A Basílica Santuário de Nazaré é única na Amazônia brasileira e tem a história vinculada à imagem de Nossa Senhora de Nazaré encontrada por Plácido às margens do igarapé Murutucu.
Contexto histórico
No dia 19 de julho de 1923, um acontecimento marcava ainda mais o lugar sagrado que seria conhecido mundialmente como referencia pela devoção mariana na Amazônia: a então Paróquia Nossa Senhora de Nazaré do Desterro recebia o título de Basílica Menor, a terceira erguida no Brasil e a primeira do norte do Brasil.
Começou a ser construída em 1909, onde havia uma igreja menor desde o século XVIII. Possui estilos inspirados no neoclássico. Na fachada da igreja, há duas inscrições em latim: “Deiparae Virgini a Nazareth” (Virgem de Nazaré Mãe de Deus) e a inscrição menor, “Salve Regina Mater Misericordiae” (Salve Rainha Mãe de Misericórdia).
A construção foi inspirada na Basílica São Pedro Fora dos Muros (Roma) e possui algumas semelhanças na Basílica Sagrado Coração (em Paris).
Interior da Basílica
Tudo na Basílica dirige-se para o Altar-mor, onde está a imagem de Nossa Senhora, e é de lá que os mosaicos, iniciados pela direita, “rezam” o Salve Rainha.
Nas áreas laterais também pode-se observar mosaicos das mulheres que estão na Bíblia e guardam lições que serão encontradas na Virgem Maria. A Basílica fica localizada na Praça Santuário, que faz parte do Conjunto Arquitetônico de Nazaré.
A Basílica é linda por dentro. São cinco naves repletas de lindos vitrais franceses (53 no total) e com as paredes superiores todas em mosaicos italianos. As imagens da Via Crucis que estão nas laterais, dentro de grandes círculos, representam as contas de um enorme terço, que tem nas grandiosas portas de bronze a representação do crucifixo.
E, por fim, a imagem original que foi achada em 1700, dando origem a tudo. Ela tem 28 cm de altura e fica em redoma de cristal no altar-mor, o Glória.
Os medalhões e os altares
Os medalhões que compõem a beleza arquitetônica do Santuário da Rainha da Amazônia representam momentos significativos da Vida de Maria, desde seu nascimento até a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos no dia de Pentecostes.
Os altares laterais: Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora das Dores, São José, Santa Teresinha, Santas Bem Aventuradas, Santos Bem Aventurados, São Miguel Arcanjo, Santo Antônio de Lisboa, Santo Antônio Maria Zaccaria e Imaculado Coração de Maria.
Um Santuário mariano
Durante o Círio de Nazaré, a imagem da Santa é levada da Catedral de Belém à Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. Mas a imagem que vai na procissão não é esta, chamada de imagem “Original”. Desde 1969, ela foi substituída por outra, que é chamada de “imagem peregrina”, a que sai em todas as procissões e outras cerimônias.
Em 2006, a Igreja foi elevada à categoria de Santuário Mariano Arquidiocesano pelo então Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Orani Tempesta. Uma Igreja recebe o título de “Basílica”, concedido pelo Papa, devido à sua importância espiritual e histórica para o povo da região na qual é localizada. Tendo em vista a magnitude da expressão da fé e devoção do povo paraense por Nossa Senhora de Nazaré e sendo a casa da Rainha da Amazônia, um lugar de acolhimento e importante significado diante o papel da Igreja Católica no Brasil, confira um trecho do texto que compõe o documento papal que evidencia celestial feito:
“Existe na cidade de Belém do Pará, Brasil, a igreja paroquial erigida em honra da Virgem, sob a invocação da Bem aventurada Virgem de Nazareth, que, pela imponência da construção, pelo esplendor das obras de arte, pelo brilhantismo do culto, celebérrima outrossim pela frequência e devoção dos fiéis, pode com justiça e direito ser enumerada entre os principais santuários consagrados em terra brasileira, à Bem aventurada Virgem Maria. […] nos dignemos elevar esta igreja à categoria Basílica.”
Assim passou a chamar-se Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré por receber romeiros e peregrinos, principalmente na época do Círio de Nazaré.
