A oração é «uma questão de vida ou morte», pois dela depende nossa relação de amor com Deus, porta para entrar na vida eterna, explicou Bento XVI neste domingo.
Ao dirigir-se aos milhares de peregrinos congregados na Praça de São Pedro, no Vaticano, por ocasião da oração mariana do Ângelus, o Papa tirou essa lição da passagem evangélica da liturgia deste dia, em que se revive o mistério da Transfiguração de Jesus.
«A oração não é algo acessório ou opcional, mas uma questão de vida ou morte», afirmou, falando desde a janela de seus aposentos, em uma bela manhã ensolarada.
«Somente quem reza, isto é, quem se confia a Deus com amor filial, pode entrar na vida eterna, que é o próprio Deus», acrescentou.
O bispo de Roma reviveu os momentos em que Jesus subiu ao monte «para orar» junto com os apóstolos Pedro, Tiago e João e, «enquanto orava», aconteceu o luminoso mistério de sua transfiguração.
«Subir ao monte, para os três apóstolos, implicou envolver-se na oração de Jesus, que se retirava com freqüência para orar, especialmente na aurora ou após o entardecer, e às vezes durante toda a noite», recordou.
«Nessa ocasião, no monte, Ele quis manifestar aos seus amigos a luz interior que o invadia quando rezava, acrescentou, explicando o sentido do fenômeno narrado pelo evangelista: seu rosto — lemos no Evangelho — iluminou-se, e suas vestes deixaram transluzir o esplendor da Pessoa divina do Verbo encarnado.»
Segundo o Evangelho explica, nesse momento Jesus conversou com Moisés (em representação da Lei) e com Elias (um dos profetas) sobre sua paixão, morte e ressurreição em Jerusalém.
«Em seu diálogo íntimo com o Pai, Ele não sai da história, não foge da missão para a qual veio ao mundo, apesar de saber que, para chegar à glória, terá de passar através da cruz.»
«Mais ainda — afirmou –, Cristo entra mais profundamente nesta missão, aderindo, com todo o seu ser, à vontade do Pai, e nos demonstra que a verdadeira oração consiste precisamente em unir nossa vontade à vontade de Deus.»
«Para um cristão, portanto, rezar não é evadir-se da realidade e das responsabilidades que esta comporta, mas assumi-las até o fundo, confiando no amor fiel e inesgotável do Senhor», indicou o Santo Padre.
Ele concluiu convidando os fiéis «neste tempo de Quaresma», a pedir a Maria, «Mestra de vida espiritual», que «nos ensine a rezar como seu Filho o fazia, para que nossa existência se transforme pela luz de sua presença».
Fonte: Zenit