Formação

Comunhão e unidade

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Dom Alberto Taveira Corrêa,
Arcebispo Metropolitano de Palmas.

1. o que diz o Espírito às Igrejas?

O Espírito Santo conduz a Igreja no correr dos séculos. Deu-lhe a graça de responder a cada necessidade dos homens e mulheres com o exemplo de santidade e o testemunho da diversidade de Carismas, sinal da vitalidade perene da Esposa de Cristo. Continuamente Ele fala às Igrejas e faz ressoar pelo mundo afora a sua Palavra (cf.Ap 2, 7). Ouçamos o que o Senhor diz!
“Já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus. É nele que todo edifício, harmonicamente disposto, se levanta até formar um templo santo no Senhor. E nele que também vós outros entrais conjuntamente, pelo Espírito, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus” (Ef 2, 19-22). Temos raízes que nos sustentam, nos doze escolhidos pelo Senhor, “aqueles que Ele quis” (Me 3, 13). Não fomos nós que “inventamos” a fé que professamos. Somos tributários de testemunhas solidamente fundadas no próprio Cristo.

O Martírio, sempre presente e sempre semente de novos cristãos, regou o campo do mundo e amadureceu os cristãos, possibilitando a certeza de que não estamos sós e de que vale a pena oferecer-se pela causa do Evangelho.

Os confessores da fé deixaram-nos abertos os sulcos da sabedoria e do aprofundamento da doutrina, no testemunho fiel no gota a gota do cotidiano. Muitos deles, feitos doutores, transmitiram ensinamentos perenes, a serem continuamente descobertos.
A Virgindade, cuja coroa sempre adornou a vida da Igreja, continuamente aponta para os valores da eternidade.

As Ordens e Congregações religiosas masculinas e femininas têm sido respostas de Deus a cada tempo. Desde a solidez das grandes famílias monásticas até as famílias de consagrados e consagradas inspiradas por Deus para responder aos grandes problemas sociais, como as que marcaram o século XIX e o início do século XX.

Em todos os tempos, leigos e leigas, nos diversos estados de vida e na grande variedade de profissões dizem a própria fé, trabalhando na vinha do Senhor e testemunhando a veracidade do Evangelho.

Enfim, Deus suscita, nos anos que precederam o Concílio Vaticano II e no pós Concílio os novos Movimentos de Espiritualidade e as Novas Comunidades de Vida e de Aliança. Que resposta o Senhor está oferecendo ao mundo, através dos novos Carismas que suscitou em nosso tempo? O que acontece no Jardim da Igreja?

João Paulo II ofereceu uma resposta a esta pergunta, com uma palavra nas primeiras Vésperas da Solenidade de Pentecostes, no dia 29 de maio de 2004, quando recordava a memorial jornada dos Movimentos e Novas Comunidades do Pentecostes de 1998: “A celebração desta tarde traz à minha mente o memorável encontro com os movimentos eclesiais e com as novas comunidades da vigília de Pentecostes de há seis anos. Foi uma epifania extraordinária da unidade da Igreja, na riqueza e variedade dos carismas, que o Espírito Santo concede em abundância. Repito agora com vigor quanto fiz notar naquela ocasião: os movimentos eclesiais e as novas comunidades são uma “resposta providencial”, “suscitada pelo Espírito Santo”, à atual exigência da nova evangelização, para a qual são necessárias “personalidades cristãs maduras” e “comunidades cristãs vivas”!

2. “Personalidades cristãs maduras”:

Na Carta Apostólica “Novo Millenio Ineunte”, João Paulo II salientou alguns pontos, que julguei oportuno recordar, para que este Congresso da Fraternidade Católica nos projete em direção ao futuro, certos do impulso que nos vem do sucessor de Pedro, testemunha incansável da perene jovialidade suscitada pelo Evangelho:

2.1. “Cristãos com coluna vertebral”: O Papa nos propõe como grande legado do Grande Jubileu a contemplação do rosto de Cristo, considerando-o nos seus traços históricos e no seu mistério, acolhendo-o com a sua multiforme presença na Igreja e no mundo, confessando-o como sentido da história e luz do nosso caminho. Já chegaram os tempos em que o cristão, ou se torna de verdade contemplativo ou simplesmente não será mais reconhecido. É tempo de cristãos com “coluna vertebral”. E as Novas Comunidades são um espaço privilegiado para amadurecer na Igreja a santidade, “até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo” (Efésios 4,13).

