Igreja

Em mensagem, Papa pede que o homem não se torne alimento para algoritmos

A Santa Sé divulgou a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais

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Foto: Pexels

O Papa Francisco dedicou sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano ao tema da Inteligência Artificial. Com o título “Inteligência Artificial e sabedoria do coração: para uma comunicação plenamente humana”, Francisco pede que o homem não se torne alimento do algoritmo e que os profissionais trabalhem por uma comunicação plenamente humana.

>> Leia aqui a mensagem na íntegra

“Neste tempo que corre o risco de ser rico em técnica e pobre em humanidade, a nossa reflexão só pode partir do coração humano. Somente dotando-nos de um olhar espiritual, apenas recuperando uma sabedoria do coração é que poderemos ler e interpretar a novidade do nosso tempo e descobrir o caminho para uma comunicação plenamente humana”, escreve o Pontífice.

De acordo com Francisco, a sabedoria do coração é um dom do Espírito. Por ela, é possível ver as coisas com os olhos de Deus. “Sem esta sabedoria, a existência torna-se insípida, pois é precisamente a sabedoria que dá gosto à vida: a sua raiz latina sapere associa-a ao sabor”, explica.

Ainda segundo o Pontífice, não se pode esperar essa sabedoria das máquinas. “É certo que as máquinas têm uma capacidade imensamente maior que os seres humanos de memorizar os dados e relacioná-los entre si, mas compete ao homem, e só a ele, descodificar o seu sentido”.

Pessoas não devem ser reduzidas a dados

Para o Papa Francisco, é importante que cresçamos juntos em humanidade.

“Cabe a nós questionar-nos sobre o progresso teórico e a utilização prática destes novos instrumentos de comunicação e conhecimento. As suas grandes possibilidades de bem são acompanhadas pelo risco de que tudo se transforme em um cálculo abstrato que reduz as pessoas a dados, o pensamento a um esquema, a experiência a um caso, o bem ao lucro, com o risco sobretudo de que se acabe por negar a singularidade de cada pessoa e da sua história, dissolvendo a realidade concreta numa série de dados estatísticos”.

E conclui, “A resposta não está escrita; depende de nós. Compete ao homem decidir se há de tornar-se alimento para os algoritmos ou nutrir o seu coração de liberdade, sem a qual não se cresce na sabedoria.”


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