Igreja

Vida Consagrada: Diferenças entre Comunidade de Vida e Vocação Religiosa

A variedade de carismas e formas de vida consagrada destaca a beleza do pertencimento a Jesus Cristo, cada uma com sua própria identidade única, com seu próprio carisma.

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Ao longo dos séculos, o Espírito Santo tem guiado a Igreja com novas inspirações para enfrentar os desafios de cada época. Desde as primeiras comunidades cristãs descritas nos Atos dos Apóstolos, passando pelas tradicionais congregações e institutos religiosos, até o surgimento das novas comunidades, o Espírito trouxe à luz novos carismas e vocações, sem anular ou excluir as antigas e veneráveis ordens.

Nas novas comunidades, diferentes estados de vida se integram e compartilham uma mesma estrutura, vivendo um único carisma. Isso inclui leigos e leigas, tanto celibatários quanto casados ou em discernimento sobre seu estado de vida, além de diáconos e padres. A vivência nas novas comunidades pode ser expressa através de duas formas de vida: Comunidade de Aliança e Comunidade de Vida.

A vida consagrada

Como ressalta a Constituição Dogmática Lumen Gentium, n°44, a vida consagrada “imita mais de perto, e perpetuamente representa na Igreja a forma de vida que Jesus, supremo consagrado e missionário do Pai para o seu Reino, abraçou e propôs aos discípulos que O seguiam”.

Assim, a vida consagrada, em suas diversas manifestações, reflete a vocação profunda da Igreja de se dedicar exclusivamente a Deus. A variedade de carismas e formas de vida consagrada destaca a beleza do pertencimento a Jesus Cristo, cada uma com sua própria identidade única, com seu próprio carisma.

O que é a vida religiosa na Igreja?

Uma das formas de vida consagrada é a vocação religiosa, expressa em ordens, institutos e congregações, como Franciscanos, Carmelitas, Redentoristas, Cistercienses e muitos outros. Cada grupo religioso vive segundo seu carisma específico, veste hábitos próprios e segue uma rotina de oração e apostolado. Neste mês vocacional, por exemplo, o programa Fazendo Barulho apresentou a vida dos frades capuchinhos do Brasil.

Diferenças entre Comunidade de Vida e Vida Religiosa

Apesar da popularidade dessas novas comunidades entre os fiéis católicos, ainda existem dúvidas sobre a forma de vida dos consagrados, especialmente em relação à Comunidade de Vida.

Uma das perguntas mais frequentes, de acordo com o Google, sobre a Comunidade de Vida é: “Comunidade de Vida pode casar?” Para esclarecer essa e outras dúvidas, o comshalom.org conversou com Ana Paula Gomes, missionária da Comunidade de Vida Shalom e membro da Assistência de Formação da Comunidade.

1 – Comunidade de Vida pode casar?

A Comunidade Shalom é classificada na Igreja como uma nova comunidade, não como um instituto religioso. As novas comunidades são associações de fieis cuja inspiração nasceu do Concilio Vaticano II e foi impulsionada por graça do Espírito Santo. A espiritualidade Shalom é dirigida a leigos que desejam servir a Deus por meio de um Carisma específico e em Comunidade, assumindo um compromisso mais profundo em relação às promessas batismais. Esse compromisso é ligado especificamente às atividades realizadas na Obra Shalom. Há duas possibilidades de realizar promessas na Comunidade Shalom: como Comunidade de Vida e como Comunidade de Aliança. Em ambas, é possível abraçar as três formas de vida: matrimônio, sacerdócio e celibato. Além disso, há alguns membros da Comunidade que não conseguem concretizar sua forma de vida por alguma razão, permanecendo solteiros.”

2 – Os membros da Comunidade de Vida realizam os mesmos votos dos religiosos?

“Todos os membros da Comunidade de Vida realizam promessas no Carisma Shalom. Quanto aos celibatários, estes também realizam votos, mas não são classificados como religiosos pela Igreja. Continuam sendo leigos que professam votos de pobreza, obediência e castidade em um Carisma específico. Os votos, no entanto, vinculam o missionário à Comunidade de forma mais profunda do que o membro com promessas.”

3 – Ser Comunidade de Vida é ser religioso?

“Ser Comunidade de vida não significa ser um religioso, pois os religiosos são ligados à instituições específicas da Igreja. Os membros da Comunidade de Vida são missionários com promessas ou votos (no caso dos celibatários) específicos no Carisma Shalom.”

Testemunhos da vida consagrada

Em entrevista ao Vatican News, Irmã Maria Raquel, pertencente ao Instituto Hesed (Fortaleza – CE), e Padre Vitor Aragão, missionário da Comunidade de Vida Shalom, partilharam sobre a beleza da vida consagrada.

Para a Irmã Maria Raquel, consagrada na vida religiosa, esta forma de vida “é sinal para todos do que se dará no Céu. Ela prefigura a união total e absoluta entre o Esposo e a esposa, isto é, entre Deus e a humanidade. E o que é ser esposa de Cristo? Parafraseando Santa Elisabete da Trindade, ‘ser esposa do Cristo é ser fecunda, corredentora, dar à luz às almas e à graça, multiplicar os adotivos do Pai, os resgatados do Cristo, os coerdeiros de sua glória’. Eis a nossa vocação!”

Padre Vitor Aragão, consagrado no Carisma Shalom diz que, neste chamado, encontrou a verdadeira felicidade:

“Durante a minha vida eu tive muitas oportunidades de escolher outros caminhos, mas Deus quis me separar e essa é a minha grande alegria. Existe uma plenitude de felicidade que só experimentamos quando fazemos a vontade de Deus. Encontro plenitude quando sou separado para Ele e lançado para os outros, podendo ser alimento para um mundo que geme, sofre e espera, com fome, a manifestação dos filhos de Deus, que se fazem eucaristia.”


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