Entre muitas abordagens possíveis a serem feitas sobre o tema da família, visa-se ressaltar seu papel dentro da chamada “ecologia integral”, retomando algumas reflexões do Papa Francisco em sua Encíclica “Laudato Si” e sobretudo do Papa João Paulo II por ocasião da publicação de diversas encíclicas e documentos eclesiais.
A expressão cunhada habilmente de ‘ecologia integral’ desponta a interconexão entre Planeta e universo aliada ao que se chama de “meio ambiente”, representando íntima relação entre a natureza e toda a sociedade humana.
Assim, há uma inafastável relação entre os ecossistemas e entre diferentes mundos na esfera social, por isso, “a análise dos problemas ambientais é inseparável da análise dos contextos humanos, familiares, laborais, urbanos e da relação de cada pessoa consigo mesma, que gera um modo específico de se relacionar com os outros e com o meio ambiente” (Cf. LS, n. 141).
E continua o Papa, afirmando que “Não existem duas crises, uma ambiental e outra social, mas uma única e complexa crise socioambiental”, que requer de nós uma “abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza” (Cf. LS, n. 139).
Entrementes, é na família que deve se desenvolver a “ecologia da vida cotidiana”, afinal os “ambientes onde vivemos influem sobre a nossa maneira de ver a vida, sentir e agir.
Nesta esteira, a atual realidade das instituições da sociedade traz consequências ao ambiente e à qualidade de vida de todos. Conforme a encíclica Caritas in veritate do saudoso Papa Bento XVI, encontramos que “toda a lesão da solidariedade e da amizade cívica provoca danos ambientais”. Neste sentido, a família, na qualidade de instituição basilar da vida social, torna-se um espaço fundamental para a formação de pessoas para um convívio social harmônico para a sua relação positiva com relação ao meio ambiente.
Na família deve-se desenvolver a “ecologia da vida cotidiana”, pois os “ambientes onde vivemos influem sobre a nossa maneira de ver a vida, sentir e agir. Ao mesmo tempo, no nosso quarto, na nossa casa, no nosso lugar de trabalho e no nosso bairro, usamos o ambiente para exprimir a nossa identidade. Esforçamo-nos por nos adaptar ao ambiente e, quando este aparece desordenado, caótico ou cheio de poluição visiva e acústica, o excesso de estímulos põe à prova as nossas tentativas de desenvolver uma identidade integrada e feliz” (LS, n. 147).
A ecologia humana envolve, então, muitas coisas, desde a condição de ter uma casa própria, relevante condição para a dignidade das pessoas e o desenvolvimento das famílias, passando pelas relações próximas de vizinhança, a inclusão numa rede de comunhão e de profunda pertença, amparado na arquitetura urbana que favoreça a convivência das pessoas associado à promoção do bem comum.
Forçoso se concluir que a família tem importante papel na promoção do bem comum, porquanto é a célula basilar de toda a sociedade, sendo ambiente fecundo para o florescimento de toda a pessoa humana.
Entre os vários âmbitos educativos importantes para o meio ambiente, o Papa ressalta ainda o papel central da família, porque “é o lugar onde a vida, dom de Deus, pode ser convenientemente acolhida e protegida contra os múltiplos ataques a que está exposta, e pode desenvolver-se segundo as exigências de um crescimento humano autêntico. Contra a denominada cultura da morte, a família constitui a sede da cultura da vida”.
Na família, cultivam-se os primeiros hábitos de amor e cuidado da vida, como, por exemplo, o uso correto das coisas, a ordem e a limpeza, o respeito pelo ecossistema local e a proteção de todas as criaturas. A família é o lugar da formação integral, onde se desenvolvem os distintos aspectos, intimamente relacionados entre si, do amadurecimento pessoal. Na família, aprende-se a pedir licença sem servilismo, a dizer “obrigado” como expressão duma sentida avaliação das coisas que recebemos, a dominar a agressividade ou a ganância, e a pedir desculpa quando fazemos algo de mal. Estes pequenos gestos de sincera cortesia ajudam a construir uma cultura da vida compartilhada e do respeito pelo que nos rodeia” (LS. n. 213).
A família, sobretudo a que desabrocha no ambiente comum de oração, partilha e escuta atenta da Palavra de Deus, pode levar as pessoas a criar novos hábitos, incluindo a pratica da sobriedade e “a recuperar os distintos níveis de equilíbrio ecológico: o interior consigo mesmo, o solidário com os outros, o natural com todos os seres vivos, o espiritual com Deus” (LS, n. 210).
