Igreja

Conheça o mais novo venerável da Arquidiocese de Fortaleza

Dom Antônio de Almeida Lustosa, SDB, foi um bispo católico brasileiro e teve o reconhecimento da Santa Sé no dia 22 de junho de 2023 pelo Papa Francisco

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Dom Antonio de Almeida Lustosa (Imagem/Reprodução)

No último dia 20 deste mês, o Dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé reconheceu as virtudes heroicas, a reputação e os sinais de santidade do servo de Deus Antônio de Almeida Lustosa, SDB.

Na audiência em que o Papa Francisco recebeu o prefeito do Dicastério para a Causa dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, também foi autorizada a promulgação do decreto que torna venerável a Irmã Lúcia, guardiã do “terceiro segredo” de Fátima. Francisco reconheceu as virtudes heroicas de outros três servos de Deus e o martírio de dez sacerdotes e dez leigos da arquidiocese de Sevilha, mortos durante a Guerra Civil Espanhola em 1936: eles serão proclamados Beatos.

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Breve biografia

Antônio de Almeida Lustosa nasceu em 11 de fevereiro de 1886 de uma família da burguesia de São João del-Rei, em Minas Gerais. Dos pais, aprendeu o espírito de sacrifício e o valor do trabalho. Os salesianos tinham aberto fazia pouco um internato – o Colégio Dom Bosco – em Cachoeira do Campo (MG).

‍Antônio ali foi aos 16 anos. Dois anos depois, decidiu tornar-se salesiano. Distinguiu-se por penetrante inteligência e por real empenho na vida religiosa. Aos 26 anos já era ordenado sacerdote. Foi feito mestre de noviços, e também diretor (em Lavrinhas, no estado de São Paulo), sendo encarregado da formação dos aspirantes salesianos, dos estudantes salesianos de Filosofia e também de Teologia. Além de ensinar, formava ao apostolado salesiano numerosos clérigos, animando, com a ajuda deles, as paróquias e os oratórios nas cidadezinhas próximas.

Em 1925, foi eleito bispo de Uberaba (MG). Achou o seminário praticamente vazio: depois de um ano tinha no ginásio perto de 30 seminaristas. Interessou-se pelos excluídos, fazendo sua a urgência da justiça social. Não haviam passado sequer quatro anos, foi transferido a Corumbá, no hoje Mato Grosso do Sul, sede maior e com maiores dificuldades para a evangelização. Após dois anos, foi nomeado arcebispo de Belém do Pará (PA), onde ficou dez anos, prodigalizando-se com a mesma generosidade de sempre.

Em 1941, foi transferido à sede de Fortaleza, no Ceará, onde pastoreou por 22 anos, vivendo intensamente o “Da mihi animas” de Dom Bosco. Convencido de que a primeira evangelização consiste no redar dignidade às pessoas e famílias mais pobres, fundou ambulatórios, o hospital São José, escolas populares gratuitas e círculos operários. Inaugurou a “Sopa dos pobres” e os Serviços Sociais da Arquidiocese. Sem nunca esquecer o pastoreio das almas, deu vida ao Pré-Seminário, ao Santuário “Nossa Sra. de Fátima” e à ‘Rádio Assunção Cearense’. Para dar assistência às famílias do campo fundou a Congregação das ‘Josefinas’.

A renúncia como arcebispo de Fortaleza foi 11 de maio de 1963 e o falecimento como arcebispo emérito de Fortaleza no dia 14 de agosto de 1974.

Ações Pastorais e Administrativas 

Escreveu vários livros, desde literatura infantil a cartas pastorais e inúmeros artigos nos jornais. Fez também hinos religiosos, com letra e música de sua autoria. Já em 1947 convocou e realizou o 2º Sínodo Diocesano. Criou a Escola de Serviço Social em 1950, reconhecida de nível superior em 1956. Desde 1976 faz parte da Universidade Estadual do Ceará.

Trouxe para a Arquidiocese de Fortaleza a casa mãe das Irmãs Cordimarianas, e ainda fundou o Instituto dos Cooperadores do Clero, em 10 de fevereiro de 1957, com a finalidade de dar aos párocos cooperadores leigos que os ajudassem nos trabalhos paroquiais, além de fundar a Congregação das Josefinas. Logo depois, fundou, em 1962, a Rádio Assunção, que funcionou como emissora católica da Arquidiocese até o episcopado do cardeal  Dom Aloísio. Deu continuidade à construção da Catedral São José  e iniciou a construção do Seminário Menor, hoje Seminário de Teologia, no bairro Dias Macedo.

Iniciou no Palácio Episcopal a Caritas na Arquidiocese e acolheu ( ou convidou a vir), várias congregações religiosas masculinas e femininas. Criou 34  paróquias, durante o ministério episcopal foi criada a diocese de Iguatu.

Outras habilidades

Dom Antônio foi um escritor prolífico nos setores mais variados: teologia, filosofia, espiritualidade, hagiografia, literatura, geologia, botânica. Também é ressaltado o seu senso de humor e apreciada a habilidade no campo artístico: são seus os vitrais da Catedral de Fortaleza.

Em 1963, se retirou à Casa salesiana de Carpina (PE), onde transcorreu os últimos 11 anos de vida e onde aos 14 de agosto de 1974 entregou a sua alma a Deus. Os restos mortais estão na cripta da Catedral de Fortaleza.

“Como não evocar aqui em Fortaleza a figura admirável de Dom Antônio de Almeida Lustosa que repousa nesta Catedral e que deixou nesta Diocese a imagem luminosa de um sábio e de um santo. Possa a recordação destes irmãos, e de tantos e tantos outros, que nos precederam com o sinal da fé, estimular-nos mais e mais no serviço do Senhor”, disse o papa são João Paulo II em discurso aos bispos do Brasil na catedral metropolitana de Fortaleza durante a visita ao Brasil em 1980.

Processo de canonização

O processo de canonização de dom Antônio foi aberto pela arquidiocese de Fortaleza em 1993. Em 1° de janeiro de 1993, dom Orani João cardeal Tempesta, então arcebispo de Belém (PA), assinou o processo arquidiocesano e o remeteu para Roma.

Em 1963 se retirou à Casa salesiana, de Carpina (PE), onde transcorreu os últimos 11 anos de vida e onde aos 14 de agosto de 1974 entregou a sua alma a Deus. Seu corpo repousa na Catedral de Fortaleza.

Agora a ‘Positio’ é estudada pelos Cardeais e Bispos da Congregação das Causas dos Santos: estas articuladas fases de estudo e avaliação permitirão ao Sumo Pontífice, em caso de êxito positivo, declarar Dom Antônio de Almeida Lustosa “Venerável Servo de Deus”. Servirá depois um milagre atribuído à sua intercessão para abrir caminho pelo rumo da Beatificação.

Vale lembrar que no processo de canonização é iniciado quando alguém, que pode ser qualquer fiel batizado, morre com fama de santidade. Há quatro estágios nesse processo: servo de Deus, venerável, beato e santo.

-Com informações Arq. Fortaleza


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