Desde que foi lançada em 2015, a Encíclica do Papa Francisco, Laudato Sí, sobre o cuidado da Casa Comum vem contribuindo com uma reflexão profunda sobre a importância de uma conversão ecológica e o papel de cada um para um consumo mais consciente de forma a valorizar, respeitar e preservar nossa Casa Comum.
Dividida em seis capítulos, a encíclica apresenta também iniciativas concretas sobre como podemos aprender a cuidar daquilo que nos é comum adotando hábitos e escolhas mais conscientes e principalmente, o impacto que elas causam naquilo que nos é comunitário. “Todos podemos colaborar, como instrumentos de Deus, no cuidado da criação, cada um a partir da sua cultura, experiência, iniciativas e capacidades” (LS 14).
A educadora ambiental Gabriela Brajão sempre nutriu dentro de si um interesse e um olhar atento para assuntos relacionados à sustentabilidade. Contudo, foi a partir da encíclica do pontífice que ela compreendeu que era seu dever como cristã cuidar da nossa Casa Comum.
“Sempre busquei fazer o mínimo que aprendi quando criança, como separar o lixo reciclável, não jogar lixo na rua, não maltratar os animais, etc. Em 2019 li a encíclica Laudato Si, quando estava em missão, e o anseio por esse assunto se atenuou. Entendi que como cristã era meu dever cuidar com atenção da nossa Casa Comum. Mas foi na pandemia que comecei a pesquisar e perceber que o assunto sustentabilidade é muito mais complexo e profundo. Esse processo de conscientização é contínuo, porque são muitos assuntos que se cruzam e pesquisas novas que surgem. Também envolve a mudança de hábitos, que com certeza é a parte mais difícil”, conta Gabriela.
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Para quem assim como Gabriela, sente o despertar para se comprometer de maneira mais efetiva ao processo de conversão ecológica, a educadora indica que basta começar, dar o primeiro passo, olhando para a própria realidade e hábitos de consumo que possui. Ela partilha a sua própria experiência, “em 2021 quando estava na Comunidade, fiz o retiro anual de 10 dias (reciclagem), e levei um copo de plástico com tampa e uma garrafa de água. Todo dia antes das pregações da tarde tomava o meu sagrado cafezinho, às vezes também tomava em momentos de intervalo. Todas as vezes colocava o café neste copo que levei, só com isso economizei cerca de 30 copinhos de plástico, em 10 dias. E assim também fazia no meu serviço. Eu comecei assim, evitando copinhos plásticos”.
5 dicas práticas (além de evitar os copinhos)
1 – Evite sacolas plásticas – Leve sua ecobag nos lugares, que pode ser qualquer sacola, não precisa ser nada caro. Se não der para evitar, reutilize o máximo possível.
2- Separe o lixo limpo e seco – Ao separar o resíduo reciclável, deixe ele o mais limpo e seco possível, e coloque em sacos plásticos azuis ou caixas de papelão, isso ajuda no trabalho dos catadores.
3- Esteja atento aos dias de coleta seletiva do seu bairro – Caso não haja coleta seletiva na sua região, verifique outras opções como cooperativas próximas, catador independente, Ecoponto ou Ponto de Entrega Voluntária.
4- Troque as escovas de dente de plástico, pelas escovas de bambu – Nas farmácias as opções são bem caras, é possível encontrar pela Internet com valores mais acessíveis. As escovas de plástico não reciclam e demoram em média 300 anos para se decompor e a de bambu demora em média 3 anos.
5- Evite comprar o que não precisa. Isso vale para roupas, cosméticos, alimentos, etc. A cultura consumista é inimiga da sustentabilidade.
Para aprofundar
Gabriela salienta que é muito importante nos empenharmos nas ações individuais, porém tão importante quanto, é estar atento e exercer a nossa cidadania ao cobrar dos governos e grandes empresas compromisso com a mudança e cumprimento das leis. Além da Laudato Si, se você deseja se aprofundar no tema e conhecer pessoas e empresas que têm contribuído com iniciativas visando o consumo consciente nas mais distintas realidades, conheça cinco perfis indicados pela educadora ambiental: @alinematulja; @perifasustentavel; @casasemlixo; @souciclodobem; @theoceancleanup.