FAMÍLIA E ECOLOGIA HUMANA
Segundo o Papa Bento XVI, “a primeira ecologia a ser defendida é a ecologia humana”. Recordando que “a criação geme em dores de parto” (Rm 8, 22) ele pontifica que: “nós podemos incluir entre os motivos de tais gemidos o dano provocado na criação pelo egoísmo humano”.
Os diversos avanços tecnológicos difundem a falsa mentalidade de que a vida humana, na forma como nós conhecemos, não passa de mero conteúdo biológico passível de intervenção desenfreada. Esta ideia, no entanto, entra em rota de colisão com o equilíbrio natural e o crescimento sadio das gerações vindouras.
Neste sentido, urge uma ecologia chamada de “humana”, como alertou São João Paulo II por ocasião da Carta Encíclica Centesimus Annus[1]. Segundo ele, além da irracional destruição do meio ambiente, “é de recordar aqui outra ainda mais grave, qual é a do ambiente humano, a que se está ainda longe de prestar a necessária atenção. Enquanto justamente nos preocupamos, apesar de bem menos do que o necessário, em preservar o ‘habitat’ natural das diversas espécies animais ameaçadas de extinção, porque nos damos conta da particular contribuição que cada uma delas dá ao equilíbrio geral da terra, empenhamo-nos demasiado pouco em salvaguardar as condições morais de uma autêntica ‘ecologia humana’. Não só a terra foi dada por Deus ao homem, que a deve usar respeitando a intenção originária de bem, segundo a qual lhe foi entregue; mas o homem é doado a si mesmo por Deus, devendo por isso respeitar a estrutura natural e moral, de que foi dotado. Neste contexto, são de mencionar os graves problemas da moderna urbanização, a necessidade de um urbanismo preocupado com a vida das pessoas, bem como a devida atenção a uma ‘ecologia social’ do trabalho.”
E continuando no número 39, o Papa afirma que “A primeira e fundamental estrutura a favor da ‘ecologia humana’ é a família, no seio da qual o homem recebe as primeiras e determinantes noções acerca da verdade e do bem, aprende o que significa amar e ser amado e, consequentemente, o que quer dizer, em concreto, ser uma pessoa. Pensa-se aqui na família fundada sobre o matrimônio, onde a doação recíproca de si mesmo, por parte do homem e da mulher, cria um ambiente vital onde a criança pode nascer e desenvolver suas potencialidades, tornar-se consciente de sua dignidade e preparar-se para enfrentar o seu único e irrepetível destino.
Para o Papa Bento XVI, “o primeiro passo para uma reta relação com o mundo que nos circunda é justamente o reconhecimento, da parte do homem, da sua condição de criatura: o homem não é Deus, mas Sua imagem; por isso, ele deve procurar tornar-se mais sensível à presença de Deus naquilo que está ao seu redor: em todas as criaturas e, especialmente na pessoa humana há uma certa epifania de Deus”[2].
Conforme defende Petrini[3], “A família emerge na cultura atual como o terreno preferido por muitos para a luta entre tradição e modernidade”.
Assim, mostra-se de extrema relevância que, tendo como ponto de partida todo o desígnio de Deus sobre o ser ‘pessoa’, ‘matrimônio’ e, sobretudo ‘família’, que não fique guardada ou como uma peça de museu, mas pelo contrário, que seja atualizado e trazido às gerações vindouras todo o fundamento que manteve a instituição familiar que, fulgurado por Cristo, se renova e se aprofunda (mas nunca se afunda).
- Da Ecologia Natural à Ecologia familiar
Como é do conhecimento comum, Ecologia tem origem em duas palavras gregas, “oikos” que significa casa (de onde vem economia) e “logos” que significa estudo, razão. Assim, ecologia se debruça sobre a casa enquanto lugar de encontro, onde é possível viver e construir a convivência harmônica.
No estudo da Ecologia entra o aniquilamento, mas também as condições para assegurar o equilíbrio da natureza, o que inclui a preocupação com o futuro do ser humano e da convivência na sociedade.
Torna-se cada vez mais visível que as pessoas, possibilitado pelos avanços tecnológicos, obtenham uma autonomia crescente e o domínio crescente sobre o corpo e consequentemente a disposição para ter filhos.
Estas escolhas são determinadas, porém, por prioridades claramente subjetivas, desprezando-se qualquer ponto de referência objetivo, afastando a natureza humana enquanto dom e desígnio do Criador.
