Gilbert Keith Chesterton (1874-1936) foi um dos mais extraordinários personagens que surgiram entre os católicos de língua inglesa no século XX, e tornou-se famoso pelo livro ‘O homem eterno’ e a série de livros sobre o Padre Brown, um sacerdote detetive.
“G.K.” – como gostava de assinar seus escritos – foi jornalista, novelista, ensaísta, poeta e crítico literário. Também é recordado porque seus escritos influenciaram o pensamento de muitos conversos ao catolicismo e escritores, entre eles o irlandês Clive Staples Lewis.
Escreveu mais de 90 livros, centenas de poemas, aproximadamente 200 contos e inúmeros artigos, ensaios e obras menores. Sua memória para reter os dados que lia se tornou legendária. Um amigo relatava que podia absorver os livros “como um aspirador”.
Converteu-se do anglicanismo ao catolicismo em 1922, associando seu nome a outros grandes conversos ingleses como Graham Greene e Christopher Dawson.
Confira a seguir alguns dados curiosos sobre sua vida:
1. Teve uma mente brilhante desde a infância
Nasceu em uma família convencional no dia 29 de maio de 1874, em Londres, Inglaterra.
Desde criança aprendeu e decorou rapidamente as melhores páginas da literatura inglesa, de tal maneira que entre os 7 e 8 anos conhecia Shakespeare sem entender bem o que significavam as palavras. Depois, costumava recitar ou contar de memória contos e relatos nos momentos mais inesperados.
2. Durante sua juventude, aproximou-se de várias ideologias
Sua juventude esteve marcada por um percurso dos “ismos”, sem nenhuma convicção e quase à margem. Aproximou-se do socialismo, do radicalismo e do liberalismo.
Apesar disso, não se conformou com “convencionalismos vazios”. Muito jovem, foi jornalista no ‘Daily News’, carreira que lhe deu renome.
3. Converteu-se do agnosticismo ao anglicanismo
Durante a juventude, tornou-se agnóstico “militante”. Em 1901, casou-se com Frances Blogg, anglicana praticante, que desde o princípio o ajudou a aproximar-se do cristianismo.
Nesse período, conheceu o político e religioso anglicano Conrad Noel. Este personagem, poeta e aristocrata, se considera “socialista cristão” e despertou no jornalista uma preocupação pelo religioso e social que nunca o abandonou.
Foi uma etapa de busca para Chesterton, todas as suas investigações o conduziram ao deísmo, às sociedades teosóficas e éticas. Chegou à conclusão de que não existiam religiões novas e dois anos depois voltou a praticar a religião de sua infância: o anglicanismo.
4. Deixou o anglicanismo e entrou em plena comunhão com a Igreja Católica
“Somente a Igreja Católica pode salvar o homem da destrutiva e humilhante escravidão de ser filho de seu tempo”, escreveu G.K., que em 1922 converteu-se ao catolicismo.
Anos antes, Chesterton havia começado a aprofundar-se na teologia cristã geral, levando-o a combater várias doutrinas que considerava errôneas: o materialismo, a teosofia, os espíritas, o capitalismo plutocrático, o socialismo, o ceticismo e tudo aquilo que manifestava a “desagregação espiritual e moral de nosso mundo”, que muitos odiavam e poucos estudavam.
Como ensaísta e pensador, compreendeu que as verdades universais e perduráveis que ele procurava poderiam ser encontradas no catolicismo.
5. Sua obra mais famosa está baseada em um sacerdote católico
Seu personagem mais famoso é o Padre Brown, um sacerdote católico e detetive formidável, que aparece em mais de 50 histórias reunidas em cinco livros, publicados entre 1911 e 1935.
O personagem do Padre Brown foi inspirado no sacerdote John O’Connor, pároco de um bairro pobre de Bradford, a quem G.K. conheceu em 1907 quando visitou o povoado de Keghly, o qual – junto com o Cardeal John Henry Newman –, influenciou em sua conversão.
Por outro lado, o Cardeal John Henry Newman, foi quem o antecedeu na conversão e lhe mostrou, através de suas obras, Santo Tomás de Aquino.
6. Apoiou a ideologia do distributismo
Junto com Hilaire Belloc foi um dos autores que apoiou a ideia do distributismo, uma ideologia econômica baseada na doutrina social católica, descrita pelo Papa Leão XIII em sua encíclica Rerum Novarum e pelo Papa Pio XI na Quadragesimo anno.
Ambos foram os dois mais importantes teóricos distributistas (eles foram chamados “Chesterbelloc”, pois um estava de acordo com o outro).
Essencialmente, o distributismo se distingue pela “distribuição da propriedade” (a terra, ferramentas, recursos, capital, serviços etc.). Ou seja, tenta assegurar que a maioria das pessoas sejam proprietárias da propriedade produtiva.
7. Seu bispo iniciou as investigações para abrir sua causa de beatificação
Chesterton morreu em 14 de junho de 1936, em sua casa de Beaconsfield, Buckinghamshire, (Inglaterra), depois de agonizar durante vários dias em sua cama, ao lado da sua esposa Frances e de sua filha Dorothy.
Em 2013, o Bispo de Northampton (Inglaterra), Dom Peter Doyle, iniciou a investigação a nível diocesano para determinar se começaria o processo de beatificação e canonização do escritor inglês, o que gerou grande alegria entre muitos fiéis no mundo inteiro; assim informou naquela ocasião Dale Ahlquist, presidente da American Chesterton Society.
Fonte: Aci Digital