Formação

A televisão, educadora por defeito da sociedade

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Hollywood deveria ter o valor de promover os valores tradicionais no cinema e televisão porque encontraria uma audiência muito motivada, assegura um especialista em meios de comunicação.

Brent Bozell, 49 anos, é professor, colunista, comentarista de televisão, empresário, publicitário, pai de cinco filhos, fundador e presidente do Conselho de Pais para a Televisão dos Estados Unidos, uma organização radicada em Hollywood que promove a responsabilidade na indústria do entretenimento.

Zenit conversou com Bozell, graduado na Universidade de Dallas, sobre seus pontos de vista sobre os meios de comunicação.

–Recentemente se propôs um plano no Congresso para pedir às redes de televisão a cabo que ofereçam preços «a la carte»; ou seja, os consumidores não deverão pagar por canais que não usam. Pensa que esta proposta resolveria as dificuldades dos pais para controlar a programação que entra em suas casas?

–Bozell: A possibilidade de escolher, na televisão a cabo, certamente ajudará os pais a controlar a programação, mas não ajudará a fazer uma televisão mais limpa. De fato, é uma licença para programar, ainda que seja com mais filtros.

Contudo, quem acha a programação ofensiva terá que ser capaz não só de evitar que entre em suas casas; seria mais importante que pudessem deter as assinaturas, que foi o maior pecado.

O que não podemos esquecer é que as companhias de cabo obrigaram os consumidores a financiar uma programação vulgar que estes consideram ofensiva. O cabo «a la carte» acabaria com esta fraude.

–Dado que as crianças podem acessar material duvidoso em qualquer lugar –na casa de seus amigos, Internet, etc…– que deverá fazer o pai? Que outros pontos apoios existem na formação moral dos mais jovens?

–Bozell: Os controles estão baixando. A media de tempo que uma criança passa diante da televisão é de 4 à 6 horas ao dia. Essa mesma criança passa só, como média, um quarto de hora com seu pai.

Atualmente, um rapaz antes de chegar a universidade passou mais tempo diante da televisão que diante do professor. O que significa isso? Que a televisão é «o grande educador» da sociedade.

É importante que os pais controlem a televisão pelos baixos valores que ensina a seus filhos.

–Em seu Guia para o tempo de máxima audiência, você classifica os programas. Os canais de televisão, oferecem programas para uma audiência mais familiar?

–Bozell: Não, ainda que nos últimos anos houvesse bons programas como «Touched by na Angel», da CBS, e «Seventh Heaven» da WB, que foram também muito populares.

De fato foram espetáculos número um, mas Hollywood parece que tem alergia à idéia de seguir fazendo algo bom. Quando a NBC lançou «Friends», teve um grande êxito e houve outras 34 imitações antes de que «Friends» conseguisse a máxima audiência.

O interessante é que aqui há um mercado definido para qualquer programa positivo, tanto em televisão como no cinema, como testifica «A Paixão de Cristo» e o recente filme «Narnia». Os dois ganharam centenas de milhões de dólares.

Mas Hollywood, ao contrário do que diz, não se guia pelos benefícios. Se fosse assim, deveria lançar mais espetáculos como estes.

–Quais são alguns dos sinais que indicam que um jovem está sendo influído negativamente pela televisão? Que deveria notar um pai?

–Bozell: Há muitos estudos científicos que confirmam coisas que são de sentido comum: um rapaz impressionável que copia o que fazem seus modelos nos espetáculos de sua televisão favorita, imitará sua conduta.

As pesquisas demonstram que os rapazes expostos a cenas de sexo na TV quando são pequenos, tem mais probabilidade de iniciar-se nele muito jovens, e os rapazes expostos a cenas violentas muito pequenos, são mais propensos a ser violentos. É questão se senso comum.

Vamos mais além. Se um rapaz está vendo a televisão e se diverte com a programação da MTV, como conseqüência quererá repetir a conduta.

Não deverá surpreender a ninguém que os rapazes de hoje falem palavrões se os ouvem na MTV. E o mesmo se pode dizer de outros padrões de conduta: falta de respeito à autoridade, desdém pela religião, atitudes cínicas. Todas estas condutas ensinadas pela televisão são fotocopiadas.

–Alguns especialistas aconselham aos pais falar com freqüência com seus filhos sobre o conteúdo da TV. Como funciona esta prática?

–Bozell: O senador Joe Lieberman observou que, enquanto os bons pais tratam de incutir bons valores a seus filhos na hora de comer, nesse mesmo dia pela tarde a «caixa louca» dirá às crianças como e porque o que estão vendo não é só ofensivo mas imoral.

Nenhum pai quer fazer isto e alguns pais podem crer que já estão fazendo um trabalho excepcional impedindo que seus filhos vejam programas repugnantes. Mas a triste realidade é que de um modo ou de outro os jovens os verão. Os pais não tem outra saída que enfrentar.

–Parece que os filmes que promovem os valores familiares são muito populares. Está Hollywood respondendo a esta demanda?

–Bozell: Não todos em Hollywood se opõem aos valores tradicionais. Há pessoas maravilhosas que fazem coisas estupendas, como Phil Anschutz e Walden Media, mas estão nadando contra corrente.

A cultura de Hollywood é radicalmente oposta aos valores tradicionais. Quem teve realmente valor foi Mel Gibson. Hoje ter valor significa fazer um filme que retrata a Juana d’Arc como uma santa e não como uma «Joana, a louca».

Autêntica coragem seria fazer filmes que defendam os valores tradicionais mas não há suficiente gente que o tenha.

Fonte: ZENIT


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