Fraternidade é palavra que resume a agenda do pontífice desta Semana do Papa. Ao longo dos últimos dias, o Santo Padre se encontrou com o grupo de palotinos, com o líder Yanomami e com membros da Academia de Ciências Sociais – aos quais fez um apelo a combaterem a cultura do descarte.
Ainda nesta semana, o Pontífice deu continuidade a série de catequeses sobre vícios e virtudes, meditando desta vez sobre a fortaleza. Veja estes e outros destaques da Semana do Papa.
Com a ressurreição de Jesus, o mal não tem mais poder, o fracasso não pode nos impedir de recomeçar e a morte se torna uma passagem para o início de uma nova vida. #AudiênciaGeral
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) April 10, 2024
A virtude mais “combativa”
“O cristão sem coragem, que não inclina as próprias forças para o bem, que não incomoda ninguém, é um cristão inútil”, afirmou o Santo Padre.
Na última quarta-feira, 10 de abril, Papa Francisco dedicou a Audiência Geral para falar sobre a terceira virtude cardeal, a que ele considera ser a mais combativa: fortaleza. Em seu discurso ele salienta os dois âmbitos da virtude, podendo esta ser passiva ou ativa.
No primeiro caso, ela pode se desenvolver diante dos inimigos interiores da alma, aos quais, ele cita: ansiedade, angústia, medo, culpa.
“A fortaleza é, antes de tudo, uma vitória contra nós próprios. A maior parte dos medos que surgem dentro de nós são irrealistas e não se concretizam de forma alguma. É melhor então invocar o Espírito Santo e enfrentar tudo com fortaleza paciente: um problema de cada vez, como formos capazes, mas não sozinhos!”, garantiu.
>> Conheça o canal do WhatsApp da Comunidade Shalom
Já no segundo caso, a virtude pode se desenvolver no enfrentamento de inimigos exteriores, tais como: “as provações da vida, as perseguições, as dificuldades que não esperávamos e que nos surpreendem.”
“Com efeito, podemos procurar prever o que nos vai acontecer, mas a realidade é, em grande medida, feita de acontecimentos imponderáveis e, neste mar, às vezes, o nosso barco é arrastado pelas ondas. Assim, a fortaleza faz de nós marinheiros resistentes, que não se amedrontam nem desanimam.”
“Conhecia cada um deles”
Após o seu discurso, o pontífice teve um encontro emocionante que lhe fez recordar um acontecimento que demonstrava, na prática, a fortaleza cristã. Ele recebeu dos religiosos da Família Palotina um quadro com a imagem de cinco mártires.
Acontece que durante a ditadura militar, um grupo formado por três sacerdotes e dois seminaristas foram assassinados. Mas, o detalhe que fez Francisco se emocionar é que, na época, ele era o diretor espiritual de um dos padres mártires.
Em entrevista ao Vatican News, o Padre Daniel Rocchetti relatou que o Papa, emocionado, abraçou a obra em seu peito e disse: “Eu conhecia cada um deles”.
Papa Francisco recebe líder Yanomami
Ainda nesta semana, o pontífice recebeu o líder indígena da tribo dos Yanomami, Davi Kopenawa.O objetivo da visita foi pedir ajuda ao Papa no combate ao garimpo ilegal e partilhar sobre a realidade vivida pelo povo yanomami.
Davi testemunhou como foi o encontro, confira:
Alerta sobre a cultura do descarte
”Os dois extremos da vida: os nascituros com deficiências são abortados e os idosos em seus estágios finais recebem uma morte doce, a eutanásia. Uma eutanásia disfarçada, sempre, mas no final é eutanásia”, foi o que disse o Papa Francisco ao alertar sobre a cultura do descarte na Assembleia Plenária da Pontifícia Academias para Ciências Sociais.
O encontro está abordando o tema: Mudar os determinantes sociais e construir uma nova cultura de inclusão.
Em sua fala aos participantes, o Santo Padre defendeu a ideia de que, para se gerar uma verdadeira cultura da inclusão, se faz necessário que as pessoas com deficiência participem da vida social como “protagonistas de mudanças” e não apenas como “receptoras passivas”.
