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Mulher Brigadeiro?!

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Nos últimos tempos multiplicam-se peças publicitárias e programas de TV nos quais as mulheres têm seu corpo comparado a violão, garrafa de cerveja, dunas, plantas entre tantos outros substantivos comuns do gênero.
Na última campanha de um produto para cabelos vê-se estampada em mídias de outdoor e naquelas de pontos de ônibus, uma mulher dentro de um invólucro comparada a um brigadeiro.

O que faz as mulheres submeter-se a tão desproporcionadas comparações? Seria pela simples chance de protagonizar uma peça publicitária e angariar fama, ou pelo recebimento de um salário que aumenta de cifras à medida que se aparece com menos roupa? Ou existiria outros motivos? Quais?

Até já nos acostumamos, — o que é terrível! — Com estas imagens. Elas saem semi-despidas, inclusive, em propagandas de calçados, perfumes, jóias, e.t.c que vemos à exaustão ao passar pelas ruas da cidade. Usa-se a desculpa de que a pessoa possui arbítrio para optar por aquilo que acha certo, mas seria isso expressão de verdadeira liberdade como se alega?
Ora, observa-se nas últimas décadas uma luta da mulher pela liberdade, mas será que se pode considerar conquista o que hoje se tem neste aspecto? Afinal ganhar espaço, mesmo tendo sua dignidade esmaecida por comparações tão inferiores ao que ela realmente o é trata-se de vitória da ‘classe feminina’?

A mulher possui um papel fundamental na sociedade e na humanização do homem. Quando esta não cumpre sua função abre-se uma lacuna e as conseqüências, nós vemos, são catastróficas.

Outro dado importante a ser considerado é o fato que a mulher não se encerra em seu corpo ou em mera realidade exterior, ela está para, além disso, tudo. As que pensam sob esta ótica conseguem dar notável e substancial contribuição à humanidade.

Basta pensar em mulheres do ontem e do hoje da história para se comprovar esta realidade como Gianna Bereta Mola, Zilda Arns da pastoral da criança; Edith Stein, religiosa, filósofa moderna da fenomenologia; Madre Teresa de Calcutá Católica missionária em terras indianas e uma lista imensa se poderia puxar como numa litânia de grandes personalidades femininas que fizeram e fazem a diferença a partir da real compreensão de sua dignidade e missão.
É certo, enquanto não houver esta consciência do dom precioso e único da mulher muitas outras propagandas e explorações midiáticas continuarão a ofuscar a verdadeira imagem singular, a figura feminina.

Ainda poderíamos falar das músicas que se referem às mulheres como animais; das danças que mais representam posições eróticas; os folhetins diários que ao acusarem baixo índice de audiência já possuem um trunfo na manga: muita nudez feminina e forte dose de cenas de sexo.

De minha parte não posso acostumar-me em ver reduzido o dom precioso que é a mulher a um simples, descartável — e nesta perspectiva repugnante — brigadeiro. Seria desatino demais pensar dentro destes parâmetros? Alguém concorda com esta opinião?

Francisco Vanderlúcio Souza
Membro da Comunidade de Vida Shalom
Vanderluciosz@yahoo.com.br


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