Maio de 2007, um tempo especial da graça de Deus para a Igreja no Brasil! Um mês para viver intensamente as alegrias pascais na companhia do Senhor ressuscitado, que vive na sua Igreja, e com Maria, Rainha do Céu e Mãe da Igreja.
A Páscoa é a referência máxima da nossa fé. Ela nos traz a celebração central da paixão, morte e ressurreição de Jesus, que veio da parte do Pai para ser nosso irmão, Deus conosco, nosso salvador e redentor. Assim, nós continuamos a dizer como São Paulo: “Se Cristo Jesus não tivesse ressuscitado, vã seria nossa fé”.
O tempo litúrgico da Páscoa celebra o mistério de Cristo ressuscitado, vencedor da morte, e a sua presença viva na comunidade dos fiéis que ele mesmo vivifica e guia com a ação de seu Espírito.
Celebrar o mistério pascal e revivê-lo no batismo significa entrar espiritualmente no sepulcro que gera a fé. O batismo é o nosso renascimento, descendo às águas, imergindo-nos na morte de Cristo e pela força do Espírito Santo, renascendo na vida divina, como Cristo ressuscitou. Somos filhos de Deus.
O desígnio de amor do Pai que manifestou aos homens a sua misericórdia, fazendo-os renascer para a vida nova, mediante a ressurreição dos mortos de seu Filho Jesus Cristo, provoca nos cristãos o desejo de viver o mandamento do amor, que vindo de Deus se manifesta em nós, quando nos dispomos a amar, com a mesma intensidade, os nossos semelhantes.
A Igreja é Cristo conosco, vivente pela força de seu Espírito, continuando a sua obra de evangelização e santificação do mundo, por nosso intermédio.
Acontecerá durante o mês de maio, de 1º a 9, a 45ª Assembléia Geral dos Bispos do Brasil. Tal encontro foi assim programado para termos a possibilidade de encontrar o Papa Bento XVI em São Paulo.
A Assembléia Geral encerra mais um quadriênio de governo e deverá votar a direção da CNBB para o próximo período. Definiria também as novas diretrizes da Pastoral, mas achamos por bem adiar tal discussão para depois da 5ª Conferência do Episcopado Latino Americano e do Caribe. Teremos ainda outros temas, estatutários e pastorais, para tratarmos.
O Papa Bento XVI chegará ao Brasil, desembarcando em São Paulo na tarde do dia 09 de maio. Seus compromissos em São Paulo serão: encontro com a juventude no Estádio do Pacaembu e com os bispos do Brasil na Catedral Metropolitana; a celebração da Missa no campo de Marte, com a participação de imensa multidão: aí se dará a canonização do beato Frei Antônio de Santana Galvão.
Partindo para Aparecida, visitará a Fazenda da Esperança para recuperação de drogados e, na tarde do sábado 12, rezará o terço na basílica de Nossa Senhora contando especialmente com os religiosos e seminaristas.
Na manhã do domingo, o Papa concelebrará com os participantes da 5ª Conferência, na praça atrás da Basílica, para inaugurar o encontro dos bispos latino-americanos e do Caribe. À tarde do mesmo dia 13 fará o grande discurso de abertura.
Já no discurso aos participantes da reunião plenária da Pontifícia Comissão para a América Latina, no Vaticano, 20.01.07, dizia o Papa: “É necessário proclamar de modo integral a Mensagem da Salvação, até que consiga impregnar as raízes da cultura e se encarne no momento histórico latino-americano atual, para responder melhor a suas necessidades e legítimas aspirações. Os homens e mulheres da América Latina têm grande sede de Deus. Quando na vida das comunidades se prova a sensação de sentir-se órfãos em relação a Deus Pai, torna-se vital a obra dos bispos, dos sacerdotes e dos outros agentes de pastoral. Para o futuro da Igreja na América Latina e no Caribe é importante que os cristãos aprofundem e assumam o estilo de vida próprio dos discípulos de Jesus: simples e alegre, com uma fé pura radicada no mais íntimo de seu coração e alimentada pela oração e pelos sacramentos”.
Podemos dizer que o pensamento do Papa é como que a base de todos os trabalhos da 5ª Conferência que terminará no dia 31.
O tema será: “Discípulos e missionários de Jesus Cristo para que nEle os povos tenham vida: Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).
O mês de maio é tradicionalmente dedicado à veneração de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe. A piedade mariana é rica de significado para os fiéis cristãos: ela é Mãe de Deus, querida pelo próprio Deus que a preparou para ser a mãe de seu Filho. O próprio Jesus nô-la deu como Mãe adotiva e o povo fiel sempre lhe dedicou especial devoção, atento às suas palavras: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Ela mesma nos ajuda a cumprir esse preceito. Desse modo seremos discípulos fiéis e missionários do Evangelho.
Dom Geraldo M. Agnelo
Cardeal Arcebispo de Salvador