Há nomes que entram para a história, outros, entram para o céu e nos ensinam a beleza de ofertar a vida por amor a Deus e aos homens.
Entre esses nomes, muitos ainda estão escondidos, contudo, a fama de santidade os acompanha e revela que “a santidade é para todos e não só para uns quantos privilegiados: não consiste em realizar coisas extraordinárias, mas em cumprir, com amor, os pequenos deveres de cada dia”, como disse um sábio sacerdote.
Do desejo de compartilhar com o mundo as narrativas desses homens e mulheres que ofereceram sua juventude e sua vida a Deus, os jovens Pedro Lucas e Maria Fernanda, ambos da Obra Shalom, criaram o apostolado “Santos Escondidos” (@santosescondidos).
Em entrevista a nossa redação, Pedro Lucas contou como surgiu a ideia do apostolado e os frutos dessa obra.
A inspiração para o apostolado
Não conseguimos dimensionar os frutos de uma partilha na vida dos irmãos. A inspiração para o apostolado surgiu justamente de uma simples partilha entre Pedro Lucas e Eduardo Macedo, discípulo da Comunidade de Aliança.
Na partilha, o discípulo contava a Pedro a história da Beata Imelda Lambertini que morreu de amor ao comungar pela primeira vez.
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Quem foi a Beata Imelda Lambertini
Desde pequena, Imelda Lambertini cultivava um amor imenso pela oração, pois cresceu em uma família católica muito devota. Ela costumava se esconder em locais solitários para rezar em silêncio e ser vista apenas por Deus.
A menina passava horas diante do Santíssimo Sacramento e desejava ardentemente receber Jesus na Eucaristia (antigamente, somente as crianças com mais de 12 anos podiam comungar). Certo dia, com 11 anos completos, encontraram Imelda de joelhos, em oração, com a hóstia flutuando em sua frente e uma forte luz que ia ao seu encontro.
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O padre, ao perceber o acontecimento, viu que ela estava pronta para fazer a sua primeira comunhão, e assim aconteceu. Após comungar, ela prostrou-se em adoração. Passado algum tempo, perceberam que Imelda estava morta. Morta de alegria ao receber o Esposo Eucarístico!
Então, recordaram da frase que ela falava repetidas vezes: “Como é que as pessoas não morrem de alegria quando recebem Nosso Senhor na Eucaristia?”.
O Amor de Cristo nos impele
Ao ouvir essa história, Pedro Lucas sentiu a necessidade de compartilhar as histórias de santidade de tantos homens e mulheres que, embora não tenham sido canonizados ou beatificados pela Igreja, viveram em odor de santidade e são exemplos de uma vida ofertada e um coração inflamado de amor pelo Amado.
No dia seguinte à partilha, Pedro criou o perfil @santosescondidos no Instagram. Ele conta que tomou posse do desejo que Nosso Senhor inspirou e partiu para a ação: “Existem coisas que já estão tão escancaradas, tão claras que nós precisamos apenas tomar posse daquilo que vem sendo apresentado a nós, que Deus vai formando em nosso coração dócil ao Espírito Santo e concretizar”.
Ele diz que o grande objetivo do apostolado é “democratizar a santidade, democratizar o amor esponsal, mostrar para as pessoas que o Céu não é algo distante, mas algo palpável no cotidiano, no ordinário, no dia a dia, e colocar a Vontade de Deus como centro da sua vida”.
Outro motivo foi “contar as histórias de santidade dentro da Comunidade Shalom”, de irmãos que testemunharam a alegria da oferta de vida por amor a Deus, a Igreja e a humanidade, com o desejo de transbordar o Carisma para o mundo.
Sorrisos que revelam o Cristo
Após criar o perfil, Pedro compartilhou sua ideia com Maria Fernando, a Nanda, que começou a ajudá-lo e, hoje, também é uma das administradoras da página.
“Cada vez que leio a história desses e de tantos outros, é como se mais uma vez eu tivesse uma experiência de rasgar uma tela do meu coração”.
O apostolado os levou a rezar mais, estudar sobre a história da Igreja, dos santos e de buscar os sorrisos de Deus que marcaram esse mundo, mas que ainda continuam ocultos.
Dentre as histórias de modelo santidade compartilhadas no perfil estão as de Isabel Cristina, Ronaldo Pereira, Clarita Segura, Lucien Botovasoa, Marianna Boccolini, Raphaella Vieira, Michelle Oliveira e Johana Bogado.
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De todos esses modelos, o sorriso que revela o amor ao Cristo crucificado e ressuscitado é uma grande marca. Unido ao testemunho de vida, as histórias destes “santos escondidos” estão tocando os corações de diversos irmãos.
Pedro conta que o apostolado tomou proporções maiores do que ele e Nanda esperavam, frutificando em muitos corações o desejo de santidade. “Sempre que nós fazemos novos posts, as pessoas compartilham testemunhos de como aquilo ajudou na vida espiritual delas, na vida de oração e também histórias de novos santos, novos jovens que morreram com fama de santidade. Isso é muito bom porque deixa o apostolado sempre em movimento.
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“A Eucaristia é a minha autoestrada para o céu”
Como ensina o Beato Carlo Acutis, “A Eucaristia é a minha autoestrada para o céu”. Pois não há nenhum santo que não foi devoto da Eucaristia. A partir disso, Pedro deixa uma mensagem para aqueles que também aspiram à santidade e se inspiram na vida desses homens e mulheres que souberam, em tudo, amar o Esposo de nossas almas:
“O mais importante: Eucaristia, ninguém é santo sem a Eucaristia. Ninguém consegue se sustentar na vida de oração sem Eucaristia. Outra coisa: Amem os santos, se espelhem nos santos, mas não tentem copiar as suas vidas de forma escrupulosa, porque são histórias irrepetíveis. O que podemos é pegar pontos da vida de cada um que podem ser encaixados nas nossas vidas. E, terceiro, sejam verdadeiros com Deus”.
Que a Eucaristia seja nosso sustento e alegria na busca pela santidade. Lembremo-nos ainda que a verdadeira vida interior é cultivada no escondido que quase ninguém vê e que não há porque ter medo de sermos santos. A graça de Deus não nos faltará!
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