Este é o corolário das ideias marxistas, expressas num texto de 1844[4]: “Um ser se considera independente somente quando é dono de si, e é dono de si somente quando é devedor a si mesmo da própria existência. Um homem que vive da graça alheia considera-se como um ser dependente”. E arremata que “toda a assim chamada história do mundo nada mais é se não a geração do homem por meio do trabalho humano, nada mais que o porvir da natureza do homem, ele tem a prova evidente, irresistível, do seu nascimento através de si mesmo, do processo de sua origem”.
E como diria Richard M. Weaver, as ideias têm consequências. Partindo dessa visão individualista, o homem moderno não titubeou em criar um caos da vida moderna em vista da obtenção irrefreável de lucro, prescindindo-se das gerações futuras.
Para o bem da verdade, antes da difusão profícua dos “ecochatos” (ou mais modernamente o despertar com viés ecológico), utilizavam-se atitudes notoriamente predatórias que trouxeram enorme destruição.
Nesse passo, as consequências não poderiam ser diferentes: declínio demográfico, crescente violências, aumento de doenças psicológicas, o envelhecimento da população (com repercussão nos regimes de previdência).
Neste tormentoso cenário, e falida a esperança no deus ciência, exige-se o desabrochar de uma ecologia humana abrindo-se veredas para uma nova presença de Jesus Cristo e da sua Igreja.
Na Encíclica Pós Sinodal Amoris Laetitia, que enfoca a educação dos filhos, há uma poderosa afirmação que é uma resposta ao desafiador cenário outrora descrito: A família é a protagonista de uma ecologia integral, porque constitui o sujeito social primário que contém no seu interior os dois princípios-base da civilização humana sobre a terra: o princípio da comunhão e o princípio da fecundidade.
Sem embargo, a família constitui o eixo axial que vertebra e dá plena consistência ao tecido social, pois afirma a solidariedade entre as pessoas e entre as gerações. Neste sentido, se torna a célula primária da convivência humana, desenvolvendo como ensinava São João Paulo II a chamada genealogia da pessoa.
Simultaneamente ela é santuário da vida, onde ela nasce, é acolhida, cresce e se multiplica na fecundidade enquanto dom divino. Na ecologia familiar temos a teia fundamental da vida, pois, ela torna a vida humana um valor pleno de dignidade e preciosidade.
Ainda, a ecologia familiar constitui um elo educativo fundamental, vivificando e encarnando virtudes sociais e capacidades ambientais que levam todos a um consumo responsável e desenvolve atitudes da sobriedade e simplicidade da própria vida. Mas, antes de avançar no conceito de ecologia familiar exige-se ponderar sobre desígnio de Deus acerca da pessoa, do matrimônio e, sobretudo da família.
São João Paulo II fala de uma antropologia adequada destacando que “O poder da pessoa humana de conhecer aas coisas em si mesmas, colhendo os fatos inteligíveis e universais referentes à essência e natureza delas, é um pressuposto para se basear uma consciência ética que não se resvale para o relativismo, o subjetivismo e, finalmente, para o niilismo”[5]
O Concílio Vaticano II (GS 24) declara: “O homem o qual sobre a terra é o único que Deus quis por si mesmo, só pode se encontrar plenamente no dom sincero de si”. A sexualidade, por óbvio, demonstra que não se vive para a solidão, mas para um encontro e, como via de consequência, para o dom recíproco de si. Na origem, não poderia ser diferente, está a comunhão trinitária, a qual tem como dinâmica o dom de si ao outro (kenosis).
Segundo Petrini[6], “o casal cristão, unido na fé, participa do evento eterno do Amor que se faz carne e que se doa eucaristicamente à humanidade decaída. No sacramento do matrimônio o casal vive imerso na fonte que é o coração trespassado de Cristo e participa do seu dom esponsal para a Igreja, abrindo assim a nascente deste do amor no coração do amor conjugal. O amor do casal é, portanto, assumido no amor de Cristo e da Igreja”.
Salta com clareza cintilante o enorme contraponto fundamental entre a mentalidade da exaltação da dignidade e grandeza humana contra a ideia da visão do outro como uma espécie de ameaça a ser destruída, para se garantir a subsistência do “eu”.
Ora, o desígnio de Deus repousa na primeira mentalidade, expressa no amor, na sadia sexualidade e procriação, constituindo o fundamento do matrimônio e da família. Assim, o amor, isto é, tendo como fonte a Santíssima Trindade, constitui dom de si para o bem do outro, encontra a sua plenitude humana na intimidade sexual e está aberto à procriação.
