Brasil

Fraternidade e comunhão: Missionários relatam experiências em meio às fortes chuvas no Rio Grande do Sul

A redação do comshalom.org conversou com alguns missionários do Rio Grande do Sul que relatam os desafios enfrentados com as fortes chuvas no estado. Confira, a seguir

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Arquivo Pessoal de Guilherme Schornadie.

A situação de calamidade pública no estado do Rio Grande do Sul, em decorrência dos eventos climáticos, tem despertado comoção em todo o país. Desde 26 de abril, a população gaúcha sofre com as chuvas intensas que têm provocado deslizamentos de encostas e enchentes. 

De acordo com o boletim mais recente divulgado pela Defesa Civil, cerca de 8.296 pessoas se encontram em abrigos e 24.666 estão desalojados. Além disso, mais de cinquenta pessoas vieram a óbito e quase setenta ainda estão desaparecidas. 

Os números divulgados órgão do estado e as imagens na internet, bem como a cobertura da imprensa, revelam os desafios enfrentados pelos moradores com os temporais.

Diante dessa catástrofe que assola o RS, o governo do estado e a CNBB do Regional Sul 3 estão com canais para arrecadação de recursos em favor das vítimas. Além disso, instituições e personalidades públicas têm motivado à intercessão e a colaboração financeira. 

Nossa fé em Cristo impele-nos para continuarmos criando laços de amizade social, pois podemos estar ilhados, mas não isolados. Contamos com a oração de todos, precisamos“, disse Dom Leomar Brustolin, presidente da CNBB Regional Sul 3, em vídeo.

A redação do comshalom.org conversou com alguns missionários do estado que testemunham a fraternidade em meio aos desafios enfrentados com as fortes chuvas. Confira, a seguir

Interceder e colaborar

Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, a Comunidade Shalom está presente em cerca de cinco cidades do estado. Nelas, há membros da Comunidade de Aliança nativos do Rio Grande do Sul e também missionários da Comunidade de Vida, oriundos de outros estados do país. A missão mais recente foi fundada em São Leopoldo/RS. 

A responsável local da Comunidade Shalom na região, Daniela Abreu, comenta que tem sido um tempo desafiante pela “instabilidade e insegurança”. 

Alguns pontos da cidade já estão alagados, muitas pessoas desabrigadas, inclusive irmãos da comunidade de Aliança e da obra, que tiveram suas casas afetadas, suas famílias em situação de vulnerabilidade”, relata. “Não tem muito o que fazer, não existe nada que a gente possa efetivamente fazer para parar enchente, parar as chuvas e a subida dos rios”, acrescenta

Paralelo ao sentimento de impotência diante da catástrofe climática, Daniela revela que o grupo de missionários têm se colocado numa postura constante de súplica a Deus, por meio de escalas de intercessão e momentos de oração comunitária. Além disso, ela conta que é um tempo propício à fraternidade, vivendo “o ser irmão, o ser comunidade, ajudando, ligando, se preocupando, estando presente, se dispondo. É um tempo de, ao mesmo tempo, em meio a tantos desafios, colher muitas graças de oração, de vida comunitária, de ser família, de ser uma nova família, conduzindo uns aos outros com um olhar de esperança para Deus”.

“Ao mesmo tempo, a gente vai percebendo que o nosso papel hoje, que nos cabe, que nos alcança, que nós podemos tocar é: a intercessão e a proximidade com o povo.”  

A forma mais efetiva de ajudar é com certeza pelos canais de arrecadação do governo local e também da igreja. Com certeza esse auxílio vai chegar a todos, a destruição é muito grande, muitas pessoas perderam muito, muitas pessoas estão só com a roupa do corpo, mas com o auxílio dos. Conselhos que podem ajudar, a gente vai conseguir superar“, garante. 

Leia também | Saiba como ajudar as vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul

Maiana Gerke, farmacêutica e missionária da Comunidade Shalom em Porto Alegre/RS:

A gaúcha, Maiana Gerke, também relata como esta a situação em Porto Alegre. Ele é farmacêutica e responsável pela ações de evangelização do carisma Shalom na capital. Confira seu relato:

“Desde o início da semana o Rio Grande do Sul já vivia momentos de muita aflição em vista da chuva que não cessava. No dia 01 de maio as coisas começaram a piorar na região central do Estado com as cheias dos rios e chuvas avassaladoras que destruíram cidades. Pessoas começaram a desaparecem e agora estamos recebendo notícias dos óbitos confirmados.
Nossos irmãos de Comunidade e de obra, relataram que ficaram dias sem contato com os familiares que moram no interior do estado. Felizmente se encontram bem, porém estão ilhados, sem sinal de internet, luz e água.

