Penso que é preciso despertar as pessoas e formá-las, e a nós mesmos para a prevalência da inteligência sobre a vontade, os sentimentos (paixões, desejos, emoções) e a imaginação.
O Venerável Arcebispo Fulton J. Sheen, em uma de suas aulas, ensina que removida a culpa, a pessoa decai da razão para a emoção. Quando ele fala de culpa, não fala de escrúpulo ou complexo, mas do saudável exame de consciência e da retificação da razão, visto que fomos feridos pela queda de Adão. Mesmo tendo falado isso na década de 60, ao assistir suas aulas, você verá que é uma descrição perfeita do que acontece hoje.
Platão, na República, diz que: “a razão é a cabeça, a couraça é a parte irascível e os membros inferiores são a parte concupiscível”. Ele ensina que a cabeça é quem deve governar. Santa Teresa Dávila fala que “sem autoconhecimento toda vida espiritual é ilusória”. São Tomás de Aquino reforça acerca da prevalência da inteligência e da vontade sobre as demais áreas do ser em suas questões disputadas. Há um tratado sobre as virtudes morais, onde ele descreve como a inteligência ordena a vontade o que convém.
O que há com o mundo? O que há com as pessoas? Movidas por suas emoções e paixões, cegaram, buscando dar o atributo de verdadeiro aquilo que sentem. Baixíssima capacidade de reflexão, baixo autoconhecimento e nunca se ouviu tanto falar tanto de autoestima, porém de uma falsa autoestima, que busca apenas remover culpas para se viver “em paz”, lançando-se nos prazeres, fazendo a religião é tão odiada.
A santidade é humanidade plena. Não encontro quem tenha definido melhor a santidade do que quem cunhou esta frase: “mais santos, mais humanos.” As ideologias perversas farão de tudo para enganar as pessoas, para mostrar-lhes que a emoção, o sentimento e a vontade (não aquela guiada pela reta razão) é quem devem comandar.
O Estado, a política, os meios de comunicação ensinarão isso. Nossa vocação é belíssima, temos um carisma extraordinário, contudo, precisamos buscar nos formar em nossa humanidade. O apelo à emoção é válido e útil, quando utilizado para tocar o homem de hoje em uma pregação, em um show no Halleluya, em uma atividade kerigmática, já que é a porta pela qual o homem de hoje a abre, a partir daí, a experiência com o Ressuscitado se torna possível.
Tocar na sensibilidade, primeira camada, para chegar ao fundo da alma humana até que seja possível uma simples imposição de mãos, pedindo a efusão do Espírito (aí a graça toda acontece). Muitos corações não resistirão ao toque divino em seu interior.