Formação

Servos de Seminário: Um ministério de amor.

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* “Tu me amas mais do que estes?”

* “Sim, Senhor, tu sabes que te amo.”

* “Apascenta os meus cordeiros”. (Jo 21, 15)

No decorrer da história da Salvação, o Senhor tem feito, de diversas maneiras, esta mesma pergunta àqueles a quem deseja confiar a vida de outros filhos: TU me amas MAIS que os outros? A condição para servir o Senhor parece ser muito mais o amor especial que alguns têm por Ele, que o amor que Ele tem por todos igualmente.

De Noé aos santos, a entrega e o serviço ao Senhor têm sido feitos na medida em que cada um destes servos ama o Senhor “mais que os outros”. Não por mérito próprio, mas por escolha e por convite do Senhor. Maria, escolhida e convidada para amar mais, transborda o seu coração ao dizer: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. Maria faz-se escrava. Sua vontade é fazer a vontade do Senhor, porque o ama. Assim como Maria, a serva plena de graça, Noé, Abraão, Moisés, Davi, os profetas e todos os outros: são escolhidos para amar mais, para crer mais, apesar dos seus pecados e fraquezas, acreditando, apesar das circunstâncias mostrarem muitas vezes o contrário, e amando fielmente a Deus, apesar de todas as dificuldades e perseguições.

Os santos, esses grandes servos do Senhor, procuraram ser fiéis ao chamado do Pai, vivendo em profundidade o amor a Deus, cujo resultado era a vida de serviço totalmente consagrada ao Senhor. Da mesma forma, o Senhor chama ao amor todo aquele que Ele escolhe para o Seu serviço. Seremos servos do Senhor, à medida que amarmos a Deus acima de todas as coisas.

Amar a Deus acima de todas as coisas é dizer com Maria: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se me mim segundo a tua palavra”. Amar a Deus é submeter-se incondicionalmente à vontade do Pai, na concreta renúncia de sim mesmo, dos próprios interesses, dos próprios conceitos e opiniões. Amar a Deus é não possuir mais vontade própria, mas buscar incansavelmente conhecer e mergulhar na vontade do Pai. Amar a Deus é estar desapegado da própria vida e saber que ela já não mais lhe pertence, e com isso estar livre para glorificar a Deus em todas as coisas. Amar a Deus é ser como uma folha seca que se deixa levar pelo sopro do Espírito Santo. É estar totalmente disponível para servir o Senhor naquilo a que Ele conduzir, da maneira como Ele escolher, e durante o tempo que Ele quiser.

1. Amar como Jesus amou

Os servos de seminário, espelham-se, de maneira toda especial, em Jesus, o Servo de Javé. Com Moisés, grande líder do Antigo Testamento, aprendemos a conduzir o pequeno rebanho que o Senhor nos dá com perseverança e paciência. Em Jesus, porém, descobrimos a grande maravilha: Jesus conduz o rebanho como um todo e conduz cada ovelha como se fosse única; cada ovelha é amada com amor especial. Assim, o amor é base fundamental do ministério de servos de seminário.

Em João 15, 12-13, Jesus se dirige a nós de maneira objetiva: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”. Fica mais do que claro qual é a missão de todo servo do Senhor: amar como Jesus amou; amar com amor capaz de dar a própria vida.

No mesmo capítulo, no versículo 16, Jesus continua a falar sobre a missão daqueles que estão a Seu serviço: “Não fostes vós quem me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes fruto e para que o vosso fruto permaneça”. Não há o que temer se a escolha é do Senhor, Dele também é o interesse de nos preparar para missão. Produzir fruto, mas não qualquer fruto: fruto que permaneça. Muitas vezes, neste ministério, nós nos contentamos em observar os frutos sem atentar para o alerta do Senhor: “que o vosso fruto permaneça”.

Fruto que permanece é fruto regado com amor. O servo de seminário se assemelha ao pastor. Ele vê um pequeno rebanho de ovelhinhas naquele grupo de pessoas confiadas a ele. Como o bom pastor, ele ama seu rebanho e o conduz com alegria e paciência. como o bom pastor, ele ama cada ovelha e é capaz de tudo fazer para levar cada ovelhinha a Jesus, o verdadeiro Pastor. Como o bom pastor, ele carrega nos ombros a que está cansada e ferida. Ele também é capaz de deixar o rebanho em um lugar seguro para ir buscar a ovelhinha que está perdida. Para cada ovelhinha, um gesto, uma palavra especial.

2. Que o vosso fruto permaneça

O servo de seminário precisa ter em mente o significado e importância de seu ministério. No contexto do seminário, o servo exerce papel fundamental. É ele que vai caminhar lado a lado com cada um dos que lhe foram confiados. É ele que vai ajudar cada um a vivenciar aquilo que foi aprendido na palestra. É ele que vai despertar em cada um a sede de Deus e oferecer a Água Viva. É ele que vai levar cada um a experimentar a vida nova em Jesus Cristo e proclamá-lo Senhor de sua vida.

O servo de seminário não é simplesmente um coordenador de dinâmica de grupo. Além de ensinar o grupo a partilhar, colocando em comum as graças de Deus recebidas durante a semana, o compromisso do servo ultrapassa o momento da reunião semanal. Na verdade, o servo é o amigo comprometido que caminhará ao lado de cada um durante toda a semana. O servo sente-se verdadeiramente comprometido com suas ovelhas e interessa-se especialmente por cada uma, manifestando seu interesse através de telefonemas, visitas, encontros marcados. O servo ajudará as suas ovelhas a manusear a Bíblia e a formar o hábito da oração pessoal. O servo encontrar-se-á individualmente com cada uma para escutar, aconselhar e orar. Por isso, o servo é um homem de profunda oração, totalmente aberto a ação do Espírito Santo e aos dons, pois nestes encontros o Senhor poderá desejar curas, palavras de ciências, palavras de sabedoria, discernimento.

O servo é também o intercessor que estará constantemente voltado ao Senhor em espírito de súplica. O servo não negligenciará na oração de intercessão (se possível, com jejuns), pois sabe claramente que se o Senhor não volver Seu olhar sobre aquele pequeno rebanho, em vão será toda a iniciativa humana. O servo, enfim, conhece o coração de Deus e confia na misericórdia do Pai. Por isso, movido pelo mesmo sentimento do coração de Jesus pode dizer: “Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o reino”. (Lc 12,32)

Comunidade Católica Shalom


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