“Você é a favor da descriminalização das drogas para consumo próprio?”. É o que pergunta a Câmara dos Deputados à população brasileira no site www.2.camara.leg.br (clique aqui e vote). A enquete, que discute a descriminalização de drogas para consumo próprio, está disponível desde 2013 e tem como resultado parcial, até a tarde desta quinta-feira (17), 70 % de votos favoráveis e apenas 28 % em rejeição à liberação.
No Brasil tramita no Congresso legislações para a liberação da maconha, mas a enquete abre a discussão para a descriminalização das drogas sem especificações. Legalizado em vários países (mais recentemente, na América Latina, no Uruguai), o consumo de maconha tem crescido no mundo, segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas (Undoc) referentes a 2013. A descriminalização de maconha e outras drogas para consumo próprio é a solução para os problemas trazidos por elas ao homem e à sociedade? Confira o que diz* a assistente social Solange Praxedes, da Assessoria Especial de Políticas sobre Drogas do Ceará:
“As drogas ilícitas continuam pondo em risco a saúde e o bem-estar de pessoas em todo o mundo, por isso não podemos em pensar nunca em resolver o problema com a liberação. Nós sabemos que todas trazem prejuízo. O uso de drogas é a ameaça para estabilidade, segurança das regiões inteiras e para o desenvolvimento econômico e social, porque esse desenvolvimento não é somente o dinheiro que circula na sociedade econômica, mas leva em conta o poder produtivo que desenvolve socialmente as pessoas, em sua dignidade e eleva o índice de desenvolvimento. Então, as drogas tem tirado esse foco.
Muitos falam que o uso de drogas é milenar, é antigo, mas o fato é que, somente há pouco tempo, a sociedade e o poder público acordaram para a devastação causada pelo crack, por exemplo.
São muitos os motivos que levam os jovens ou adultos ao consumo de drogas, e esses motivos não são os mesmos para todos. Em geral, as pessoas deixam-se seduzir pelas drogas por diferentes razões: por sentir-se bem, por melhorar seu desempenho ou mesmo por curiosidade. É verdade que as pesquisas revelam que a adolescência é a faixa etária de maior risco, entre 12 e 15 anos de idade.
A droga produz sensações de bem-estar e intenso prazer, que variam de acordo com a substância utilizada, ela causa euforia e até mesmo o relaxamento. Essa euforia pode ser autoconfiança, maior energia e sentimentos de poder. Também age nos mecanismos das emoções, alívio da dor, do stress, da depressão e alterações na percepção da realidade, ou seja, leva o usuário a viver de forma irreal.
Outro motivo é a curiosidade, que é estimulada por meio do convívio com pessoas que são usuárias ou por meio das mensagens de propagandas que demonstram o uso como prazer e potencial de sucesso. O experimentador não tem dimensão dos prejuízos causados pelas drogas, pois estes só são percebidos depois de algum período. Sensações
de prazer e bem-estar são fatores que motivam o indivíduo a buscar novamente essa experiência, acreditando ser possível o controle; no entanto, com o uso continuado, a prática pode levar ao consumo abusivo ou até mesmo à dependência.
Até hoje não se sabe quem poderá desenvolver a dependência química, os especialistas explicam que é preciso ficar atento como o indivíduo se relaciona com a droga, quais os motivos que o levaram a usar, incluindo os fatores sociais, comportamentais e, principalmente, as heranças genéticas.
O melhor é não experimentar, não repetir o uso. É descobrir que o organismo tem em si substâncias capazes de ‘ordenar’ o ser humano. No corpo humano se tem endorfina, serotonina e dopamina, responsáveis pelas sensações de alívio da dor, de aumento de energia e de sensação de bem estar, que poderão também ser estimuladas com esporte, alimentação saudável, lazer, busca de uma vida espiritual preenchida por Deus e encontro do sentido de vida.”
*Trecho retirado da Revista Shalom Maná e de palestra realizada em junho de 2014, na Diaconia, sede do Shalom em Aquiraz (CE)
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A própria palavra diz “drogas”! Se for aprovado, muitos entendimentos dentro de inúmeras famílias, começara “esfriar”. Bons chefes de família, sempre deixam claro para filhos/netos, o poder destas drogas, tanto no uso, quanto na venda e que esse é o pior caminho. Agora, vem esta proposta de descriminalização, que só pode ser defendida por quem faz uso da própria, o que acabará interferindo nas relações famíliares!