Gostaríamos de começar celebrando a nossa graça do Batismo. Sabemos que pelo Batismo nos tornamos novas criaturas, porque nos tornamos filhos de Deus, assumimos uma nova identidade, a identidade dos filhos de Deus. No Batismo além de termos apagado nosso pecado original temos justificados em nome de Jesus e por Jesus todos os nossos pecados é a graça santificante, a graça de justificação do batismo. É exatamente por causa da graça que, como Jesus Cristo ,nós somos incorporados a Cristo que é a cabeça da Igreja. E somos também configurados a Cristo quer dizer, tomamos a imagem do próprio Filho de Deus. E é exatamente isso: porque somos configurados a Cristo podemos interceder com Jesus e podemos partilhar com Jesus do zelo pelas almas. Veja bem o maior desejo de quem ama é certamente ser um com quem se ama. E com o pecado original houve uma ruptura terrível entre o homem e Deus. Você sabe muito bem que foi também em Jesus Cristo e só por Jesus Cristo que essa ruptura foi anulada porque por Jesus em Jesus e com Jesus o Pai incorporou a si próprio a humanidade que crê, incorporou a si próprio o mistério da reconciliação entre Deus e os homens. Por isso, a oração final de Jesus (Jo17) aquela oração tão linda onde Jesus diz: “Pai, que todos sejam um que eles estejam em ti como eu estou em ti, que através de mim eles estejam em ti, que comigo eles estejam em ti e que todos sejam um”. Porque? Exatamente o maior desejo do Pai que nos ama é nos fazer um com Ele no seu filho Jesus Cristo pelo poder do Espírito Santo.
Quando a gente entende que o maior desejo de Deus é nos fazer um com Ele através de Jesus e pelo poder do Espírito, a gente já de partida entende várias coisas sobre o ministério da Intercessão. Primeiro o intercessor deve ser uma pessoa profundamente ligada a Jesus, profundamente consciente da sua incorporação a Jesus Cristo pelo Batismo. Eu intercedo eu posso interceder porque eu estou incorporando a Cristo e a Igreja, porque em mim se realiza o sacerdócio de Cristo, eu posso interceder porque também eu estou incorporado a Igreja. E a finalidade última da minha intercessão deve ser sempre aquele maior desejo de Deus, e zelo enorme pelas almas para que elas sejam um com Deus. É interessante na nossa intercessão, muitas vezes morrermos de pena de alguém doente, de alguém que está sofrendo porque o marido deixou a casa, de alguém que está nas falsas doutrinas, de alguém que tem um filho doente; mas precisamos pedir a Deus a graça de sermos mais profundos, porque a grande dor do coração de Deus não é por alguém que está doente, que tem um filho doente, ou cujo o marido saiu de casa isso também dói no coração de Deus, mas a maior das dores do coração de Deus é seu filho separado dele, é aquele que não crê, e aquele que nem conhece Jesus, é aquele que nunca foi evangelizado, é aquele que rejeita Jesus, são os que vivem na impiedade, no pecado, os que vivem na indiferença a Deus. Como intercessores configurados a Cristo, como intercessores incorporados a Cristo que formamos a Igreja a nossa maior dor deve ser esta mesma dor do coração do Pai, esta mesma dor do coração de Jesus a dor de não ter ainda todos os seus filhos reunidos perto de si. Isso vai trazer p/o intercessor um autêntico zelo pelas almas,um desejo de levar todo homem pra Deus,um desejo de sacrificar a própria vida p/ levar todos os homens p/ Deus. É isso que significa no fundo, no fundo, interceder com Jesus. É assumir a vida de Jesus de tal maneira que, como Jesus, o nosso maior desejo seja levar almas para Deus, seja conquistar filhos de Deus, seja expandir o Evangelho no mundo inteiro. É preciso que nós coloquemos os nossos olhos no céu e saibamos que somos chamados a uma vida eterna,como diz S.Paulo em Col 3: “É preciso buscar as coisas do alto porque somos criados para as coisas do alto”.
O intercessor deve interceder pelas pequenas coisas, pelas necessidades do povo, pelas necessidades de fulano ou de sicrano, mas a maior intercessão que um ministro intercessor pode ter é a intercessão de incorporar a sua vida à vida de Cristo ,de ser configurado a Cristo, de viver de tal forma que Cristo viva nele, viver de tal forma que ele possa dizer: “não sou eu quem vive,mas é Cristo que vive em mim”. E se Cristo vive em mim, eu em Cristo sou um intercessor eficaz. E a minha intercessão, o meu maior desejo é que todos os homens conheçam Jesus Cristo, todos os homens procurem o Pai, todos os homens sejam de Deus, conheçam a Deus. No meu coração nasce um zelo especial pelas almas, no meu coração brota, pelo poder do Espírito Santo, um desejo de sacrificar a minha vida ,um desejo de sacrificar cada instante da minha vida para que Jesus seja louvado, para que mais almas conheçam a Deus. O sofrimento de Deus. O Sofrimento de Deus por não ter em si, unido a si, cada um de seus filhos passa a ser também o meu sofrimento de intercessor por não ter unidos a Deus cada um dos meus irmãos. Então aprofundando essa configuração a Jesus Cristo podemos pegar a 1º epístola de S.Paulo cap.2,9, esse versículo explica como e porque somos configurados a Cristo, como nos tornamos figuras de Cristo, como o Espírito Santo vai moldando em nós a própria face de Jesus, mas muito mais do que isso a própria entrega de vida obediente e sacrificial de Jesus na sua cruz. Vers. 9 “ Vós porém, sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa,um povo adquirido para, Deus a fim de que publiqueis as virtudes daquele que das trevas vos chamou a sua luz maravilhosa”.