Em 26 de julho faz-se memória de Sant’Ana e São Joaquim, pais da Virgem Maria e avós de Jesus. Conheça a história que há mais de um século marca a devoção de uma família no Centro-Oeste brasileiro e sua propagação de geração em geração.
Novena, missa e “Francisquito” fazem parte da tradição familiar
Daniel Gonçalo de Barros, discípulo da Comunidade de Aliança em Cuiabá – MT, tem uma história familiar com a devoção à Sant’ana e São Joaquim.
A realização de uma promessa pelo bisavô materno do missionário culminou na devoção da família que se prolonga há 114 anos.
Seus bisavós tiveram oito filhos e seu avô deu continuidade à devoção de seus pais por meio da novena anual a Santana e também por uma festa que inicialmente acontecia na casa de seus bisavós. Pelo crescimento do evento, atualmente acontece em uma chácara onde é possível reunir toda a família.
A novena é conduzida em cada dia por uma das famílias e no 9º dia pelos festeiros.
Daniel frisa “não importa se a festa caia segunda ou terça, o dia que for, toda a família se reúne neste dia”. A programação inicia com a Santa Missa pela manhã e o Chá com bolo na sequência. O cardápio de bolos segue a tradição local, como bolo de arroz, bolo de queijo e o tradicional “Francisquito” (biscoito mato-grossense).
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O missionário conta que a imagem “original” de Sant’ana acompanha a festa em todos esses anos. Segundo ele, sua bisavó ganhou de presente de casamento da mãe, que rezava com ela e atualmente toda a família bebe da graça de dar continuidade a devoção tendo os santos acompanhando as orações e festividades a cada ano.
Uma curiosidade é que, em honra aos santos, cada família possui pelo menos uma filha com o nome ou sobrenome de Ana e essa tradição vem sendo passada desde seus trisavós.
As festividades continuam a cada ano. Daniel comenta que a imagem original que acompanha a devoção está em processo de avaliação para mantê-la na casa de um familiar. Segundo ele, a proposta é fazer uma réplica com o intuito de nos próximos anos acompanhar a novena e a festa e assim preservar a imagem que vem desde sua trisavó.
São Joaquim e Santa Ana, exemplos de reverência à vontade de Deus
São Joaquim e Santa Ana pertenciam à casa de Davi e suas vidas eram preenchidas por orações e boas obras. O casal em idade avançada não tinha filhos, o que entre os judeus era sinal de vergonha e humilhação.
O Senhor porém quis escolher Santa Ana para ser a mãe de Maria concedendo a maternidade mesmo em idade avançada e estéril. Alban Butler em A vida dos Santos para todos os dias do ano escreve sobre o nascimento de Maria: ela é “ fruto mais da graça que da natureza, e filha mais de Deus que do homem”.
Butler continua sobre a nova vida iniciada por Ana na intimidade do lar: “observava-lhe cada movimento com reverente ternura e sentia-se constantemente santificada pela presença de sua imaculada criança”.
Ana havia prometido sua filha a Deus. Tendo Maria também se consagrado a Ele e alcançado idade suficiente, foi devolvida pelos seus pais ao Templo em seus 3 anos de idade. Ana, mesmo tendo ficado sozinha mais tarde, abdicou o laço materno pelo chamado divino e com sua vida faz ecoar no tempo presente o valor do sacrifício pela santa vontade de Deus.
Após verem Maria adentrar ao templo, seus pais não mais a viram.
Não há relatos na Palavra sobre a apresentação de Maria no templo, mas ela é reconhecida pela Igreja Católica e atestada pela tradição.
Referência:
- Alban Butler. Vida dos Santos para todos os dias do ano: p. 324