Círio de Nazaré
O Círio de Nazaré é uma grande festa da igreja católica em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré. Ele acontece todo mês de outubro e dura 15 dias, num período denominado de quadra nazarena. Nesse período, acontecem inúmeras atividades festivas pelo estado do Pará, mas as de maior destaque são as da capital, Belém.
Nossa Senhora de Nazaré tem duas imagens que participam do Círio. Uma é a original, encontrada por um caboclo no século 18 próximo a um curso d’água (onde hoje é a Basílica de Nazaré), e a outra é a imagem peregrina, que participa das procissões, romarias e cortejos junto ao povo.
Chamada de imagem “autêntica” ou “imagem do achado”, a escultura de madeira encontrada pelo caboclo Plácido, no ano de 1700, tem 28 cm de altura, cabelos caídos sobre o ombro direito e carrega ao colo o Menino Jesus despido com um globo nas mãos. Aos pés da Virgem, há a cabeça alada de um anjo, que é o símbolo iconográfico da glória
celestial. Na Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, a imagem autêntica fica em redoma de cristal no altar-mor, o Glória , entre anjos, nuvens e um belo esplendor de raios.
De lá, ela só é retirada uma vez ao ano, numa cerimônia conhecida como a “Descida da Imagem” ou “Descida do Glória”, que ocorre na véspera do Círio, às 12h. Após a descida do Glória, durante toda a quinzena da Festa, a imagem fica num nicho instalado no presbitério, portanto mais perto dos devotos. Desde que foi encontrada, a imagem autêntica já foi restaurada três vezes. Ela é coberta por um manto canônico, trabalhado com fios e enfeites
de ouro. A imagem original e a imagem peregrina nunca ficam no mesmo lugar – quando a peregrina chega à Basílica, é colocada na Praça Santuário.
O costume dessa época no Pará é bem interessante e diferente, até porque as pessoas se cumprimentam e desejam um “Feliz Círio” uns aos outros. O Círio de Nazaré se compara ao Natal no estado do Pará. As pessoas se reúnem,
festejam e fazem banquetes geralmente composto por comidas típicas após as celebrações.
Em outubro deste ano completam-se 19 anos que o Círio de Nazaré é reconhecimento Patrimônio Cultural do Brasil.
Devoção
A devoção a Nossa Senhora de Nazaré teve início em Portugal. A imagem original da Virgem pertencia ao Mosteiro de Caulina, na Espanha, e teria saído da cidade de Nazaré, em Israel, no ano de 361, tendo sido esculpida por São José. Em decorrência de uma batalha, a imagem foi levada para Portugal, onde, por muito tempo, ficou escondida no Pico de São Bartolomeu. Só em 1119, a imagem foi encontrada.
A notícia se espalhou e muita gente começou a venerar a Santa. Desde então, muitos milagres foram atribuídos a ela.
No Pará, foi o caboclo Plácido José de Souza quem encontrou, em 1700, às margens do igarapé Murutucú (onde hoje se encontra a Basílica Santuário), uma pequena imagem da Senhora de Nazaré. Após o achado, Plácido teria levado a imagem para a sua choupana e, no outro dia, ela não estaria mais lá. Correu ao local do encontro e lá estava a “Santinha”.
Em 1792, o Vaticano autorizou a realização de uma procissão em homenagem à Virgem de Nazaré, em Belém do Pará. Organizado pelo presidente da Província do Pará, capitão-mor Dom Francisco de Souza Coutinho, o primeiro Círio foi realizado no dia 8 de setembro de 1793. No início, não havia data fixa para o Círio, que poderia ocorrer nos meses de setembro, outubro ou novembro. Mas, a partir de 1901, por determinação do bispo Dom Francisco do Rêgo Maia, a procissão passou a ser realizada sempre no segundo domingo de outubro.
Informações úteis:
Venha visitar: Avenida Nazaré, 1300 – Belém – PA, 66035-140
Site: Basílica de Nazaré
Serviço
CJS 2023 Belém – Maria levantou-se e partiu apressadamente
Quando: 21 a 23 de abril de 2023
Local: Belém (PA)
Inscrições: [link]
Mais informações: @juventudesh_
Confira:
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