Todo ser vivo, animal ou vegetal, precisa se alimentar de alguma forma. A privação do alimento pode levar à desnutrição e à morte. Alimento é vida, e onde houver vida, há possibilidades de busca, mudança e crescimento.
Quando o alimento é levado à boca, é triturado e divido cada vez mais pelo atrito dos dentes. Em seguida, o alimento é depositado no estômago, onde acontece todo o processo digestivo e de nutrição do organismo, gerando vigor, saúde e vida. Sem o alimento ou com o uso inadequado do alimento, todo esse sistema fica comprometido. O resultado, se tal processo não for revertido, é a desnutrição, a fraqueza e a morte.
Eu quis introduzir assim, de modo humano, natural e com algum teor científico, para que possamos mergulhar na profundidade das palavras de Jesus quando, na Última Ceia, fez esta magnífica revelação:
“Os judeus discutiam entre si, dizendo: ‘Como é que ele pode dar a sua carne a comer?’ Então Jesus disse: ‘Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha CARNE é VERDADEIRA COMIDA e o meu SANGUE, VERDADEIRA BEBIDA. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,52-56).
Jesus é o Pão vivo, o alimento de nossa alma, que não nos deixa perecer pelo caminho. É o alimento que nos revigora e nos dá a esperança do céu.
Junto com esse trecho do Evangelho, se quiser outra passagem, que além de sua autoridade bíblica, possui um teor histórico relevante, leia este ensinamento do grande apóstolo Paulo:
“‘Irmãos, o que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘ISTO É O MEU CORPO QUE É DADO POR VÓS. Fazei isto em minha memória’. Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: ‘ESTE CÁLICE É A NOVA ALIANÇA, EM MEU SANGUE. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória’. Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha’” (1Cor 11,23-26).
O trecho mostra que São Paulo tinha tanta consciência da sacralidade do pão e do vinho consagrados que, em certa ocasião, precisou exortar com vigor alguns membros da Igreja que recebiam esse imenso dom de qualquer jeito.
Hoje celebramos a instituição da Eucaristia, o verdadeiro alimento da alma, o Pão vivo descido do céu. Enquanto houver a Eucaristia, enquanto pudermos nos alimentar desse Pão celeste, nossa esperança de alcançar a nova vida permanecerá acesa. A Eucaristia é vida. É a vida de Cristo em nós! Celebremos este grande Sacramento com toda a piedade e desejo de conversão.
Deus te abençoe sempre, shalom!