Shalom

SHALOM EM ISRAEL: Brasileiro missionário em Haifa relata escolha de permanecer em Israel

A cidade de Haifa fica localizada na região da Galiléia, onde, até o momento, não há ataques.

comshalom
FOTO: Arquivo Pessoal.

Compaixão. Esta é a expressão que traduz como estão os missionários brasileiros da Comunidade Shalom na Terra Santa, após os últimos acontecimentos com o conflito no Oriente Médio. 

A guerra entre Israel e a Palestina já perdura por quase um mês. Neste período, segundo dados divulgados na imprensa, estima-se que o número de mortos na guerra em Gaza chegou a 5.791, de Israel são 1.402 mortos. 

Desde o ano 2000, a Comunidade Católica Shalom está presente em uma das maiores cidades de Israel, Haifa, que fica localizada na região norte do país. São 7 missionários da Comunidade de Vida, entre homens e mulheres. Um desses missionários é de naturalidade árabe, oriundo de uma cidade do norte de Israel,Shefa-‘Amr.

LEIA TAMBÉM | Shalom está presente na Terra Santa desde 2000; confira partilha sobre a missão

Em Haifa, eles desenvolvem atividades no seu Centro de Evangelização como grupos de oração, cursos de formação sobre a doutrina cristã-católica e também tardes de adoração ao Santíssimo Sacramento. Além de ações de anúncio explícito sobre Jesus Cristo nas ruas, casas e hospitais. 

A Comunidade Shalom também está presente em Nazaré desde 2006, como resposta a um pedido da Custódia da Terra Santa (Franciscanos) para uma ajuda junto ao Santuário (Basílica) da Anunciação. Atualmente vivem na cidade nove missionários: seis da Comunidade de Vida e três da Comunidade de Aliança

O responsável pela Comunidade Shalom na cidade de Haifa, o brasileiro Marcelo Davi, contou à nossa redação sobre como eles têm vivido nos últimos dias. 

A descoberta e um sentimento: a compaixão

A guerra “eclodiu” quando os missionários de Haifa e Nazaré estavam “isolados” em um retiro de dez dias que a Comunidade Shalom realiza anualmente em suas missões, conhecido como Reciclagem

Em vista de rezar melhor e aproveitar os momentos de fraternidade, os missionários não utilizam seus celulares. Entretanto, diante do anúncio da invasão em Israel, os participantes da reciclagem foram informados sobre os ataques e orientados a ligar para seus familiares. 

Então, os missionários se depararam com o risco da guerra, mas também com a possibilidade de retornar para suas famílias no Brasil. 

LEIA TAMBÉM | Israel: Papa pede oração do terço pelo fim dos conflitos

Todos nós fomos convidados pela Comunidade, a uma reflexão do que nós queríamos. A Comunidade realmente nos deixou muito, muito livres, sem nenhum constrangimento de permanecer ou partir”, comenta o responsável. 

De forma pessoal e comunitária, eles dedicaram momentos de oração para compreender o que “Deus desejava” deles. “Até então, diante da realidade atual, cada um de nós escolhe permanecer. Desejamos ficar justamente porque Deus falou isso para nós de que colocava no nosso coração a compaixão pelo povo que estava sofrendo”.

Convocados para interceder

Assim, eles compreenderam que não por acaso os ataques começaram no início da Reciclagem, mas que era uma convocação divina para estarmos ali unidos em oração, fazendo algo que talvez, muitos não pudessem fazer. Nós estávamos unidos como comunidade (Haifa e Nazaré). E ali a gente começou a entender o nosso papel de intercessão”, revelou Marcelo Davi.  

Durante todas as manhãs do retiro eles trocaram os momentos de Laudes (oração de louvor cantada pela manhã) para rezar o Rosário juntos em intercessão pelo que o povo estava sofrendo, pelas vítimas e pelos inocentes. Marcelo conta que durante a reciclagem, receberam “graças” particulares como missionários para escolherem permanecer. Ele recorda que a Comunidade Shalom, antes de os enviar em missão para Haifa, os consultou a respeito de suas disposições em morarem no território israelense. 

>> Reze com a Oração Mariana pela Paz do Papa Francisco

Presença de esperança em meio a dor

Dos momentos de oração, dois se sobressaíram para o grupo de missionários: a parábola do Bom Samaritano (Lc 10, 25-37) e o envio a ser luz do mundo (Mt 5, 14-16).

Concluídos os dias do retiro, eles retornaram a conversar com a população e assim pôr em prática a resposta ao pedido divino de ser para o povo, como o personagem bíblico. 

Entendemos que Deus queria que nós estivéssemos aqui como presença de esperança e de alegria, mesmo que nosso trabalho no momento não esteja tão diretamente ligado às vítimas de Gaza, mas a nossa presença, a nossa intercessão, o nosso permanecer aqui é presença de Deus, é presença de Cristo, é presença da comunidade. É presença do carisma de paz nesta Terra tão necessitada de paz.

LEIA TAMBÉM | Missionários em Israel vivem dia de oração, jejum e penitência pela paz na Terra Santa

Eles têm feito ligações e visitas, escutado e aconselhado a população que se encontra aflita. 

Segundo Marcelo, nas cidades da região da Galiléia, apenas as escolas e universidades foram interrompidas temporariamente, já acontecendo de modo híbrido, por precaução a um possível ataque, a população já ter onde se abrigar. Entretanto, os demais serviços públicos das cidades dessa região estão em funcionamento normal. 

Ele conta ainda que toda a população de Haifa está preparada para todos os possíveis cenários e que eles (grupo de missionários) estão tomando todas as medidas de proteção orientadas. 

 

 

 

 


Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Comunidade Shalom. É proibido inserir comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem os direitos dos outros. Os editores podem retirar sem aviso prévio os comentários que não cumprirem os critérios estabelecidos neste aviso ou que estejam fora do tema.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.

O seu endereço de e-mail não será publicado.