O Amor explica tudo
Por alguns anos, entrevistei mulheres que desejavam abortar, mas que com o auxílio das instituições Pró-Vidas escolheram continuar a gravidez. De fato, apesar de ser tão importante para a nossa vida, ser mãe, não é fácil.
O medo, a insegurança, as dificuldades financeiras, o abandono paterno, a gravidez indesejada, tudo isso trazia a elas, desde a descoberta da gravidez, um desespero horrível. A vinda de uma criança demostrava que algo saia do controle de suas mãos. Podia mudar todos os planos que tinham traçado para suas vidas, ou ainda, o questionamento de como seria possível dar dignidade à vida da criança, como: comprar comida, fraldas, remédios e com o desemprego à porta. Sim, estava difícil para elas sobreviverem na situação que se encontravam, quanto mais com uma criança.
As tentativas de aborto na busca de uma solução para a situação, as frustravam mais. Os sonhos com bebês chorando, a saúde fragilizada pela situação, a barriga crescendo, no fundo, elas tinham também um medo de matar aquela vida e ao mesmo tempo não enxergavam qualquer outra solução.
O encontro com as instituições Pró-Vidas e o apoio – jurídico, médico, assistencial, psicológico etc. – mostrava que, existiam sim, muitos problemas na vida de cada uma delas e que a única coisa que não era um problema era o bebê.
Pedi para Deus salvar minha vida
Até mesmo em casos de abusos, algumas mulheres escolhiam continuar a gravidez, “eu estava sendo abusada, a pessoa ia me matar. Pedi para Deus salvar minha vida e como ele (o agressor) não me matou, como teria o direito de matar essa criança?”
Ao desistirem das tentativas de aborto, o alívio. E a certeza de que a única pessoa que estaria com elas seria aquele filho, que com um simples sorriso e presença era capaz de aliviar todo o sofrimento e dar um novo sentido à vida daquela mãe.
O que sempre me chamou a atenção nas minhas conversas com elas foi que, abortando ou dando à luz, as situações que estavam difíceis para elas continuavam ali: o pai que não assumiu o filho, as dificuldades financeiras, o descontrole sobre os planos da vida. Então, o que fez valer à pena dar este sim à vida? O sorriso! A maioria delas me respondia que o sorriso do filho foi capaz de explicar e aliviar tudo. O Amor, sem justificativas que os filhos transmitiam a elas, explicou tudo.
O Amor que ama até o fim
Aquelas mulheres-mães não sabiam, mas o sentimento era recíproco, pois o Amor que elas transmitiam, com os cuidados, a presença e até mesmo com as lutas diárias próprias da maternidade, ensinavam aos seus filhos o que era o Amor. Mesmo sem as crianças ouvirem falar de Deus, com certeza, provavam quem seria Ele pelo amor transmitido das mães.
Esse amor de Deus, que se confunde com o amor materno, é capaz de nos fazer continuar mesmo sem elas. Ao nos apontar Deus por meio de suas vidas, provamos de que há algo que não passa. Tudo tem um sentido, não estamos sozinhos.
Por: Marcia Elizandra Faustino
Missão de Curitiba/PR
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Louvado seja Deus por cada mãe que de início quis abortar mas perceberam o grande amor que estava gerando. Destas formas Deus se faz Real em nossas vidas. Lindo texto! Parabéns!