Certa vez, rezando com o diário de Santa Faustina, eu questionava a Deus sobre as exigências que sentia com relação à Comunidade. E eis que Deus me deu esse trecho do diário da santa: “Para que fiques tranqüila que sou Eu o autor de todas essas exigências, conceder-te-ei uma paz profunda que, ainda que quisesse inquietar-te e ficar assustada, hoje não poderás faze-lo, mas o amor inundará a tua alma, ate o esquecimento de Ti mesma.”
Naquele instante, pude contemplar o Shalom do Pai invadindo todo o meu ser, e tudo o que antes era exigência tornou-se amor. Pude, então, ver que tudo ao meu redor era Shalom. Renunciar todos os dias ao meu egoísmo, centralismo, e deixar Deus guiar a minha vida, a minha história, meus sonhos e meus planos, é ser Shalom.
Ser Shalom é contemplar na beleza do meu dia a dia o Cristo Ressuscitado, que me retirou da mansão das minhas mortes quando eu não mais acreditava.
Ser Shalom é ter alegria de servir, de me doar, de entregar cada canto com o ministério que Deus me deu para usar em seu louvor, cada suspiro até meu último respirar… É a alegria de dizer: Sou de Deus e assim quero viver minha vida, morrendo todos os dias para a minha vontade, para que a vontade de Deus possa se cumprir em minha vida. Morrer para meus planos e projetos pessoais, para que o sonho que Deus sonhou se concretize. Ser Shalom é a paz que brota, e enraíza no coração e, assim, frutifica. Ser Shalom é mistério, de morte e vida, cruz e ressurreição.
Karen Carvalho
vocacionada da missão do Shalom em Araraquara (SP)