Qual é a diferença entre casamentos duradouros, onde os casais permanecem felizes juntos por décadas, e aqueles que enfrentam crises logo nas primeiras dificuldades?
O autor do Cântico dos Cânticos canta que “o amor é forte como a morte”. Para manter acesa a centelha do amor, é essencial que o casal esteja atento aos pequenos detalhes do dia a dia, principalmente com o passar dos anos da vida a dois.
José Ricardo, é um dos primeiros membros da Comunidade de Aliança Shalom. Ele é casado com Beatriz Helena há mais de 45 anos, tem 8 filhos e 13 netos. O consagrado conversou com o comshalom.org sobre duas características muito importantes dentro do matrimônio: a oração e a comunicação. Detalhes que, às vezes, podem passar despercebidos, mas são fundamentais para fortalecer a união do casal.
O matrimônio é um Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo para elevar a perfeição cristã a união entre marido e mulher. Como diz o Catecismo da Igreja Católica, 1603-1604:
“Tendo-os criado homem e mulher, seu amor mútuo se torna uma imagem do amor absoluto e indefectível de Deus pelo homem. Esse amor é bom, muito bom aos olhos do Criador. Este amor abençoado por Deus é destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum de preservação da criação: Deus o abençoou e lhes disse: ‘Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a’”.
Por que o casal precisa rezar junto?
Ao ser perguntado sobre o papel da oração na relação matrimonial, ele conta que a vida de oração é a base de tudo, sendo uma verdadeira via de salvação para o casal:
“A oração é o básico da nossa vida, então primeiro a oração pessoal, porque com a oração nós nos conhecemos, é um caminho de autoconhecimento. Há um santo que dizia ‘quem reza se salva, quem não reza não se salva’ e isso também vale para o matrimônio, quem reza com o cônjuge também vai salvar o seu matrimônio.”
É partir da vida de oração que o casal vai permitindo que Deus seja o centro e, assim, aprendendo a amar. Como ensina o Venerável Fulton Sheen em seu livro “Três para casar”, são necessários três para haver amor: os cônjuges e Deus. Este deve ser o centro do matrimônio, pois tanto o amor de si quanto o amor ao próximo exigem ambos o amor a Deus. “Todo amor terreno digno deste nome é eco do ‘Tremendo Amante’, que não é um eu individual, mas uma Sociedade de Amor [Deus que é Trino e Uno].”
A importância de se abrir ao diálogo
O consagrado também ressalta a importância da comunicação e da escuta atenta dentro do relacionamento, pois, ao se fechar para o diálogo com o outro, o relacionamento já está fadado a uma crise.
“Precisamos nos abrir ao diálogo. O diálogo implica nessa escuta do outro, a comunicação não é o que você joga para fora, que você fala, não é o que você quer dizer para os outros, mas é principalmente escutar, ter o ouvido também atento, prestar atenção ao outro. Comunicação não apenas de longo prazo, mas também no dia a dia, e cada vez que você se fecha, que acha que não tem o que falar, não tem o que conversar, então tá fadado também a ter crise no seu relacionamento matrimonial.”
Um casamento em Deus
Como Comunidade, acreditamos que “só haverá um mundo novo se houver famílias novas”, famílias que testemunhem para os homens o Evangelho de Jesus Cristo, na vida a dois, na criação dos filhos, na vivência da vocação matrimonial.
O casal Renilson e Lorena, consagrados da Comunidade de Vida e pais de 7 filhos, ainda reforçam a necessidade de colocar Deus como centro da vida conjugal e familiar:
“É fundamental para que o matrimônio persista e subsista que Deus seja o centro, o alicerce daquela família. Se Deus é essa base a família subsiste, cresce e você vai gerar filhos sãos, chamados à santidade. Um matrimônio em Deus pode gerar filhos santos. Mas Deus tem que ser o centro daquela família”.
Que a beleza e a glória de Deus possa resplandecer em cada família instituída por Ele.
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