- Os desequilíbrios da ecologia humana que repercutem na ecologia familiar
No auge do culto ao “eu” (individualismo), as pessoas passam a viver mais para seus próprios problemas. Como comenta Lipovetsky (1989, p. 176, citado em Petrini, 2005, p. 24)[7]: “… estimula cada um a torna-se mais senhor e possuidor de sua própria vida, a autodeterminar-se em suas relações como os outros, a viver mais para si próprio”.
O individualismo moderno tem esteio na visão lúdica e consumista da vida causando, consequentemente, abandono de antigos valores e limites e de praticamente tudo o que exige algum tipo de estabilidade. Assim, o que outrora se constituía um valor como a disciplina, o rigor, sacrifício e determinismo, já estão fora de moda e por via de consequência, se opta pelo provisório.
O mercado, por sua vez, aprisiona o homem cuja liberdade fica afetada no sentido de impossibilidade de abertura da própria razão, que passa a ignorar a felicidade e o sentido das coisas, importando somente o aumento do lucro e do poder sobre o mundo[8]. Resta, invariavelmente, uma cultura dominante cujo objetivo é a redução dos valores e sentidos da sociedade em que esta age sem ideal e desvalorização da vida sendo que os sentimentos predominantes são aqueles relacionados com o “imediatismo, fragmentação, ausência de ideais e de respostas, de vazio e, principalmente, de desamparo”[9].
O cenário se torna sombrio com o uso de contraceptivos e da fecundação assistida, o que permitiu viver uma sexualidade dissociada da procriação e esta prescindindo-se do contato sexual.
Estes elementos distanciaram-se, cada um percorrendo um itinerário próprio, com graves consequências. Registra Petrini que “A sexualidade, separada do amor entendido como dom de si e da procriação, deixou de motivar a formação de vínculos afetivos duráveis entre homem e mulher, em vista do matrimônio e da constituição de uma família. A sexualidade pode ser vivida como jogo, livre de qualquer responsabilidade recíproca, sem nenhum vínculo entre os que assim jogam, sem nenhum efeito para além do momento em que a relação se realiza como jogo. De forma análoga, a procriação, separada do exercício da sexualidade e do amor (na fecundação assistida) aproxima-se da atividade produtiva, segundo a lógica do mercado capitalista. O filho deixa de ser um dom de Deus, fruto do amor conjugal, tornando-se um produto de tecnologia sofisticada.” E arremata “Tudo parece flutuar numa precariedade que é anunciada como uma grande conquista, mas que, na realidade, constitui uma perda de humanidade, percebida como fonte de grande sofrimento para os adultos e mais ainda para as crianças e os adolescentes.”
ECOLOGIA FAMILIAR E ORAÇÃO: VIA DE SALVAÇÃO
Como já defendido, a família é a célula fundamental da sociedade, um espaço sagrado onde se cultiva o amor, a solidariedade e a fé. Na “Familiaris Consortio” de João Paulo II, ressalta-se que a família é a escola primordial de virtudes, promovendo a formação integral dos seus membros. A oração, nesse contexto, funciona como alicerce vital, fortalecendo os laços familiares e guiando para uma vida moralmente sólida.
João Paulo II, por meio da encíclica “Familiaris Consortio,” contribuiu ainda para a compreensão da ecologia familiar. Como já defendido, a família é uma ecologia humana que precisa ser cultivada e protegida, assim como se cuida do meio ambiente. Ele destaca a importância de preservar os valores fundamentais da família, neste cenário entra a oração como ele agragador, promovendo uma ecologia social que proporcione crescimento integral de cada um de seus membros.
O termo “ecologia familiar”, portanto, na visão de João Paulo II vai além da dimensão ambiental e abraça a ideia de um equilíbrio interno, onde as relações familiares são sustentáveis e saudáveis. Ele enfatiza a necessidade de uma ecologia humana que respeite a dignidade de cada membro da família, promovendo a justiça, a solidariedade e, principalmente, a responsabilidade compartilhada.
Neste contexto, a ecologia familiar proposta por João Paulo II destaca-se como abordagem holística, reconhecendo a interconexão entre os membros familiares e a importância de se preservar a saúde espiritual (oração), emocional e social desse núcleo vital da sociedade. Assim, a visão do Papa polonês contribui para a compreensão de que a preservação da família é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada e não está dissociada da experiencia do cultivo e manejo constante da oração.