2.2. Novas Comunidades, novos caminhos: “Agora, devemos olhar para frente, temos de “avançar para águas mais profundas”, confiados na palavra de Cristo: Duc in a/tum! O que realizamos não pode justificar uma sensação de saciedade nem induzir-nos a uma atitude de relaxamento. Pelo contrário, as experiências vividas devem suscitar em nós um dinamismo novo, que nos leve a investir em iniciativas concretas aquele entusiasmo que sentimos. O próprio Jesus nos adverte: “Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus. Na causa do Reino, não há tempo para olhar para trás, menos ainda para dar-se à preguiça”. A diversidade dos Carismas das novas Comunidades pode ser para eles mesmas e para a Igreja e o mundo a resposta de Deus que não permite acomodamento. Não há tempo a perder! Não tenham medo de se lançarem na maravilhosa aventura da evangelização, segundo os carismas que o mesmo Espírito suscitou.

2.3. Contemplativos: “Mas é muito importante que tudo o que com a ajuda de Deus nos propusermos, esteja profundamente radicado na contemplação e na oração. O nosso tempo é vivido em contínuo movimento que muitas vezes chega à agitação, caindo-se facilmente no risco de “fazer por fazer”. Há que resistir a esta tentação, procurando o “ser” acima do “fazer”. A tal propósito, recordemos a censura de Jesus a Marta: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada (lc 10, 41-42)”. O tempo da Igreja em que nos encontramos exige, de fato, homens e mulheres de altíssimo espírito de oração. É tempo de conquistar o mundo de joelhos!

3. “Comunidades cristãs maduras”

” Ao ouvirem essas coisas, ficaram compungidos no íntimo do coração e indagaram de Pedro e dos demais apóstolos: Que devemos fazer, irmãos? Pedro lhes respondeu: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus. Ainda com muitas outras palavras exortava-os, dizendo: Salvai-vos do meio dessa geração perversa! Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos. Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações. De todos eles se apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos também muitos prodígios e milagres em Jerusalém e o temor estava em todos os corações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração freqüentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da -salvação” (At 2, 37-42).

3.1. Saudade ou esperança? Muitas pessoas consideram a narrativa dos Atos dos Apóstolos sonho e nada mais. Até se argumenta com as dificuldades conhecidas de comunidades que vieram a ser socorridas com uma coleta feita por Paulo. Para outros se trata de um “paraíso perdido”, sendo saudosistas os que o procuram. Mas, graças a Deus, temos séculos de experiências, e a vida religiosa o testemunha fortemente, nos quais a Igreja tem oferecido o verdadeiro espetáculo da comunhão dos bens, vivida de várias formas, mas sempre comunhão. E a caridade, começando pelo sucessor de Pedro até chegar aos mais longínquos rincões da terra, se espalha e se torna efetiva! Mesmo com todos os nossos limites, estamos presentes no mundo inteiro como testemunhas do amor de Deus que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Também as novas Comunidades têm sido e haverão de ser mais ainda testemunhas do hoje de Deus que se manifesta como Providência amorosa, não permitindo que faltem os meios necessários para a sua subsistência e para que se tornem caridade efetiva, ajudando a “globalizar a solidariedade”, como pede João Paulo II.

3.2. Comunidades: Aqui, chegamos ao núcleo de nossa reflexão, pois o novo de Deus se manifesta de forma original, conduzindo-nos à consciência da grande responsabilidade confiada pelo Senhor às Novas Comunidades. Não de trata apenas do exercício da caridade com o próximo. Nosso percurso e os desafios às Comunidades alcançam alturas que nos comunicam segredos que são da Trindade!

“Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Respondeu Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas” (Mt 22, 36-40). De fato, a compreensão do amor a Deus e ao próximo cresceu durante a história do Povo de Deus. Houve muita pergunta a respeito do próximo. Jesus, ao dizer que o segundo é semelhante ao primeiro mandamento, abre uma nova perspectiva! Parece-me ver aqui uma árvore. Raiz é o amor a Deus. Se bem plantada na terra de nossa vida, os frutos amor ao próximo – serão abundantes!