A situação vem piorando na capital Porto Alegre e das cidades na região metropolitana, pois é banhada pelo Rio Guaíba e pelo Rio dos Sinos que já atingiram marcas históricas e que já transbordaram, afetando a casa de muitas famílias.

A Missão e o nosso centro de Evangelização se localiza na cidade de São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre. O centro da cidade já está começando a ser afetado pelas cheias, devido o aumento do nível do Rio dos Sinos. Estamos nos organizando para colocar os móveis e materiais do CEV em um local seguro.

Em todas as cidades atingidas, estamos vendo paróquias, ginásios municipais, escolas e outros prédios públicos, servindo de abrigo para as pessoas atingidas e recolhendo doações da população. O governo constantemente tem alertado a população que está em zonas mais próximas aos rios que deixem suas casas e procurem abrigos seguros, pois os próximos dias a situação pode piorar.

É um tempo muito preocupante, mas ao mesmo tempo somos convidados a ter uma confiança cega em Deus e em sua divina providência. A nossa humanidade fica aflita pois se vê impotente diante de tudo isso, mas temos colhido a solidariedade, a bondade e a oração de muitas pessoas que rezam por nós.

Pedimos aos que puderem rezar por nós, mas também colaborar materialmente com o Estado, muitas cidades que foram atingidas agora, sofreram com as enchentes do ano de 2023, ou seja, não conseguiram se recuperar da última tragédia.”

>> Conheça o canal do WhatsApp da Comunidade Shalom 

Guilherme Schonardie da Silva, missionário da Comunidade Shalom em São Leopoldo/RS:

Quase quatrocentas mil pessoas foram afetadas pela catástrofe, entre elas, podemos citar a família de Guilherme da Silva, missionário da Comunidade Shalom em São Leopoldo. A seguir, ele conta detalhes de como sua casa foi invadida pela enchente:

“Os meus pais me chamaram à meia-noite, da sexta-feira, para ajudar a levantar os móveis de casa, nós levantamos o que nós conseguimos num curto tempo, pois nós não tínhamos muito, nem como levantar os móveis né, não tínhamos nem luz em casa mais, eles não tinham luz em casa, levantamos na casa da minha avó também, que fica no mesmo pátio, fomos na casa da minha madrinha, que é na rua de cima, também levantar as coisas dela. Nesse meio tempo, a água já subiu consideravelmente, e a água já tocava as minhas chuvas, pela manhã, então na sexta-feira, já vimos que a água estava muito acima do normal.

E agora a noite,  já ficamos sabendo que a água, provavelmente, em função de onde ela está hoje, que ela deve estar sobre o peito. Então, na casa dos meus pais, quero dizer que nós perdemos tudo, né? Então, o primeiro choque, assim, é ver nossa história, ver a história dos meus pais, ver a minha história de vida, do meu irmão, enfim, da minha família. E nós não temos nada nesse tempo. Ao mesmo tempo, nós cremos fielmente e completamente no cuidado de Deus, na bondade de Deus, que não nos desampara, né? Deus que nos deu o dom da vida, que nos dá a chance de estarmos juntos e de juntos recomeçarmos também.

Além disso, como Comunidade, toco profundamente no cuidado dos meus irmãos, que incansavelmente tentaram o contato por telefone, pelo WhatsApp, tentando nos auxiliar com algum tipo de doação, com banho, enfim, com várias situações, além de muita oração.

Eu sou muito grato, muito grato a comunidade, como minha família, por todo o suporte, por todo o cuidado também nesse tempo. E meu único pedido ainda é que continuemos a rezar e também a colaborar nesse novo tempo aqui no Rio Grande do Sul, com algum tipo de doação, com algum tipo de auxílio braçal, quem sabe, para que essas famílias, assim como a minha, possam ter um presente, um futuro diferente também, com o cuidado e a providência de Deus. Muito obrigado pelas doações”.

Personalidades públicas pedem ajuda e orações pelo Rio Grande do Sul 

 
 
 
 
 
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Canais para doação:

Campanha da CNBB Regional Sul 3 em favor das vítimas das chuvas do Rio Grande do Sul
Pix: 33.685.686/0010-41 (CNPJ)

SOS Rio Grande do Sul – Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Pix: 92.958.800/0001-38 (CNPJ)


Comentários

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