O fundamento evangélico da vida consagrada se encontra na relação que Jesus estabeleceu com alguns de seus discípulos, convidando-os a não somente acolherem o Reino de Deus nas suas vidas, mas a investirem toda a sua existência na luta pela santificação da humanidade, imitando a forma de vida de Cristo e crescendo em estatura no amor.
Por esta união intima do consagrado a Cristo, Jesus se volta inteiramente ao seu eleito, cumulando a vida dele de graças especificas para que ele possa viver bem a sua consagração.
O Consagrado é o Cristo encarnado. A vida consagrada é o caminho de perfeição cristã, portanto. Ele tem a missão de apontar aos homens a Verdade, o Filho de Deus feito homem como a meta final para onde tudo tende, Ele que é o bem supremo, o único que pode saciar totalmente o coração do homem.
Na verdade, pela profissão dos Conselhos Evangélicos, o consagrado não só faz de Cristo o sentido da própria vida, mas preocupa-se por reproduzir em si mesmo, na medida do possível, a forma do Cristo.
O sentido da vocação à vida consagrada é a iniciativa amorosa e total do Pai (cf. Jo 15,16), que espera daqueles que escolhe uma resposta de dedicação plena e exclusiva. É uma experiência tão forte e íntima com o amor gratuito de Deus que a pessoa sente que deve responder com a dedicação incondicional da sua vida, consagrando tudo, presente e futuro, nas mãos de Deus.
Jesus é o caminho que conduz ao Pai (cf. Jo 14,6). Ele pede aos consagrados, uma adesão total, que implica o abandono de tudo (cf. Mt 19,27) para viver na intimidade com Ele e segui-lo para onde quer que vá.
À semelhança de S. Paulo, que considera todo o resto como “perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus”, não hesitando em considerar tudo o mais como “lixo a fim de ganhar Cristo” (Fl 3,8).
Os consagrados devem assumir os seus sentimentos e a sua forma de vida através da vivência concreta dos Conselhos Evangélicos, pelos quais, Cristo os convida a conformaram-se totalmente com a sua forma de vida casta, pobre e obediente, representando assim a maneira mais radical de viver o Evangelho.
Sob o impulso do Espírito Santo, a vida consagrada imita mais de perto, e perpetuamente representa na Igreja a forma de vida que Jesus, supremo consagrado e missionário do Pai para o Seu Reino, abraçou e propôs aos discípulos que o seguiam (cf. Mt 4,18-22; Mc 1,16-20; Lc 5,10-11; Jo 15,16).
A origem nascente da vida consagrada está na iniciativa do Pai em consagrar o Cristo, o ungido do Pai — que pelo poder do Espírito Santo consagra-se, por sua vez, ao Pai — em intercessão pela humanidade (cf. Jo 17,19).
Sendo assim, devemos ter a liberdade dos filhos de Deus, que é fazer a vontade do Pai, que é dar a nossa vida em favor dos homens, isto é loucura para os homens mas sabedoria e santificação para aqueles que são chamados.
Jesus é o obediente por excelência, descido do céu não para fazer a sua vontade mas a dAquele que O enviou (cf. Jo 6,38; Hb 10,5-7). Entrega o seu modo de ser e de agir nas mãos do Pai (cf. Lc 2,49). Por obediência filial, assume a forma de servo: “despojou-se a si mesmo, tomando a condição de servo, feito obediente até a morte e morte de cruz” (Fl 2,7-8). É também nesta atitude de docilidade ao Pai que Cristo, embora provando e defendendo a dignidade e a santidade da vida matrimonial, assume a forma de vida virginal, e revela assim o valor sublime e a misteriosa fecundidade espiritual da virgindade.
“Sendo rico, fez-se pobre por vós, a fim de vos enriquecer pela sua pobreza” (2Cor 8,9). A fecundidade da sua pobreza revela-se na perfeita entrega de tudo o que é seu ao Pai.
O dever missionário das pessoas consagradas é, em primeiro lugar, abrir-se à ação do Espírito de Cristo – o Consagrado é o Missionário do Pai – para anunciar o Evangelho de Cristo levando ao mundo a Paz que desce do Pai, a dedicação que é testemunhada pelo Filho, e a alegria que é fruto do Espírito Santo.
O consagrado é chamado a orientar toda a sua vida e oferecer tudo o que se possui para tornar-se um verdadeiro sinal de Cristo no mundo.
Como toda a existência cristã, também a vocação à vida consagrada está intimamente relacionada com a obra do Espírito Santo na humanidade, que santifica os homens e purifica-os do pecado.
É o Espírito Santo que gera no consagrado o desejo de uma resposta completa, perfeita e plena; é Ele que guia o crescimento da vida consagrada, fazendo amadurecer a resposta positiva e sustentando-a; é também Ele que forma o coração do consagrado à imagem do coração de Cristo.
A primeira tarefa da vida consagrada é tornar visíveis as maravilhas que Deus realiza na frágil humanidade das pessoas chamadas. Mais do que com as palavras, eles testemunham essas maravilhas com suas vidas, provocando assim a admiração do mundo e dos homens.
A vida consagrada reflete a Trindade ao mundo, para que os homens possam sentir o encanto e a saudade da Beleza Divina.
O consagrado é chamado por Deus a completar na sua vida “o que falta aos sofrimentos de Cristo” (cf. Col 1,24). A vida consagrada reflete a beleza do Amor de Cristo no mistério de sua Cruz, sinal da nossa salvação. Isto acontece na humildade de uma vida voltada para Deus, na fidelidade à Vontade de Deus, na dedicação ao próximo, no serviço, na partilha de vida e na participação da vida da Igreja. O consagrado é marcado pela dor e pela alegria. Existe um grande valor o sofrimento do consagrado para a Igreja. O Papa é um sinal de um sofrimento fecundo, este é o sofrimento do consagrado.
O consagrado é chamado a, com sua vida, infundir a Esperança em todos os homens e mulheres, freqüentemente desanimados e pessimistas, fundamentada nas promessas de Deus, contidas em Sua Palavra, quanto ao futuro que nos espera: o céu.
A vida consagrada é chamada a mostrar ao mundo que em Deus, é possível encontrar todo o sentido e a alegria para a vida humana, pois o homem foi feito para Deus e viverá inquieto até que encontre nele a Paz.
Sob a ação do Espírito Santo, “a vida consagrada imita mais de perto, e perpetuamente representa na Igreja, a forma de vida que Jesus, supremo consagrado e missionário do Pai para o Seu Reino, a abraçou e propôs.
Existe, por parte de cada Carisma, uma contribuição na sociedade de uma forma concreta, através da apresentação do Cristo ressuscitado que vive e reina. Esta realidade de compromisso e vigilância vem pela graça de Deus e restaurara a dignidade de cada homem. O mundo precisa de consagrados!