Mas o Senhor conduz a uma novo passo, na Parábola do Bom Samaritano: “levantou-se um doutor da ei e, para pô-Io à prova, perguntou: Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna? Disse-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como é que lês? Respondeu ele: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamentos; e a teu próximo como a ti mesmo. Falou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isto e viverás. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Jesus então contou: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos,
. Retiraram-se, deixando-o meio morto. Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão. Aproximando-se, atou-lhe a ferida, deitando nelas azeite e vinho; colocouo sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei. Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu o doutor: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: Vai, e faze tu o mesmo” (Lc 10, 25-37). O próximo é aquele de quem eu me aproximo! Compromete-se aqui a liberdade e a iniciativa!

Mais ainda quer o Senhor, quando dá o “seu” e “novo” mandamento: “Douvos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (Jo 13,

534- 35) 7. Não basta a iniciativa do amor ao próximo. Ele quer que o jeito de ser da Trindade se realize aqui na terra! O segredo está numa palavra muito pequena: “como”!

Aqui está a novidade, que João Paulo II chamou de “espiritualidade de comunhão” e que é para as novas Comunidades uma vocação. Ouso dizer que esta deve ser uma peculiaridade na contribuição que podem oferecer: tomem posse daquilo que pertence à Igreja, primeiro porque são comunidades de Igreja e, depois, porque são chamadas a ser sinais do céu de Deus, a vida Trinitária.

3.3. Espiritualidade de Comunhão: Certamente nos fará bem recordar o que João Paulo II fez patrimônio da Igreja, para encontrar a vocação própria das Novas Comunidades: fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão. Antes de programar iniciativas concretas, é preciso promover uma espiritualidade de comunhão.

Espiritualidade da comunhão significa em primeiro lugar ter o olhar do coração voltado para o mistério da Trindade, que habita em nós e cuja luz há de ser percebida também no rosto dos irmãos que estão ao nosso redor.

Espiritualidade da comunhão significa também a capacidade de sentir o irmão de fé na unidade profunda do Corpo místico, isto é, como “um que faz parte de mim’; para saber partilhar as suas alegrias e os seus sofrimentos, para intuir os seus anseios e dar remédio às suas necessidades, para oferecer-lhe uma verdadeira e profunda amizade.

Espiritualidade da comunhão é ainda a capacidade de ver antes de tudo o que há de positivo no outro, para acolhê-lo e valorizá-lo como dom de Deus: um “dom para mim”, como o é para o irmão que diretamente o recebeu.

Por fim, espiritual idade da comunhão é saber “criar espaço” para o irmão, levando “os fardos uns dos outros” e rejeitando as tentações egoístas que sempre nos insidiam e geram competição, arrivismo, suspeitas, ciúmes. Não haja ilusões! Sem esta caminhada espiritual, de pouco servirão os instrumentos exteriores da comunhão. Revelar-se-iam mais como estruturas sem alma, máscaras de comunhão, do que como vias para a sua expressão e crescimento.

4. Comunhão e Unidade nas Comunidades:

Como viver concretamente estas realidades nas Novas Comunidades, para que elas dêem a resposta que Deus pede hoje à Igreja e a todas as realidades eclesiais?

4.1. As Novas Comunidades se descubram profundamente inseridas na Igreja. Elas não existem para si mesmas, mas se destinam à Igreja. É de João Paulo II a recomendação de que se promovam as várias realidades agregativas, que, tanto nas suas formas mais tradicionais como nas mais recentes dos
movimentos eclesiais, continuam a dar à Igreja uma grande vitalidade que é dom de Deus e constitui uma autêntica “primavera do Espírito”. É necessário que atuem em plena sintonia eclesial e obediência às diretrizes autorizadas dos Pastores.

4.2. As Novas Comunidades dêem espaço a todos os dons do Espírito. A unidade da Igreja não é uniformidade, mas integração orgânica das legítimas diversidades; é a realidade de muitos membros unidos num só corpo, o único Corpo de Cristo (cf. 1 Cor 12,12). Sejam elas instrumentos para que se estimule todos os batiza dos e crismados a tomarem consciência da sua própria e ativa responsabilidade na vida eclesial.