Vejam-se suas palavras na Carta Apostólica ROSARIUM VIRGINIS MARIAE: “Análoga urgência de empenho e de oração surge de outra realidade crítica da nossa época, a da família, célula da sociedade, cada vez mais ameaçada por forças desagregadoras a nível ideológico e prático, que fazem temer pelo futuro desta instituição fundamental e imprescindível e, consequentemente, pela sorte da sociedade inteira. O relançamento do Rosário nas famílias cristãs, no âmbito de uma pastoral mais ampla da família, propõe-se como ajuda eficaz para conter os efeitos devastantes desta crise da nossa época’.
Na “Familiaris Consortio”, João Paulo II destaca que a oração em família é um meio de encontrar a presença de Deus no cotidiano, fortalecendo a compreensão, a paciência e a solidariedade entre esposos, pais e filhos.
Ainda na visão das Cartas encíclicas, a mais recente “Laudato Si'” do Papa Francisco, a família é vista como parte integrante da ecologia humana, onde a oração não é apenas um ato pessoal, mas uma expressão coletiva de cuidado pela Casa Comum. O Papa destaca que a oração em família deve incluir uma atenção especial à natureza e aos mais vulneráveis, cultivando responsabilidade ecológica e social.
Assim, nas palavras da Igreja, a família e a oração formam um elo indissolúvel, construindo alicerces sólidos para a convivência fraterna e a preservação do planeta, inspirando valores que transcendem as gerações.
A oração, na perspectiva das encíclicas, é o alicerce espiritual que sustenta a família nos momentos de alegria, desafio e adversidade. Não se trata apenas um ato ritual, mas um diálogo íntimo com o divino, nutrindo a comunhão entre os membros familiares.
A “Laudato Si'” reforça essa dimensão espiritual ao integrar a oração com a responsabilidade ambiental, convidando as famílias a rezarem juntas não apenas por suas necessidades, mas também pela preservação do meio ambiente e pela justiça social.
CONCLUSÃO
Ao fazer da oração um hábito compartilhado, a família se torna uma comunidade de fé, enraizada em valores transcendentais. A oração conjunta não apenas estabelece uma ligação com o sagrado, mas também consolida os laços familiares, promovendo a compreensão mútua, a empatia e o apoio nos momentos cruciais da vida.
Nesse contexto, a oração emerge como uma fonte inesgotável de força e esperança, consolidando a família como um espaço onde a espiritualidade molda a convivência e os propósitos comuns.
Paulo César Gomes Albuquerque
Excerto do trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília – FATEO, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Ciência da Família.
Orientador: Prof. Ms. Jerônimo Lauricio
[1] JOÃO PAULO II. Centesimus annus. São Paulo: Paulinas, 6ª edição, 2004, p. 72
[2] Mensagem do Papa Bento XVI ao Presidente da Conferência dos Bispos do Brasil por ocasião da Campanha de Fraternidade de 2011
[3] FAMÍLIA E ECOLOGIA HUMANA IX Congresso Nacional da Pastoral Familiar – Belo Horizonte. Extraido de https://www.arquidiocesedefortaleza.org.br/wp-content/uploads/2011/10/xiiiCongFamDomPetrini1.pdf
[4] MARX, Karl. Manoscritti Economici-filosofici del ’44. Trad. de N. Bobbio, Torino: Einaudi, 1968, p. 122-125
[5] ALBUQUERQUE, Francsico D. A.; ASSUNÇÃO, Rudy A. (coord.). O amor me explicou todas as coisas: introdução ao pensamento filosófico de Karol Wojtyla/João Paulo II. Tomo I. Rio Bonito: Benedictus, 2022
[6] FAMÍLIA E ECOLOGIA HUMANA IX Congresso Nacional da Pastoral Familiar – Belo Horizonte. https://www.arquidiocesedefortaleza.org.br/wp-content/uploads/2011/10/xiiiCongFamDomPetrini1.pdf
[7] Petrini, J. C. (2005). Mudanças sociais e familiares na atualidade: reflexões à luz da história social e da sociologia. Memorandum. 8, abr., 20-37
[8] Petrini, J. C. (2005). Mudanças sociais e familiares na atualidade: reflexões à luz da história social e da sociologia. Memorandum. 8, abr., 20-37
[9] Moreira, L. V. C (2002) Educação de filhos: desafios modernos. Veritati. II, 2, 195-205.
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