esses demônios, passamos a sair da procissão que segue o Esposo Eucarístico. Queremos que nossa visão, nosso projeto e nosso entendimento particular se sobreponham. Essas atitudes dividem, ferem o corpo comunitário, criam relações de amargura e ressentimentos, ensurdecem nossa escuta, cegam nossa visão, enrijecem nosso coração”, explica Moysés.
E continua, “é preciso atenção para o fato de que a confiança em Deus gera, também, a confiança entre nós. Se não sabemos confiar uns nos outros, como vamos confiar no Senhor? E, se não confiamos no Senhor, como iremos confiar uns nos outros”.
Veja a seguir o caminho para exorcizar a desconfiança
Reconhecer
Moysés explica que o primeiro ponto para exorcizar a desconfiança passa pelo dom do discernimento para identificar e permitir que Deus revele as formas que este demônio age em nós.
“Reconhecer quando estão em ação; quando estão querendo perturbar, dividir a visão comum; quando estão querendo tapar nossos ouvidos a ponto de nos tornar incapazes de ouvir os outros e o Outro, convencendo-nos de que ‘já sabemos de tudo’, que ‘já sabemos como é’, que ‘já conhecemos muito bem determinada situação’”.
Renunciar
O segundo passo é renunciar a estes sentimentos de desconfiança em nós. “Pelo dom da fé, renunciar aos medos, aos temores, aos julgamentos, aos ressentimentos, aos partidos e às divisões. Renunciar à obra do mal.”
Expulsar
O terceiro passo é afastar de dentro do nosso coração tudo o que gera desconfiança em nós.
“Para expulsar esses demônios, é preciso apartar do nosso coração, do nosso pensamento, dos nossos sentimentos e do nosso agir toda prática interior e exterior de desconfiança. É preciso não cultivá-la nem ter amizade com ela, pois os demônios fazem com que cultivemos a desconfiança e nos tornemos ‘amigos’ dela”.
Moysés explica que também é importante “procurar ver as pessoas com os olhos da caridade e da compaixão”.
Reconciliar
O último passo é dispor-se a reconciliação profunda. “A sabedoria aqui é dispor-se à reconciliação verdadeira, cultivando a doçura e a esperança de Deus para com os outros”.