4.3. Como há que descobrir cada vez melhor a vocação própria dos fiéis leigos, que são chamados, enquanto tais, a procurar o Reino de Deus, tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo Deus e que têm também um papel próprio a desempenhar na missão do inteiro povo de Deus, na Igreja e no mundo, com a sua ação para evangelizar e santificar os homens, considero importante salientar que a maior parte das Comunidades, sem excluir tudo aquilo que o Espírito suscita de forma diversa, tem sua matriz leiga. Se esta foi a fonte, sejam fiéis as comunidades ao que Deus inspirou.

4.4. Para preservar os “direitos de Deus”, as Comunidades são chamadas a cultivar a vida fraterna segundo o modelo da Santíssima Trindade. Somente assim poderão contribuir para “que o mundo creia,,12. Cabe-Ihes espalhar uma cultura de céu, cultura da Trindade, pois do céu nasceram!

4.5. Imagino-me agora podendo interferir nos Estatutos ou Regras de Vida das Comunidades. Com estas ou outras palavras semelhantes, e não são minhas, mas do Apóstolo São Paulo, vendo o testemunho de tantas Comunidades, de muitos fundadores e de tantas pessoas que nelas encontraram o espaço para viver e testemunhar a estatura da maturidade de Cristo, escreveria com letras de fogo, mais ainda nos corações do que em papel: ” Exorto-vos, pois, prisioneiro que sou pela causa do Senhor -, que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados, com toda a humildade e amabilidade, com grandeza de alma, suportando-vos mutuamente com caridade. Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos. Mas a cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo, pelo que diz: Quando subiu ao alto, levou muitos cativos, cumulou de dons os homens. Ora, que quer dizer ele subiu, senão que antes havia descido a esta terra? Aquele que desceu é também o que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas. A uns ele constituiu apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do corpo de Cristo, até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo. Para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artifícios enganadores. Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo. É por ele que todo o corpo coordenado e unido por conexões que estão ao seu dispor, trabalhando cada um conforme a atividade que lhe é própria – efetua esse crescimento, visando a sua plena edificação na caridade. Portanto, eis o que digo e conjuro no Senhor: não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas idéias frívolas. Têm o entendimento obscurecido. Sua ignorância e o endurecimento de seu coração mantêm-nos afastados da vida de Deus. Indolentes, entregaram-se à dissolução, à prática apaixonada de toda espécie de impureza. Vós, porém, não foi para isto que vos tornastes discípulos de Cristo, se é que o ouvistes e dele aprendestes, como convém à verdade em Jesus. Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade. Por isso, renunciai à mentira. Fale cada um a seu próximo a verdade, pois somos membros uns dos outros. Mesmo em cólera, não pequeis. Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento. Não deis lugar ao demônio. Quem era ladrão não torne a roubar, antes trabalhe seriamente por realizar o bem com as suas próprias mãos, para ter com que socorrer os necessitados. Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem. Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção.Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós, bem como toda malícia. Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo” (Ef 4, 20-31).

5. Para viver o que o Espírito diz hoje:

Permitam-me retomar o Apocalipse de São João, recordando que aos que foram feitos “anjos das Igrejas”, seus Bispos e Pastores, foram dirigidas exortações muito exigentes, que pensei em compartilhar com vocês, a fim de que, ovelhas e pastores, sigamos todos os único pastor da grei. São cartas que hoje se dirigem a nós. Encontremos nossos nomes, nosso caminho de revisão de vida e nosso dever ser na Igreja, nossa Mãe.

Para que sejam as Novas Comunidades sinais de Deus na Igreja e para a vida do mundo, floresça o primeiro amor, supere-se o medo diante do sofrimento, a conversão abra as portas para que o maná escondido seja dado a todos e o nome novo seja atribuído por aquele que tem a chave do livro da vida. Todos sejam fiéis na prática das boas obras, a fidelidade à doutrina permita que todos estejam vestidos de branco. Desejemos mutuamente que todos sejam guardados na hora da provação, feitos colunas no templo de Deus, para edificarem a nova Jerusalém.
Enfim, reanimados no zelo pelas coisas de Deus, todos recebam do Senhor ouro provado pelo fogo – benditas sejam todas as provações e os sofrimentos! roupas novas para cobrir a nudez da fraqueza e um colírio para ver mais claro. Assim, estejam prontos para ouvir o Senhor que diz: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo”


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